Eu estava terminando de editar um dos arquivos que eu precisava entregar pronto ainda naquele dia.
Estava concentrada demais fazendo o meu trabalho, que sequer percebi a presença de Jimin atrás de mim.
Somente o percebi quando os seus dedos encostaram nos meus ombros.
Eu olhei para ele de soslaio e voltei a atenção para o computador.— Park Jimin, vaza — falei e ouvi o seu riso.
— Não posso vir falar com você, hum? — perguntou.
— O que você quer? — perguntei.
Ele saiu de trás de mim e se encostou na minha mesa.
— Só vim ver se você está escrevendo tudo certo — provocou.
— Eu sempre escrevo certo — olhei para ele. — 'Tá me tirando?
— Teve uma vez que você me mandou erros absurdos de ortografia.
— Naquele dia que eu estava bêbada? — questionei. — Eu tive motivos óbvios para escrever errado.
— Acho que você estava chapada — corrigiu e eu bati na sua perna.
— Não fala essas coisas — o repreendi.
— Só tem nós dois aqui, coisinha linda — sorriu.
— Para de me chamar assim — rolei os olhos. — Não sei o que você vê de legal em ficar me provocando.
— Acho a sua carinha de brava atraente — mordeu o lábio inferior.
— Idiota — soltei um riso nasal. — Onde os outros estão?
— Foram almoçar — respondeu pegando uma das minhas canetas.
— Nem vi a hora — reclamei. — E você não foi ainda por que?
— Estou esperando você — deu ombros.
— E quais são as suas reais intenções? — ergui as sobrancelhas e cruzei os braços.
— Almoçar com você. Apenas isso — ergueu as mãos em forma de rendição.
— Se eu não te conhecesse, eu acreditaria.
— Poxa, eu só quero almoçar com você e é assim que eu sou tratado? — fingiu ofensa.
Eu ri da sua expressão falsa de ofendido.
— Ok, Park Jimin — peguei o meu celular e a minha bolsa. — Vamos almoçar.
Ele sorriu e se afastou da mesa.
— E o que eu vou receber de recompensa? — perguntou quando eu passei a andar ao seu lado para fora do escritório.
— Eu vou pagar o meu próprio almoço e você tem que ganhar uma recompensa? — perguntei e ele afirmou.
— Claro. Eu te esperei para ir almoçar, então eu tenho que ganhar alguma coisa.
— Eu por acaso pedi a sua espera? — questionei.
— Você é tão doce e delicada, me deixa tocado, sabia? — me olhou feio.
— Você ganha como recompensa uma colega feliz por não estar mais com fome.
— Você está com tanta fome que sequer percebeu que já é hora do almoço — debochou.
— Eu estava trabalhando — encolhi os ombros. — Não presto atenção em outras coisas enquanto trabalho — alfinetei e ele riu.
— O que eu posso fazer se a minha colega de trabalho é gostosa e me tira do sério? — questionou com a voz manhosa. — Você é culpada disso.
— Eu?! — exclamei entre um riso. — Você é tarado e a culpa disso é minha?
— Que culpa eu tenho se você é gostosa? — entrou no elevador logo atrás de mim.
Eu ri e balancei a cabeça negando.
Ele se encostou na parede do elevador, e eu me aproximei.
Coloquei as minhas mãos na parede do elevador, uma mão de cada lado do seu corpo
— E que culpa eu tenho se você não resiste? — sorri o provacando.
Ele aproximou o rosto e me roubou um selar.
— Park Jimin — o repreendi. — No trabalho não — me afastei.
— Você que ficou aqui em cima de mim. Eu só não resisti — provocou, com o seu sorriso bonito a mostra.
No mesmo instante a porta do elevador se abriu e eu saí primeiro do que ele, deixando-o sem resposta.
Logo ele já estava andando ao meu lado e nós seguimos até o restaurante que ficava ao lado do prédio em que trabalhávamos.
— Você vai na festa do Jin? — questionou quando nos sentamos um de frente para o outro na mesa.
— Alguma vez eu já faltei uma festa do Jin? — questionei e ele riu.
— Só para confirmar — encolheu os ombros e começou a olhar o menu.
Nós fizemos os nossos pedidos e ficamos conversando.
A maior parte da conversa foi sobre trabalho.
Ambos trabalhávamos na área do marketing da empresa, por esse motivo, nós estávamos sempre juntos.As vezes eu tinha vontade de esganar o Jimin, mas no geral, eu gostava de ter parte do meu dia perto dele — e as vezes praticamente o dia inteiro.
Haviam dias que o Park ia para a minha casa após o nosso expediente de trabalho.
Quando voltamos para o prédio e estávamos dentro do elevador — sozinhos novamente —, Jimin acabou ficando mais perto, e a sua atenção estava totalmente em mim enquanto eu falava.
Os seus olhos estavam fixos nos meus lábios. Ele estava prestando atenção no que eu falava, tanto que ele estava respondendo normalmente. Mas o seu olhar não saia dos meus lábios. O rapaz parecia querer me beijar naquele exato momento.
O que era estranho, já que nós não tínhamos o costume de nos beijar sem um "motivo". Nem mesmo apenas um selar.
Nossa relação é somente sexo. Fora isso, nós somos amigos.
Nossos beijos só vinham quando um dos dois tinha segundas intenções. Ou quando um de nós queria provocar o outro, como por exemplo naquele momento em que Jimin selou os nossos lábios.Apesar de eu gostar de beijá-lo e desejar ter mais vezes os seus lábios carnudos e saborosos pressionados contra os meus, eu não conseguia simplesmente beijá-lo sem algum motivo, mesmo que eu sentisse vontade. E ele também não fazia, então era por que estava bom daquele jeito.
— 'Tá me olhando assim porquê? — perguntei.
— Nada — balançou a cabeça negando.
Ele desviou o olhar para o painel do elevador, checando o andar em que estávamos.
A nossa conversa continuou fluindo normalmente e Park não voltou a me encarar daquele jeito de antes.
— Me toquei de uma coisa agora — falou e me olhou ao sairmos do elevador. — O nome da minha ex é Yuna. A única coisa que muda é que o seu nome tem o H na frente.
— Você não tem o que falar então fala coisas desnecessárias? — soltei um riso.
— Gosto de incomodar você.
E se passou mais um dia repleto de provocações.
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As Nossas Imperfeições
Storie d'amore- Eu odeio você às vezes, sabia? - reclamei. - Quase sempre, na verdade. - Assim você me magoa, coisinha linda - colocou a mão sobre o peito, fingindo estar realmente magoado. - Mas saiba que eu sou doidinho por você. - Você é ridículo - eu dei risa...