Capítulo Catorze

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As coisas pareciam estranhas.

Eu e Park Jimin continuamos agindo normalmente, como sempre agimos. Mas de certa forma era estranho. Agora nós sabíamos que ambos sentiam algo um pelo outro.

Ok, algumas coisas mudaram.
Jimin agora era mais carinhoso, dava os beijos que antes eu julgava desnecessários pela "relação" que nós tínhamos, gostava de dormir agarrado comigo.

Antes nós sempre agimos como amigos quando não estávamos transando. Não parecia ter sentimento.

E agora o sentimento era óbvio.

Talvez o que eu tanto estranhe seja o fato de eu não confiar tanto assim no Park Jimin.

Nós não estamos em um relacionamento. Não temos que cobrar nada um do outro.

Mas eu não confio nele.

Se passaram cinco dias que nos "resolvemos", e nós não falamos sobre a briga na festa, nada além de eu ter admitido gostar dele.

Nós termos ficado com outras pessoas não foi discutido.
O que falamos um para o outro não foi conversado.

Como aquilo poderia ser saudável algum dia?

- Coisinha linda - Park Jimin murmurou. - Está acordada?

- Uhum - murmurei.

- Faz café para mim? - pediu e me abraçou mais forte.

- Ah não - neguei e me virei para ele.

- Estou com vontade de tomar, mas estou com preguiça de ir fazer.

- Também estou com preguiça - abracei a sua cintura.

- Hum, isso é um problema - falou baixo e esboçou um sorrisinho, com os olhos ainda fechados. - Já são que horas?

- Quase dez - sussurrei.

Voltei a fechar os olhos, me preparando para voltar a dormir - ou voltar a pensar nas minhas inseguranças.

- Você vai na festa do Jin amanhã? - ele perguntou.

- Ele vai fazer mais uma festa? - voltei a abrir os olhos, olhando para ele, que há estava me fitando.

- Você não viu as mensagens no nosso grupo? - perguntou. - Ele mandou avisando lá.

- Não vi - neguei. - Tinham mensagens demais.

- 'Tá, mas você vai ir? - perguntou mais uma vez.

- Não. Eu tenho que ir para Daegu, lembra?

- E voce não pode não ir? - resmungou.

- Da última vez que eu não fui e descumpri um combinado com a minha mãe, ela ficou uma semana sem me atender.

- A sua mãe as vezes briga com você por besteiras - começou a passar a mão nas minhas costas, acariciando.

- É - concordei. - Se parece com nós dois.

Ele riu.

- Não - ele negou. - Nós não vamos mais brigar.

- Brigar é o que nós fazemos de melhor - brinquei.

- O que nós fazemos de melhor é transar - deu um sorriso travesso.

Eu rolei os olhos e ri.

- Você só fala bobagens.

Ele soltou um riso.

Nós voltamos a ficar em silêncio.

O Park Jimin ficou fitando o meu rosto.

A sua mão que estava alisando as minhas costas subiu até os meus cabelos, onde ele começou a acariciar.

As Nossas ImperfeiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora