Capítulo Quatro

586 53 10
                                    

Bufei ao ouvir o Park Jimin falando mais uma vez de como a Soyeon deu em cima dele mais cedo.

O rapaz parecia sentir prazer em me contar aquelas coisas nos mínimos detalhes, sabendo que eu não gostava nadinha de ouvir.

Sim, eu tinha ciúmes. E não, eu não admitia isso à ele. Então ele ficava contando essas coisas para me provocar. Testar até onde eu ia negar o ciúmes.

Mas eu nunca cedia, eu negava até o fim, e continuaria assim.

- Talvez eu devesse dar uma chance à ela - continuou, e mexeu o canudo no seu copo de café americano. - As investidas dela são boas.

- Está tomando café comigo porquê então? - perguntei. - Vá tomar café com ela.

- Prefiro ficar aqui te contando essas coisas - deu de ombros e olhou para a janela do local. - Ela não é muito boa de conversa. Só é bonita e sabe flertar.

Eu soltei um riso nasal e voltei a comer a minha torta de morango.

Eu odiava saber que ele estava apenas me provocando, mas mesmo assim me incomodava.
Aquelas brincadeiras eram sobre a Soyeon, mas ele ficava com outras pessoas. Mesmo que negasse de pés juntos, eu sabia que era mentira.

Ele me olhou e esboçou um sorriso provocador.

- Porque está tão quieta? - perguntou.

- Eu estou comendo - apontei para a torta, como se não fosse óbvio.

- Você fica tagarelando entre uma garfada e outra. E agora está em silêncio.

- O que você quer que eu responda? - ergui as sobrancelhas. - Ela sempre dá em cima de você, isso não é novidade nenhuma.

- Mas agora eu acho que vou dar uma chance - bebeu um pouco do café.

- Então vai, Jimin - fui curta. - Aproveita que ainda não é hora da empresa abrir. Vai comer a super modelo que sabe flertar muito bem.

Eu detesto a mulher, mas não posso negar que ela é super bonita e atraente.
Às vezes eu realmente não entendo como o Jimin ainda não ficou com ela. Já que ela diariamente joga o seu charme para cima dele.

E mesmo que houvesse a possibilidade do Park não falar sobre ter ficado com ela, a mulher com certeza espalharia aos quatro ventos que ficou com o moreno. Todos saberiam.

- Você está bravinha por quê? - perguntou voltando com o sorriso.

- Ai senhor, me dê paciência - exclamei. - Quem disse que eu estou brava?

- Você só me chama de Jimin quando está brava - se inclinou um pouco na mesa. - Ciúmes, coisinha linda?

- Não posso ter ciúmes do que não é meu - sorri com sarcasmo.

- Ainda pode ter ciúmes, mesmo que não seja seu - voltou a se encostar na cadeira. - Eu tenho ciúmes de você.

- Por que você é ridículo.

Quanta hipocrisia, Lee Hyuna.

Ele riu.

- Eu não sou seu porquê você não quer - sorriu sugestivo.

- Você não é meu porque você quer ser de várias - também sorri.

- Você delira nessas coisas, Hyuna.

- 'Tá bom - concordei só para parar com aquele papo de fingir ser fiel à um relacionamento que sequer existe.

Eu terminei de comer a torta e beber o café, e levantei.
Não aguentava mais ouvir o Jimin falar sobre a Soyeon.

Caminhei até o caixa para pagar a minha conta, mas Jimin me puxou.

- Eu vou pagar - falou pegando a sua carteira.

- Eu posso pagar por um café e uma fatia de torta, Park Jimin.

- Eu convidei, então eu pago.

Eu ignorei ele e coloquei o dinheiro sobre o balcão, mostrando à atendente o papel em que o meu pedido estava anotado, com o valor da conta.

Virei as costas e saí da cafeteria, deixando o Jimin para trás.

Segundos depois eu pude ouvir os seus passos apressados logo atrás de mim, diminuindo as suas passadas largas apenas quando conseguiu me alcançar.

- Vai ficar brava comigo? - perguntou.

- Não estou brava, Park Jimin - ajeitei a bolsa no meu ombro. - Só por que eu não te deixei pagar a conta, não quer dizer que eu esteja brava.

- Não é por isso que eu estou falando. Eu conheço você, sei quando tem algo de errado.

- Talvez não conheça tão bem assim - olhei para ele.

Ou talvez conheça.

- Não quero ficar com a Soyeon - parou de andar. - Eu falo para te provocar.

- Eu sei - afirmei parando também. - E é por saber disso que me irrita tanto. Você faz para me provocar.

- Aish - rolou os olhos e se aproximou. - Eu gosto de te incomodar as vezes.

- Você faz sempre - ergui as sobrancelhas. - As suas provocações são ridículas.

- Você fica brava, então eu atinjo o meu objetivo - sorriu.

- Você é ridículo - empurrei o meu dedo no seu peito.

- 'Tá, vai - passou o braço pelos meus ombros. - Eu só gosto de te provocar, mas não quero ficar de mal com você por besteira.

Nós voltamos a caminhar, dessa vez com o Jimin me abraçando.

- Nós já brigamos demais. Então não vamos brigar por causa das minhas provocações, por favor.

- 'Tá bem - assenti.

Nós ficamos em silêncio por alguns instantes, enquanto estávamos seguindo até o prédio da empresa.

- Então você vai dar uma chance à Soyeon? - quebrei o silêncio, lhe lançando um sorriso provocador. - Acho que vou falar para ela, assim você não demora em ter atitude.

- Ela já não sai do meu pé mesmo quando eu recuso as suas investidas. Se você fala alguma coisa eu estou perdido - fez uma careta. - E você por acaso está se referindo à quando nós ainda não estávamos ficando? - desceu a sua mão para a minha cintura e fez cócegas.

- Você que chegou nessa conclusão - dei de ombros, me afastando das suas mãos. - Eu só falei.

- Garota... - ele cerrou os olhos.

- Eu não posso mais ser chamada de garota, Park Jimin. Tenho 25 anos.

- Oh, sim - concordou e parou na minha frente, se curvando levemente. - Me desculpa, Ajumma.

- Park Jimin, vai se ferrar - bati no seu ombro e ele riu.

- Vamos, mulher adulta - voltou a puxar os meus ombros. - Estamos quase atrasados já.

- Idiota - falei entre um riso e rolei os olhos.

Nós voltamos andar, seguindo para o nosso destino.

As Nossas ImperfeiçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora