Décimo sétimo

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      Povo.Duda

    Abro meus olhos com dificuldade olho a minha volta e não reconheço o ambiente onde estou, estou vestida com uma camisa branca rasgada, e uma calça de moletom cinza, tudo muito sujo e aos trapos,  o quarto todo metálico apenas uma cama de solteiro onde me encontro deitada, uma pia e uma privada, isso aqui está parecendo uma cela será que fui sequestrada?. Me levando cambaleando sinto meu corpo pesado, vou até a porta e começos bater e gritar na esperança de que alguém me escute e venha me socorrer.  Porém e inútil. Sento novamente na cama chorando em desespero, estou com muito medo, fome, frio, porque estou aqui?

      Em meio a lágrimas Vejo a maçaneta da porta girar alguém estava prestes a entrar, eu poderia pedir ajuda e implorar pra que me tirasse daqui, mas e se for quem me trancou aqui, essa pessoa pode me machucar, penso tudo isso em frações de segundo e resolvo fingir que estou dormindo. Deito na cama e puxo um fino cobertor sobre minha cabeça deixando apenas uma fresta pra que eu observasse quem estava entrando.

       Quando a porta se abriu vejo minha mãe entrar e deixar a porta aberta, caminhando confiante em minha direção, ela para ao lado da cama. Ela tira uma seringa do bolso com um líquido azul. Antes mesmo que ela pudesse aplicar aquilo em mim dou um salto da cama e a empurro vendo ela cair sentada no chão, saio correndo porta a fora onde dava em um corredor pouco iluminado, olho pra trás e vejo minha mãe correr atrás de mim, sigo pelo corredor até chegar em uma porta de vidro que dava para a rua, tento abrir porém está trancada, minha mãe cada vez mais perto e não tive outra escolha a não ser socar o vidro até que quebrasse, passo pela porta que agora está como cacos no chão, e sigo para rua, correndo sem olhar para trás um ônibus passa por mim e para em um ponto um pouco afrente, acelero os passos e entro no mesmo sem nem saber onde ele iria.  Entro e vou logo para as últimas poltronas e fico lá, as lágrimas insistem em banhar meu rosto, eu não consigo pensar em nada, estou com medo apavorada, porque minha própria mãe me sequestrou e me prendeu naquele lugar horrível?  O pavor e tao grande que nem vejo o ônibus parar e o motorista vir até mim,  vendo meu estado o senhor toca em meu ombro e pergunta curioso.

       -Esta tudo bem querida? Nós chegamos no ponto final, você precisa de ajudar para descer ou para ligar para seus pais?- Pergunta o velhinho com olhar de preocupado.
   
Dou pulo pelo susto que levei passei por ele e fui para a porta dizendo.

      -Nao precisa eu estou bem, se bem que o senhor pode me ajudar sim, por acaso o senhor poderia emprestar seu celular pra fazer uma ligação?- pergunto dando meia volto e ficando novamente frente a frente ao senhor de barba branca.

      -Claro minha filha, tome aqui pode ligar.- diz me oferecendo seu telefone.

  Descemos do ônibus em uma rodoviária onde não havia ninguém parecia abandonada,  vários ônibus escoltados mais sem ninguém embarcando, eu com o  telefone do motorista pensando pra quem eu poderia ligar?  Na hora vem Bianca em minha mente, claro ela poderia me ajudar e só encontrar segurar o anel que ela me deu, porém olho em meus dedos e claro que estou sem ele. Tento puxar na memória o número de telefone dela disco várias vezes e o número está errado até que da última vez ouço sua voz no outro lado da linha. 
   Antes que eu pudesse falar algo vejo passando por trás de um dos ônibus minha mãe ela deve ter me seguido, dou a volta no sentido ao contrário e me escondo porém sem sucesso ela me vê e novamente corre atrás de mim, sinto como se algo atingisse minha cabeça e apago.

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E AGORA HEIM? TIA MICHELE TA MALVADONA
   

ENTRE LOBOS E PAIXOES Onde histórias criam vida. Descubra agora