Capítulo Sete

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- Vamos conversar - o Jimin pediu, depois que terminamos de tomar o café que ele preparou.

- Não quero - neguei.

Eu não queria aumentar a minha frustração.

- Hyuna - falou. - Do que adianta nós fugirmos do assunto? - perguntou. - Eu só quero esclarecer o que eu disse.

- Você disse a verdade, então o que importa? - perguntei. - Eu estou com dor de cabeça, não 'tô afim de conversar.

- Nós somos amigos, e eu estou aqui para quando você precisar - continuou, ignorando a minha fala e se aproximou. - Eu só estava chateado por você descontar em mim, e falei besteira.

- Eu não estava descontando em você, eu estava conversando sobre aquilo e você estava contrariando tudo o que eu falava.

- A minha intenção era te mostrar que isso acontece.

- 'Tá - eu afirmei. - Eu não quero falar sobre ontem. O dia foi ruim, e eu só quero ignorar ele por enquanto.

- Você vai me desculpar? - perguntou.

- Não tem motivo para desculpas. 'Tá tudo bem.

- Para de ser cabeça dura, Hyuna - reclamou. - Eu estou pedindo desculpas, não pedindo para você assaltar um banco comigo.

- E desde quando você pede desculpas por falar algo assim? - perguntei.

- Você reclama de tudo - fez um muxoxo. - Eu me senti mal por ter falado aquilo. Quero ser a pessoa que você confia para conversar quando precisar.

- Você fala isso, mas quando estamos brigando, você sempre fala no meu temperamento, e que não tem como me aguentar - eu cruzei os braços. - Fala isso agora, mas na próxima briga, vai dizer que nossa amizade não existe.

- Não vou - negou. - Não fica na defensiva comigo.

Eu assenti.

- Quer almoçar? - perguntou, mudando o assunto. - Podemos ir à algum lugar.

- Não - neguei. - A minha cabeça ainda está doendo. Quero ficar em casa.

- Eu tenho que ir para casa. Mas eu posso voltar depois.

- Tudo bem - eu afirmei.

- Você quer que eu venha? - perguntou. - Certeza?

- Desde quando eu minto para te agradar, Park Jimin? - soltei um riso.

- Aish, eu só quero ter certeza de que você me quer aqui.

Ele riu.

- Quer alguma coisa para comer mais tarde? - perguntou. - Eu compro.

Eu balancei a cabeça negando.

- Ok, vou trazer chocolate - falou e eu ri, concordando com a sua fala.

Antes de abrir a porta para ir embora - minutos depois -, ele me olhou.

- Ontem você falou que queria esquecer algumas coisas, e quando eu tentei conversar sobre, você mudou de assunto. Quer conversar sobre isso?

- Não era nada demais - encolhi os ombros. - Só se acumularam coisas ruins antes de ontem que me deixaram mal.

- Tipo o que? - perguntou.

- Meu carro, o que aconteceu no trabalho, a minha mãe brigando comigo por eu ter que faltar o almoço em família...

- E o que eu te falei também?

- Pensei que você já soubesse que isso me chateou - ergui as sobrancelhas. - Não venha ficar se gabando por causa disso, Park Jimin.

- Você pensa tão mal de mim as vezes - fingiu estar ofendido.

- Deve ser por que você faz - falei e ele riu.

- Desculpe - pediu. - 'Tá, eu tenho que ir. Volto mais tarde.

- Até depois - me despedi.

- Até - respondeu e saiu.

Depois que ele foi embora, eu organizei a casa.
Eu estar chapada resultava em deixar as coisas da casa fora do lugar. E eu ainda tinha que agradecer - por causa do Park Jimin -, a casa não estava tão bagunçada como normalmente ficaria.

Comi Lamen no almoço ao invés de preparar algo de verdade.

Após comer e limpar a pia da cozinha, eu fui para o sofá e peguei o meu celular.

Mandei mensagens para a minha mãe, que foram totalmente ignoradas. Ela apenas visualizou as mensagens e não respondeu.

O meu celular voltou a ficar jogado no sofá, comigo estando mais frustrada do que antes.

Jimin voltou perto das seis, com os chocolates que ele havia dito que ia trazer.

Depois das dez da noite nós resolvemos assistir à um filme, e depois o Park Jimin iria embora. Foi isso que combinamos.

Mas eu acabei pegando no sono na metade do filme, e quando acordei, o Jimin estava dormindo ao meu lado.

Nós não tínhamos problema em dormir na casa um do outro. Nós fazíamos isso quando ficava muito tarde para ir embora, ou quando simplesmente pegávamos no sono.

Mas nós não dormíamos perto. Dormíamos na mesma cama, mas com uma certa distância.

O nosso único contato enquanto estávamos dormindo, era o Jimin segurando a minha mão sobre o seu peito.

Não sei dizer o motivo de não dormirmos tão próximos. Nós apenas agimos assim desde sempre.

E era daquele jeito que estávamos no momento.

Park Jimin estava dormindo de barriga para cima, segundo a minha mão, fazendo ela ficar espalmada no seu peito.
Eu podia sentir os seus batimentos do seu coração.

Soltei a minha mão devagar para não acordá-lo e levantei para ir ao banheiro.

Quando voltei a me deitar, Jimin se mexeu.

- Hyuna - ele murmurou.

- Oi.

- Posso ficar? - abriu minimamente os seus olhos. - Está tarde.

Eu soltei um riso, ele provavelmente nem sabia o horário que era, apenas estava com preguiça de levantar.

- Pode - eu afirmei.

- Obrigado, coisinha linda - falou e se ajeitou, voltando a fechar os olhos.

Logo ele puxou o lençol e nos cobriu.

Ele estava vestindo apenas a sua box, provavelmente estava com frio pela noite estar um pouco mais fresca.

Eu estava usando a sua camiseta, e continuei com ela para dormir.

Nós havíamos transado antes de decidirmos assistir ao filme. Afinal, sexo era o único motivo para irmos na casa um do outro.

Poucos minutos se passaram quando ele voltou a segurar a minha mão, como de costume.

Não precisei de muito tempo para voltar a dormir.

Era bom dormir perto de Jimin, mesmo que nós não ficássemos perto enquanto estávamos dormindo. Ainda assim, era confortável tê-lo ali.




As Nossas ImperfeiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora