12 | Nem sempre é fácil

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Cuidar dos cachorrinhos enchia os dias de Sooyoung de alegria. Ainda mais quando ela chegava de um dia exaustivo de trabalho, e encontrava Hoseok cuidando seus pequenos, juntamente com mamãe Haetnim (e às vezes, Mickey).

Era realmente revigorante ver os cachorrinhos abrirem os olhos e agora explorarem um pouco mais a sua volta. Eles cheiravam e bagunçavam um pouco mais o pequeno apartamento, mas compensavam toda aquela confusão com amor e carinho.

Bagunça nunca fora um problema pra Sooyoung, desde o começo. Afinal, quando se adota um animalzinho e necessário ter cuidado, e tolerância, pois pets tem hábitos diferentes de humanos, e não são apenas brinquedos pra satisfazer o ego humano. Não, animais tem vida própria, vontade própria.

E com o crescimento dos filhotes, ficava mais evidente que não era possível mandar sempre em um animalzinho, pois em certa madrugada, um deles começou a chorar de modo muito alto.

Sooyoung levantou da cama na mesma hora, e foi ver o que estava acontecendo com o bichinho.

Aparentemente, estava tudo bem, visto que ele estava quentinho, na companhia da mãe. Ela tentou fazer uma papinha com ração e agua morna, para ver se o problema era fome, mas o cachorro não parava de chorar.

— São três da manhã... – ela olhou rapidamente para o relógio antes de voltar a falar com o filhote. — Por favor, pare de chorar!

O filhote olhou fixamente para ela, mas antes mesmo que a Park pudesse comemorar, ele voltou a chorar.

A park começou a tremer. Não de frio, porque estava bem agasalhada com seu pijama de flanela, mas de medo. Mais do que nunca, ela sentiu que cuidar de uma vida era uma grande responsabilidade. Já teve amostra de situações ruins, mas nunca no nível que pudesse trazer desconforto para quem estava a sua volta.

— Ai... Capaz de daqui a pouco baterem na minha porta por causa do barulho... – ela continuou a resmungar. — É isso que você quer? Ser separado logo da gente?

O cachorro abaixou o choro. Não deixou completamente de chorar, mas diminuiu o volume.

Sooyoung estava cansada. Tinha que trabalhar no dia seguinte, o sono era a hora mais sagrada para a moça. E agora até aquilo fora tirado dela!

A mulher pensou seriamente a se juntar na choradeira com o cachorro, mas começou a respirar fundo, tentando acalmar seus medos. Era mais que necessária ser uma adulta forte naqueles momentos.

A Park mandou mensagem para o veterinário, mas não obteve resposta. Ela até pensou em mandar para Hoseok também, mas não achava justo acordá-lo naquele horário. Ele já cuidava dos cachorros durante o dia!

— O que eu faço com você hein? – ela olhou para Haetnim e suas crias, que já tinham se aninhado novamente na caminha. – te levo pra cama?

O cachorro foi ao encontro da morena, e ficou um tempo ali, encostado sob a palma da sua mão.

— Será que tudo isso é carência? – ela falou. – ai céus...

Ela pegou o pequeno filhote no colo, que tremia ainda que com a temperatura corporal aquecida. Tudo indicava que era mesmo carência.

— Tá bom, vem dormir comigo. – ela falou para o filhote que não parava de tremer. – mas só dessa vez, certo?

Como esperado, o cachorro não respondeu. Mas surpreendentemente, aninhou-se perto de Sooyoung quando ela voltou para a cama.

E os dois pegaram no sono em plena madrugada.

[...]

Contudo, uma noite maldormida era realmente prejudicial a Sooyoung, que não conseguiu trabalhar bem no dia seguinte. Seu desempenho em vendas foi menor do que o esperado. Ela ficou sem vontade até mesmo de comemorar o happy hour com o pessoal da loja.

— Por que ta recusando? – Rosé indagou. – vai sair com outra pessoa é?

— não, eu 'tô só cansada... – joy rebateu. – quero descansar um pouco em casa.

— Poxa essa pessoa não deu descanso pra você ontem a noite, é? — A outra falvou em tom de malícia.

— Pelo amor de deus, Rosie! Para de pensar besteira. – A morena bufou. – foi só o filhotinho de cachorro que me acordou de madrugada.

— Ah... – ela pareceu decepcionada. – Pode ir pra casa mesmo, já que não tem fofoca boa pra contar...

— Sua bobona. – Sooyoung riu. – pode deixar que da próxima eu aceito.

— Beleza, dai na próxima você arranja um cachorrao de verdade.

— Rosé! – a morena falou, mas a mulher já tinha virado as costas.

Park sooyoung caminhou de volta pra casa um pouco feliz, pois era bom ter a sensação de estar se enturmando com o pessoal da loja (ainda que fossem pessoas muito doidas).

Contudo, a morena não podia negar também que o motivo da sua felicidade era em rever seus bichinhos e ela odiava admitir, mas rever Hoseok também a animava um pouquinho.

A ao destrancar a porta, os filhotinhos vieram recebe-la de um modo adorável. Ela tentou mimar todos, mas havia um filhote em especial que começou a chorar, provavelmente de ciúmes.

Ao identificar qual era o filhote, a Park viu que era o mesmo que tinha chorado na madrugada.

Era um dilema ignorar o choro, para que ele aprendesse a não ser tão dependente dela e acostumasse, mas ao mesmo tempo vê- lo chorar era de cortar o coração.

— nossa, que choradeira é essa.... – hoseok apareceu na porta. – ah, joy, voce chegou.

— Pois é... – ela riu sem humor. – acho que esse filhote aqui ta dependendo de mim emocionalmente, porque não me deixou dormir de noite até que dormisse comigo na cama!

— Ah, por isso você parece um pouco cansada... – Ele delicadamente acaricou sua bochecha.

— Você reparou?

— É, você não chegou sorridente como sempre.

— A falta de sono me deixa assim... – ela suspirou.

— Você podia relaxar um pouco né? – ele falou. – sei lá, a gente sair pra tomar um sorvete... Porque você já vai ter o dia inteiro amanhã pra dormir.

— 'Tá me convidando pra sair? – ela arqueou a sobrancelha.

— uh, acho que seria bom pra sair da rotina... – ele começou a coçar a nuca. – Mas por favor, não me leve a mal...

— Mas e os filhotes?

— Minha irmã logo chega, então ela pode cuidar. – Olhou com carinho ao pequeno barulhento. — E ele não vai ficar sozinho.

— Já que é assim...vou só tomar um banho e trocar de roupa que a gente vai. — Ela sorriu verdadeiramente pela primeira vez naquele dia.


Puppy or Lucky? » Jung Hoseok (Jhope)Onde histórias criam vida. Descubra agora