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Quando ela abriu os olhos novamente, imaginou que estaria em qualquer outro lugar, menos no imenso vazio

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Quando ela abriu os olhos novamente, imaginou que estaria em qualquer outro lugar, menos no imenso vazio.

Boiando como uma alma sem rumo.

As lágrimas se acumularam novamente, a fazendo se encolher ainda mais, tristeza a inundando.

Ela ainda sentia o aperto em seu pescoço, ainda sentia a dor que era estar naquela forca, ainda sentia o medo, o pavor.

Abraçando as pernas, Athanasia apertou os olhos, sentindo um grande vazio em seu peito, seu corpo doía, sua cabeça pesava.

Mas quando tudo se iluminou, Athanasia imaginou que tudo finalmente acabaria, que tudo se findaria e ela poderia finalmente se entregar aos braços da morte.

Mas então um choro desesperado a ensurdeceu, enquanto sentia uma dor crepitante em suas nadegas, seus olhos se abriram, observando o lustre do teto.

Olhando ao redor, ela reconheceu figuras vestidas como serventes e não demorou para perceber que o choro era tanto seu, quanto o de outro bebê.

Bebê esse que chorava nos braços de uma linda mulher de olhos rosas.

- A segunda princesa do império finalmente nasceu! Você conseguiu lady Diana! - exclamava a uma mulher completamente suja, para a bela fada pálida e cansada.

Diana... princesa.

- Anastácia. - disse a fada, a voz fraca e cansada, enquanto estendia o braço livre na direção do bebê. - Será esse seu nome.

- Mas vossa graça, Anastácia não é um pouco...

- Vai ficar tudo bem. Ele não será capaz de fazer nada contra elas. Mesmo que seja esse o nome.

Finalmente nos braços da fada, a princesa não conseguia parar de olha-la, não conseguia desviar seus olhos da bela mulher que parecia em seu leito de morte.

Diana, como ouviu chama-la, sorriu para si, beijando sua cabeça.

- Athanasia e Anastácia. As duas princesas mais lindas de Obelia. - Ela suspirou cansada, deitando sua cabeça no travesseiro e fechando os olhos.

Athanasia.

Athanasia.

Athanasia.

Athanasia.

Aquele nome se repetia em sua mente enquanto o caos se estabelecia ao redor, mas ela não ouvia, apenas ouvindo aquele nome se repetir e se repetir em sua cabeça.

Olhando para o outro bebê, a princesa viu um pequeno ser loiro que se esgoelava em gritos e lágrimas, a imagem lhe entristecia, então em um ato simplório, sua mãozinha sem muita coordenação agarrou a pequena e rechonchuda, vendo o bebê se acalmar e finalmente abrir os olhos.

E foram aqueles olhos que a fizeram chorar, um choro desesperado demais para um bebê, um choro de horror, tristeza e pânico.

Um choro causado por aqueles olhos.

Olhos de jóia.

...

Anastácia.

Era esse seu nome agora.

Era assim que Lily a chamava nessa vida.

Ela suspirou, fazendo a amável babá lhe olhar com dúvida.

Lilian York cuidava das duas princesas a algum tempo, ambas tinham apenas poucos meses, mas desde o começo ela percebeu coisas estranhas circulando as pequenas.

Athanasia era uma garotinha observadora, curiosa e até mesmo bastante energética, sempre muito amável e carente, amava estar nos braços da babá.

Era como um bebê normal.

Mas sua maior preocupação era dirigida para a segunda princesa, Anastácia.

A jovem princesa era... estranha demais para ser um bebê normal.

Era um bebê que chorava constantemente, muitas vezes deixando a babá indiscritivelmente triste, Anastácia era um bebê que chorava com dor, com grande tristeza, e tão constantemente que Lily muitas vezes não sabia o que fazer.

Mas ao mesmo tempo que a bebê chorava compulsiva e constantemente, era também uma criança muito quieta e silenciosa, olhava sempre para o nada, sem dar atenção a qualquer investida das empregadas ou até mesmo da própria irmã que segurava sua mão por entre as grades dos berços, que por causa do choro incessante de Athanasia, foram unidos.

Nunca chorava quando estava suja ou faminta, na verdade Lily ficava apavorada, já que ela estava se tornando um bebê magro demais para seu próprio bem, sempre rejeitava a comida e sempre que aceitava, não demorava a colocar tudo para fora, e o mais aterrorizante era que nenhum médico dizia qual problema ela tinha.

Um desses médicos uma vez disse que poderia ser um problema que não se vê, nem se medica.

Um problema que vinha do coração.

E depois disso, Lily passou a olhar com outros olhos, buscando amar ainda mais e demonstrar esse amor.

E o tempo foi passando.

𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬'𝐬 𝐒𝐞𝐜𝐨𝐧𝐝 𝐋𝐢𝐟𝐞 - ʷᵐᵐᵃᵖ Onde histórias criam vida. Descubra agora