Capítulo Dezesseis

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Dois dias depois eu fui até o apartamento do Park Jimin.

Eu havia faltado o trabalho naqueles últimos dois dias.

Eu queria pensar, e sinceramente, eu já não ligava mais em receber faltas. Já estava pensando em sair daquele lugar.

Quando ele abriu a porta e me viu ali, pareceu surpreso, mas tentou esboçar um sorriso pequeno.

- Eu fui até a sua casa hoje - falou antes mesmo de me cumprimentar. - Pensei que tivesse acontecido alguma coisa para você ter faltado, mas o seu carro não estava lá.

- Não aconteceu nada, eu só não quis ir trabalhar - respondi.

- Hum - murmurou e olhou para trás, como se estivesse checando se a casa estava arrumada. - Vem, entra.

Me deu espaço para entrar.

Eu entrei e tirei os meus tênis, calçando os chinelos que ele colocou na minha frente.

Nós andamos até o sofá e nos sentamos. Só então ele quebrou o silêncio.

- Você viu as mensagens que eu te mandei? - perguntou.

- Vi - afirmei.

Era óbvio a sua falta de jeito para falar, visto que só balançou a cabeça e parecia pensar no que falar.

- Eu não acho que dê certo - falei, atraindo o seu olhar para mim. - Não consigo mais.

- Como assim? - perguntou.

- Não dá mais, Park Jimin - balancei a cabeça. - Era bom antes, no início, quando não tinha nenhum sentimento envolvido. Mas agora não dá.

- Ter sentimentos envolvidos não seria um motivo para nós continuarmos? - questionou. - Não seria um motivo para darmos mais um passo nisso?

- Seria se fosse uma coisa saudável - respondi. - Nós somos completamente tóxicos um com o outro. Sempre foi assim. Mas no início não importava por que era só sexo.

- Nós podemos tentar mudar isso.

- Podemos tentar e ter mais uma decepção em menos de um mês - eu sorri fraco. - Nós estamos sempre brigando, e não são brigas bobas que são resolvidas com uma conversa depois. Nós brigamos, nos ofendemos, dizemos coisas que vão magoar o outro. E no fim, nós transamos e fingimos que nada aconteceu. Quando isso é saudável?

- Tem razão - ele concordou.

- Eu fiquei longe de tudo nesses dois dias, e pensei muito sobre isso. Nossa relação é extremamente tóxica.

- Eu posso mudar - sentou mais perto. - Juro que vou me esforçar.

- Pensa de verdade nisso - falei. - Reflita sobre tudo o que já aconteceu nesses últimos meses. Você realmente consegue ver isso dando certo?

- Eu quero ficar com você - falou em tom baixo.

- Eu nem consigo confiar em você, e você provou que eu estava certa em desconfiar - encarei os seus olhos conflituosos. - Não estou querendo voltar nesse assunto. Mas para ter algo, precisa existir confiança, e aqui não existe.

- Então vamos nos afastar? - perguntou.

- É o melhor - falei baixo e desviei o olhar para as minhas mãos.

- Nós trabalhamos no mesmo lugar, não vamos nos afastar totalmente.

- Eu vou ir embora para Daegu - respondi de imediato. - Não gosto mais de trabalhar naquela empresa, e não tem nada que me segure aqui. Acho que vai ser bom ficar perto da minha família.

As Nossas ImperfeiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora