Dois dias depois eu fui até o apartamento do Park Jimin.
Eu havia faltado o trabalho naqueles últimos dois dias.
Eu queria pensar, e sinceramente, eu já não ligava mais em receber faltas. Já estava pensando em sair daquele lugar.
Quando ele abriu a porta e me viu ali, pareceu surpreso, mas tentou esboçar um sorriso pequeno.
- Eu fui até a sua casa hoje - falou antes mesmo de me cumprimentar. - Pensei que tivesse acontecido alguma coisa para você ter faltado, mas o seu carro não estava lá.
- Não aconteceu nada, eu só não quis ir trabalhar - respondi.
- Hum - murmurou e olhou para trás, como se estivesse checando se a casa estava arrumada. - Vem, entra.
Me deu espaço para entrar.
Eu entrei e tirei os meus tênis, calçando os chinelos que ele colocou na minha frente.
Nós andamos até o sofá e nos sentamos. Só então ele quebrou o silêncio.
- Você viu as mensagens que eu te mandei? - perguntou.
- Vi - afirmei.
Era óbvio a sua falta de jeito para falar, visto que só balançou a cabeça e parecia pensar no que falar.
- Eu não acho que dê certo - falei, atraindo o seu olhar para mim. - Não consigo mais.
- Como assim? - perguntou.
- Não dá mais, Park Jimin - balancei a cabeça. - Era bom antes, no início, quando não tinha nenhum sentimento envolvido. Mas agora não dá.
- Ter sentimentos envolvidos não seria um motivo para nós continuarmos? - questionou. - Não seria um motivo para darmos mais um passo nisso?
- Seria se fosse uma coisa saudável - respondi. - Nós somos completamente tóxicos um com o outro. Sempre foi assim. Mas no início não importava por que era só sexo.
- Nós podemos tentar mudar isso.
- Podemos tentar e ter mais uma decepção em menos de um mês - eu sorri fraco. - Nós estamos sempre brigando, e não são brigas bobas que são resolvidas com uma conversa depois. Nós brigamos, nos ofendemos, dizemos coisas que vão magoar o outro. E no fim, nós transamos e fingimos que nada aconteceu. Quando isso é saudável?
- Tem razão - ele concordou.
- Eu fiquei longe de tudo nesses dois dias, e pensei muito sobre isso. Nossa relação é extremamente tóxica.
- Eu posso mudar - sentou mais perto. - Juro que vou me esforçar.
- Pensa de verdade nisso - falei. - Reflita sobre tudo o que já aconteceu nesses últimos meses. Você realmente consegue ver isso dando certo?
- Eu quero ficar com você - falou em tom baixo.
- Eu nem consigo confiar em você, e você provou que eu estava certa em desconfiar - encarei os seus olhos conflituosos. - Não estou querendo voltar nesse assunto. Mas para ter algo, precisa existir confiança, e aqui não existe.
- Então vamos nos afastar? - perguntou.
- É o melhor - falei baixo e desviei o olhar para as minhas mãos.
- Nós trabalhamos no mesmo lugar, não vamos nos afastar totalmente.
- Eu vou ir embora para Daegu - respondi de imediato. - Não gosto mais de trabalhar naquela empresa, e não tem nada que me segure aqui. Acho que vai ser bom ficar perto da minha família.
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As Nossas Imperfeições
Romansa- Eu odeio você às vezes, sabia? - reclamei. - Quase sempre, na verdade. - Assim você me magoa, coisinha linda - colocou a mão sobre o peito, fingindo estar realmente magoado. - Mas saiba que eu sou doidinho por você. - Você é ridículo - eu dei risa...