01 | Peripécias na cidade grande

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O Sol entrava pela janela do novo apartamento de Sooyoung, alugado em Seul. A garota do interior, tinha deixado sua família para trás, e partido em busca do sonho de ser uma modelo na capital do país.

Sabia que não seria fácil, mas ao menos tinha a presença da sua fiel companheira, Haetnim. Uma cachorrinha maltês, que tinha aparecido suja e ferida na sua antiga casa. Após alguns banhos e visitas ao veterinário, Haetnim passou a correr feliz pela seu novo lar, mordendo alguns pares de sapatos, arrancando algumas broncas e risadas suas e de seus pais.

Exatamente como aquele exato momento em que a cachorrinha latia para uma caixa de papelão três vezes maior que ela.

— O que você quer com a minha caixa de pelúcias e brinquedos? — Sooyoung repreendeu o animalzinho. – Não me diga que quer arrancar a cabeça das minhas bonecas?

A cachorrinha latiu, com uma expressão travessa.

— Ok, se você quer brincar, vamos sair... — A garota colocou a mão na cintura para espreguiçar o corpo dolorido. — Eu já estou cansada de desempacotar as coisas mesmo.

A cachorrinha começou a correr pela sala ao perceber que sua dona tirava de uma das caixas, sua coleirinha vermelha.

— Calma, Haetnim, eu já vou. — A morena tentou tranquilizá-la. — Vou só trocar esse pijama amassado por um vestido e já descemos.

Em meio as caixas bagunçadas, a Park tirou um vestido floral e resolveu vesti-lo. Estava limpo, e apesar de bem velho, era confortável e uma das suas roupas favoritas. Não havia porque escolher algo muito luxuoso apenas para passear com sua cachorrinha, então optou por usar aquela roupa.

Desceu as escadas com Haetnim no colo, junto com todos os brinquedos e equipamentos de limpeza. Talvez mimasse muito sua pet, mas de fato era que Sooyoung amava estar com ela o tempo todo. Era sua alegria em meio a dias cinzentos, e um pedacinho reconfortante da sua casa.

O playground não era muito longe dali, e nenhuma placa impedia a presença de animais no grama, então Sooyoung soltou a pequena no chão. Era uma área cercada, então resolveu nem colocar coleira, afinal, a cachorrinha branca e felpuda além de fofa, era obediente e sempre voltava quando era chamada.

A morena resolveu sentar-se no banco de madeira que estava ali perto, na sombra de uma frondosa cerejeira, que graças aquela estação do ano, estava com a copa forrada de flores.

Era o lugar perfeito para ler um bom livro, mas como Sooyoung estava cansada demais, ateve-se a observar ao seu redor. Era um condomínio grande, com vários blocos de apartamentos, e consequentemente, a mais diversa população.

Do ponto onde estava, Sooyoung pode observar um casal namorando. No andar debaixo, um homem assistindo TV, sozinho. Do outro apartamento, uma jovem regando as plantas. Já no playground, algumas crianças brincavam no escorregador.

Contudo, o coração da garota gelou ao não ver mais a cachorrinha a sua frente.

— Haetnim! – Ela gritou.

Ao não obter resposta, a Park tentou controlar seu nervosismo com pensamentos bons. Contudo, suas pernas se moviam por conta própria, sem uma direção certa, apenas na ansiedade de achar o que procurava.

Após rodar por todo condomínio, Sooyoung felizmente achou Haetnim Reconheceu aquele borrão branco escondido por detrás da garagem. E mesmo que de longe, percebeu que ela não estava sozinha.

— Sai de cima da minha bichinha! – A Park falou para aquele cachorro desconhecido, numa tentativa de espantá-lo. — Ai céus, se eu acho quem deixou esse cachorro tarado solto, eu juro que...

— Mickey! – Uma voz masculina correu na direção dos animais. – Você estava aí, seu fujão.

— Então você é o dono desse cachorro safado? – Sooyoung olhou para o rapaz que se aproximava.

Era um um pouco mais alto que ela, e tinha cabelos castanhos, levemente bagunçados, como de quem tinha acabado de acordar. Usava uma regata branca e uma bermuda floral, igualmente amassadas... Roupa típica de homem folgado e irresponsável, bem do tipo que ela queria muita distância.

— Sou eu sim... — Ele agachou para pegar o pequeno cachorro. — Foi só eu dormir um pouco e ele escapou.

— Quem é que dorme com a porta aberta? – A mulher pareceu chocada. — É muita irresponsabilidade.

— Ei, você mal sabe meu nome e quer dar lição de moral? – Ele riu. – Até porque você também deixou sua cachorrinha escapar.

— Mas no meu caso, ela só escapou por um minuto de distração meu. — A morena rebateu, nervosa.

— Ué, e eu também me distraí!

A Park ficou vermelha. Odiava perder uma briga, e era isso que estava prestes a acontecer.

— Não interessa! — Ela alterou o tom de voz. — Se minha cachorrinha ficar grávida, vou fazer você ficar com os filhotes!

— Mas você também deixou a cachorra solta! — Ele pareceu acordar de vez. – Além de não ter a castrado...

— E você não castrou o seu também! — Ela cerrou os dentes. — Não sou só eu a culpada.

— E nem eu,oras! — O rapaz rebateu.

— Ei, vocês dois aí! — Uma vizinha gritou do quinto andar. – Se vocês não pararem com essa briga, eu vou jogar um balde de água gelada nos dois, aqui é condomínio de família.

— Peço desculpas, vizinha. — Ela olhou pra cima. — Eu já tinha acabado mesmo com esse sujeito.

Ouviu o homem ao seu lado rir, mas não quis olhar pra cara do babaca.

— Eu também já vou indo... – Ele rebateu sem olhar para a mulher arrogante a sua frente. – tenho mais o que fazer do me prestar a esse papel.

A morena voltou a encarar o homem, pronta para responder, mas já era tarde demais. E enquanto ele se afastava, o sol pareceu se esconder entre as nuvens.

O tal vizinho irresponsável, com o seu cachorrinho no colo, caminhou em direção ao bloco onde Sooyoung também morava!

Um arrepio percorreu a espinha da Park, só na possibilidade daquele ser folgado seu seu vizinho, seria castigo demais.

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Puppy or Lucky? » Jung Hoseok (Jhope)Onde histórias criam vida. Descubra agora