06 | Babá de pet

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Conforme o tempo passava, não só a barriguinha de Haetnim crescia, como o desespero de Joy para procurar um emprego fixo também.

Haetnim sentia mais fome do que nunca, e os pacotes de ração vinham acabando cada dia mais rápido. Havia um tempo ainda para os filhotes nascerem, e eles tomariam leite materno até o desmame, mas a conta de comprar mais e mais ração era inevitável, bem como as várias vacinas e remédios.

E no futuro, Joy estava seriamente pensando em castrar Haetnim, o que seria mais um gasto para a conta, além de todas as despesas mensais de água, energia e comida.

Toda sua família dizia que a vida adulta seria fácil, mas Joy só teve a real dimensão do problema que estava enfrentando quando começou a planejar o futuro, e percebeu que precisava se mover.

E rápido.

Mandou alguns currículos online para fábricas têxteis, mas não obteve resposta. Joy resolveu partir para uma area com mais oferta e começou a procurar emprego como vendedora de boutique.

Apesar de nunca ter trabalhado com vendas, entendia muito bem de moda, e todos à sua volta diziam que ela tinha um ótimo carisma e um sorriso estonteante. Com um pouco de prática, ela poderia se tornar uma ótima vendedora, até ao menos conseguir achar um emprego como designer.

A tentativa deu certo, visto que nos dias seguintes ela recebeu uma resposta, propondo uma entrevista em uma loja do shopping que ficava apenas algumas quadras de distância do condomínio.

O coração da Park se encheu de alegria em ter uma oportunidade de trabalhar. Mas ao mesmo tempo, uma dúvida preocupou sua mente: com quem deixaria sua cadelinha, grávida e necessitando de um olhar mais atento?

A única opção viável seria deixar com Hoseok, já que era o único vizinho ali que tinha um pouco mais de contato, além de que ele tinha uma certa responsabilidade com os filhotes.

A morena suspirou, e foi tomar café da manhã para criar coragem de interfonar para seu vizinho. Ainda que tivessem se aproximado um pouco mais, Joy não sabia se ele já estava acordado naquele horário ou não, e ela se sentia mal por incomodar alguém.

Resolveu então se arrumar para a entrevista a fim de dar mais um tempo, e colocou sua jeans escura, e uma camisa grande de manga curta, para que não transpirasse muito até o caminho do shopping.

Caprichou na maquiagem nos acessórios, a fim de mostrar que era uma pessoa elegante e estilosa, e fez sinal para que Haetnim a acompanhasse na saida.

Porque talvez se ela interfonasse, ele poderia dar alguma desculpa para não ficar com a cachorrinha, e ela simplesmente não tinha mais com quem deixar Haetnim. Chegar de surpresa seria a melhor solução.

Haetnim pediu colo e se acomodou em meio a camisa branca de Joy antes de entrar no elevador. Aquele era um dos motivos os quais a Park tinha seu guarda roupa formal com muitas peças brancas. Era muito mais fácil despistar os pelos de haetnim daquela forma.

A porta do elevador abriu e Joy quase não precisou tocar a campainha para chamar Hoseok, visto que Haetnim começou a latir logo depois de ouvir os passinhos de Mickey na direção da entrada.

— Haetnim, tenha modos! – Repreendeu a Park enquanto apertava a campainha com a mao livre. – logo você vai todo o tempo pra ficar com ele-

Um resmungo masculino logo se misturou ao barulho do cachorro e as arranhadas na porta.

Para a surpresa de Joy, ele também tinha pego seu cachorro no colo, e não estava de pijama, mas sim de shorts e camiseta.

— Ah, Jung-ssi, bom dia! – ela falou. – Desculpa te atrapalhar...

— Que isso, já tomei o café da manhã há um tempão... – ele falou. – se quiser entrar pra comer também, eu fiz um bolo.

— não, eu já estou de saída... mas muito obrigada.

— é por isso que está tão arrumada assim?

—é sim, vou a uma entrevista de emprego. – Ela ficou misteriosamente sorridente quando ele notou sua aparência. – e por isso vim pedir por favor pra você ficar com a Haetnim...

— eu até fico mas...— ele se aproximou da cadelinha e começou a rosnar pra ele. – parece que ela não gosta muito de mim.

— é só deixar ela num cantinho, que acho que ela deve se entreter com o Mickey. – joy juntou as mãos para implorar. – por favor, hoseok, eu não tenho com quem deixar!

— uh... – ele assentiu. – tudo bem, mas não garanto nada se eles brincarem daquele jeito denovo.

— como ela ta grávida, nao vai engravidar de novo.. – A morena argumentou.– ela não é uma cadelinha tão insaciável assim.

— ta certo, desculpa – Ele fez um gesto para que ela soltasse a cadelinha dentro da sala.

Haetnim desceu do colo de sua dona e foi cheirar Mickey. O cachorrinho fez a mesma coisa, e eles começaram a saltitar de maneira amena.

— não falei que ela não faz nada?

— acho bom mesmo, porque se ficar mijando pela casa...

— o cachorro sem educação é o seu. – Joy ironizou.

— o mickey é educadinho sim dentro de casa. – ele defendeu.

— uh, ta bom... – Ela pegou o celular da bolsa e foi verificar a hora. – vou indo agora, porque já estou atrasada.

— boa sorte na entrevista...

— ah, obrigada. – ela se curvou. – espero voltar logo, e empregada!

— Tomara que sim... Eu sei bem como é querer ter seu próprio dinheiro.

— Mas e você já tentou emprego na sua área?

— já... mas acho que não sou de escritório sabe? — Ele desconversou. — E alguém tem que cuidar da casa, não é?

Ele riu e a Park também.

Era uma cena doce, da sua forma peculiar de inverter os papeis. Os dois não eram uma família, sequer tinham uma relação romântica, e comportavam-se como um casal em que o homem esperava a mulher voltar do trabalho.

Será que um dia aquela relação poderia se tornar de fato uma família, com seu jeito excepcional de ser?

N/A: meu sonho em fazer uma fic que o homem fica em casa de ''dono do lar'' está se realizando gbhbghbg ai ai, eu AMO inverter papeis

e pelo visto nao sou só eu que acho legal homens ''do lar'' hgeubghgb no aguardo do desenrolar dessa familia mais que diferentona.

e se você também gosta, nao esqueça o voto e comentário c:

Puppy or Lucky? » Jung Hoseok (Jhope)Onde histórias criam vida. Descubra agora