10 | Momentos singelos

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Aquela altura do campeonato, a pequena Haetnim tinha virado um cilindro felpudo. A gestação de cachorros era bem mais curta que de humanos, um período de cerca de dois meses, mas ainda sim, Joy se assustava um pouco ao ver sua cadelinha tão diferente em um curto intervalo de tempo.

Por causa da sua condição, haetnim ficava mais deitada do que em pé. A cadelinha aninhava em sua caminha de tecido, junto com alguns brinquedos e ficava ali, lambendo os objetos.

A Park procurou na internet para ver se aquela era uma reação normal, e achou alguns relatos parecidos, já que quando cadelinhas davam a luz, elas limpar os seus filhotinhos da placenta.

Era preciso abstrair mais ainda a diferença entre humanos e animais, mas ainda sim, havia o afeto e carinho em comum. O instinto materno era muito forte entre os animais, o que preocupou um pouco Sooyoung.

— O que vai ser de você depois que a gente te separar das suas crias, hein? – ela falou para a cachorrinha, que apenas grunhiu como resposta.

Era um pouco cruel demais pensar naquilo, e para tentar abstrair os pensamentos Sooyoung resolveu fazer a faxina da casa. Afinal, ela odiava sofrer por antecipação.

A Park colocou no ultimo volume musicas de EDM do seu celular e aproveitou o tempo livro do serviço para lavar banheiro (coisa que odiava fazer, mas era necessário), e depois passou um pano molhado no chão dos quartos.

Ficou quase atarde inteira naquilo, e quando desligou o celular, percebeu um barulho que não tinha conseguido ouvir por causa da música alta.

Haetnim estava chorando!

A morena correu desesperada até a sala, largando o rodinho balde e luvas pelo caminho. E ao se aproximar da cachorrinha que estava deitada na sala, ela descobriu logo o motivo do sofrimento.

— Ai meu Deus, Haetnim, você ta dando a luz! – a morena gritou ao ver a caminha molhada, do que provavelmente era ao liquido amniótico da bolsa.

Sooyoung entrou em desespero mesmo sendo alertada que aquilo poderia acontecer a qualquer momento. Para animais, a natureza faz o seu papel quase que sozinho, sem nenhum auxilio.

Ainda sim, a morena quis ajudar sua fiel companheira de tantos anos, e diminuir um pouco seu sofrimento. Mas não estava em condições de pensar muito bem, ainda que tivesse pesquisado muito na internet em como proceder naqueles casos.

Com as mãos tremulas, ela foi procurar ajuda na única pessoa que sabia que não lhe negaria ajuda em um momento tão delicado como esse. Discou o numero do interfone, que já lhe era tão familiar, e ficou apreensiva, esperando ouvir uma voz masculina familiar.

— Al—

— Hoseok, tem como você vir aqui em casa? – ela falou afobadamente. – A Haetnim ta dando a luz.

— ai céus, mas já?

— já passou quase dois meses... – joy falou. – eu pesquisei tanto sobre isso, mas eu não sei o que fazer!

— Hmh, eu vou até aí. – ele falou ao constatar o desespero na voz dele. – é só o tempo de eu trocar de roupa.

— vem rápido, por favor. – ela pediu antes de desligar.

Os minutos eram tortuosos, mas ainda sim, Joy tentou trazer algumas almofadas velhas para deixar sua cachorrinha um pouco mais confortável, além de segurar a sua patinha. Só soltou a perninha de Haetnim quando ouvir o barulho da campainha.

Os dois economizaram palavras e cerimonia, já que Hoseok foi diretamente perto da cachorrinha para verificar seu estado.

— Eu acho que se a gente tem que ajudar ela a fazer força. – ele falou. – já da pra ver a orelhinha de um.

— e como que a gente faz isso?

— me traz uma toalha molhada com agua morna.

Sem contestar, a morena correu para a cozinha e amornou um pouco de agua com a chaleira eletrônica, e despejou em algumas toalhas velhas que usava para dar banho na própria hatnim.

Depois de algum tempo, hoseok conseguiu tirar o primeiro filhotinho de Haetnim, que tinha nascido com manchas marrons na pele lisa, ainda sim pelo. Sem muito esforço, logo vieram mais cinco, que logo foram colocados de maneira limpa perto da mãe, que já deu de mamar para os seis pequeninos.

Os cachorros foram limpos com auxilio do pano molhado, mas mamãe Hatnim fez questão de ajuda, enquanto lambia cada um dos seus seis filhotes, tão pequenos que pariam caber na palma da mao.

Um deles, parecia ser um pouquinho mais atrevido que os outros, já que dava pequenas patadas nos que estavam ao seu redor, mesmo com os olhinhos fechados.

— ai céus... muito obrigada. – joy falou assim que sentiu seu corpo relaxar.

— que isso, eu disse que você poderia contar comigo, lembra? – o rapaz falou enquanto fazia carinho na cabeça de hatnim.

— talvez eu seja uma avó coruja, mas achei todos os filhotinhos lindos. – Joy olhou encantada para a ninhada. – todos tem manchinhas marrons pelo corpo.

— parece que não vai ser preciso mesmo fazer exame de DNA. – ele riu.

— eu sempre soube a cachorrinha que tinha. – ela falou por fim. – Haetnim é atirada, mas nem tanto a ponto de ficar com outro cachorro.

— mas acredito que mesmo que não fosse, eu tomaria esses filhotinhos como meus também. – ele falou sincero. – acho que ver e participar de todo o processo me fez sentir um pouco responsável por eles.

Joy sorriu ao ouvir a palavra ''responsável''. Não era nenhum ''apegado'' ou algo do tipo, mas já era um avanço. Com um pouco mais de tempo, talvez ele realmente quisesse manter os filhotes unidos.

— parabéns por ser mamãe, Hae! – joy fez um afago na sua cachorrinha. – você lutou bravamente e agora tem filhinhos lindos, estou orgulhosa.

— logo eu trago o pai da criança pra conhecer a ninhada. – o rapaz falou. – vou só esperar eles abrirem os olhinhos.

— sim, é bom esperar um pouquinho, porque por ser muito recente, é capaz da Haetnim querer avançar nele.

— E até mesmo em você, porque o instinto materno fala alto nessas horas. – ele falou. – por favor, toma cuidado ao se aproximar dos filhotes.

— vou tomar cuidado, sim. – A Park já conseguia relembrar alguns pontos das suas pesquisas, como tentar evitar tocar neles com as mãos, até nascerem os pelos. – obrigado por se preocupar.

— já que tudo acabou bem, eu vou indo pra casa. – ele falou. – qualquer coisa é só chamar.

— ah sim, pode deixar. – Joy suspirou. – mas acredito que eles vão ser bonzinhos.

— eu não teria tanta certeza assim, já que se puxarem o Mickey... – ele falou. – uh, ele era danado.

Joy soltou uma gargalhada e voltou a observar aquela cena familiar. Os seis pareciam tão serenos e angelicais, que era impossível pensar que fossem capaz desde fazer alguma coisa ruim.

Inesperadamente, Hoseok tocou o ombro da morena. No principio, ela achou que fosse para reforçar o fato que ele estava de saída e ela deveria acompanha-lo até a porta. Mas ao contrario que ela esperava, ele a abraçou no ombro, e eles ficaram assim, observando juntos àquela cena tão feliz.

Puppy or Lucky? » Jung Hoseok (Jhope)Onde histórias criam vida. Descubra agora