Depois da discussão que tive com o Jimin, se passou uma semana.
Nós não conversamos mais.
Ele agora ser de outro cargo, deixava bem mais difícil de vê-lo.
Naquele mesmo dia ele nem mandou uma mensagem, estava emburrado também.
Mas dois dias depois, o meu celular foi bombardeado de notificações de mensagens suas.Eu não respondi nenhuma. Sequer visualizei. E nem me dei ao trabalho de ler elas pelas notificações.
Eu estava chateada. Estava magoada.
Nossas brigas são sempre as mesmas. Ele fala coisas sobre a minha personalidade, diz que não consegue aguentar. Nas últimas vezes usou contra mim a frase "você é tão sozinha" e "você vai acabar ficando sozinha".
Depois se passa alguns dias, ele volta como um cãozinho abandonado, joga o seu charme, e eu acabo cedendo.
Já aconteceu de eu ir até ele, mas eu admitia os meus erros e pedia desculpas.
Diferente dele, que quase nunca pedia desculpas, e não admitia as coisas que errou. Foram raras as vezes que nós brigamos e ele me pediu desculpas.A sua estratégia era só chegar e conversar até me fazer esquecer aquele lado seu insuportável.
Já tinha passado uma semana, mas eu ainda estava mordida com a sua atitude daquele dia e das últimas semanas.
Ele me mandava mensagens as vezes pedindo para esquecermos o que aconteceu, mas sequer chegava perto da sala onde eu trabalho.
Eu mal via ele dentro daquela empresa.
Era a minha folga, e eu estava de bobeira em casa.
Mas o meu sossego foi interrompido por batidas frenéticas na porta.
O Park Jimin batia na porta sem parar e chamava pelo meu nome.
Parecia que as mensagens não respondidas não foram o suficiente para ele entender que o queria longe de mim.
- Eu sei que você está em casa, Hyuna - bateu mais uma vez na porta.
Eu olhei para as chaves penduradas perto da porta, enxergando a chave do apartamento do Park.
Decidida na minha escolha, eu levantei e peguei a chave, indo abrir a porta em seguida.
- Finalmente - murmurou no mesmo instante em que pôde me ver. - Podemos conversar?
- Não - neguei e joguei a chave nele. - Só abri para devolver isso.
- Por que? - perguntou segurando a chave.
- Não preciso mais - encolhi os ombros. - Na verdade eu nem sei o motivo de você ter me dado isso, nós nunca tivemos algo.
O Jimin tinha me dado a chave do apartamento dele um tempo depois que começamos a ficar.
Ele não tinha a chave da minha casa, e nem deveria ter, assim como eu não deveria ter a dele.Era ridículo nós ficarmos dizendo "nós não temos nada", mas ele me dar a chave do seu apartamento para eu ir lá quando eu quisesse.
- Ei, vamos conversar, por favor - pediu.
- Não quero. Eu já entendi tudo naquele dia, não preciso ouvir mais nada.
- Eu quero pedir desculpas.
- Desculpas? - questionei e ele assentiu. - Você nunca pede desculpas.
- Mas agora estou pedindo - deu um passo, ficando mais perto de entrar na casa. - Eu não estava em um bom momento e acabei falando besteiras para você. Eu me arrependi logo depois.
- Isso já faz quase uma semana - respondi.
- Eu não tive tempo de conversar antes. Está muito puxado no trabalho, é tudo muito diferente do que eu fazia antes. Eu quase não te vejo na empresa, e tenho ficado mais tempo lá para conseguir fazer tudo.
Ele deu mais um passo na minha direção.
- Me desculpe, por favor - pediu.
- O que aconteceu? - perguntei. - Está na seca e não viu outra solução senão me procurar? - ergui as sobrancelhas. - Não conseguiu achar outra pessoa para transar?
- Não é isso - fez um muxoxo. - Eu sinto a sua falta, e não estou falando apenas de sexo.
- Naquele dia você desdenhou tudo o que nós fazíamos antes. Agora voltou atrás do nada?
- Não foi do nada.
- Tanto faz, eu não quero ouvir.
Eu ia fechar a porta, mas ele a segurou.
- Hyuna, por favor.
Ele parecia mesmo arrependido, mas eu não ia ceder. Não daquela vez.
- Você faz merda, joga coisas na minha cara e depois acha que eu vou desculpar você? - questionei. - Nós nunca tivemos nada, então do que você sente falta se não for o sexo?
- Da nossa amizade.
- A nossa amizade não existe. Nunca existiu.
Ele suspirou.
- Eu vacilei em falar aquelas coisas. Em dizer sobre você ser sozinha e eu sentir pena. Me desculpe. Não é o que eu penso, só falei aquilo por babaquice - tentou me convencer. - Me desculpa, Hyuna.
- Você me fez perceber que eu não quero mais você perto - falei.
- Não fale besteiras - murmurou, parecendo chateado. - Eu sei que você sente que tem algo diferente...
- Está querendo dizer que eu gosto de você? - perguntei, forçando um sorriso, fingindo deboche. - Você é só um rostinho bonito que é bom de cama, Jimin. Nada mais do que isso.
- Você está me tratando como um objeto - apontou para mim, lembrando da nossa discussão do outro dia.
- Não foi eu que fui na sua casa, transei e depois fui embora. Mal conversando comigo por praticamente uma semana.
- Caralho, o que deu em você? - perguntou incrédulo.
- Você pode me dizer verdades, mas eu não posso? - cerrei os olhos.
- Eu não estava falando sério - grunhiu.
- Não importa, vá embora.
- Eu estou pedindo, por favor, me desculpa.
- Vai se foder - falei. - Você e o seu ego machucado por eu estar te recusando.
- Você reclama que eu não peço desculpas, mas quando eu peço, você age assim - bateu as mãos nas laterais do corpo.
- Você pede desculpas demais quando isso acontece. Não parece ser sincero. Sai daqui - mandei.
Ele me fitou por mais alguns segundos e então balançou a cabeça assentindo. Em seguida ele se virou e saiu.
Eu fechei a porta, a batendo com força e voltei a me sentar no sofá, bufando de frustração.
Queria que aquelas merdas de sentimentos sumissem e eu pudesse ficar em paz comigo mesma.Do que adiantava eu ficar longe do Jimin, se aquilo ia ficar perambulando pela minha cabeça, me lembrando do quão idiota ele é?
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As Nossas Imperfeições
Romansa- Eu odeio você às vezes, sabia? - reclamei. - Quase sempre, na verdade. - Assim você me magoa, coisinha linda - colocou a mão sobre o peito, fingindo estar realmente magoado. - Mas saiba que eu sou doidinho por você. - Você é ridículo - eu dei risa...