𖣔𝚆𝚑𝚘 𝚖𝚊𝚍𝚎 𝚖𝚎 𝚊 𝚙𝚛𝚒𝚗𝚌𝚎𝚜𝚜𖣔
《Volume 2 no perfil》
Quando Athanasia decidiu finalmente desistir de tudo, ela não esperava o que estava por vir.
Ela não esperava nascer novamente.
Mas quando abriu os olhos naquela manhã, depois de ter...
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Athanasia bateu na porta do quarto, ainda nos braços de Félix, mas não recebeu respostas.
- Princesa Anastácia ainda não se recuperou? - o guarda perguntou entristecido.
- Any tem uma saúde muito fraca... - Athanasia disse mais triste ainda. - E ela parecia muito assustada por estar no barco. Eu devia ter percebido e ido sozinha.
- Não foi sua culpa vossa alteza, princesa Anastácia ficará bem logo, logo, e então vocês poderão se divertir juntas de novo. - ele tentou animar a menina, sorrindo enquanto ela olhava para ele.
- É, você tem razão. - a menina disse incerta, logo abraçando o pescoço do homem. - Ela deve estar dormindo, Félix, vamos indo. Deixe ela cochilar.
- Sim, vossa alteza. - ele respondeu indo embora, rumo ao palácio Granada.
Dentro do quarto, cansada demais para lidar com tudo, Anastácia sentia todo seu ser dolorido, ela não conseguia dormir por causa da febre e dor de cabeça, agora seu corpo doía mais do que tudo e os pesadelos vieram com mais força, impedindo a menina de dormir corretamente.
Em um dado momento, a imagem da linda fada que lhe deu a luz brilhou em sua mente, o conforto de seu abraço, o calor remanescente de sua pele fria, sua voz suave, tudo parecia acontecer novamente, era como se Diana estivesse ali.
- Mamãe... - Ela murmurou, as lágrimas descendo de seus olhos que não conseguiam se abrir. - Por quê eu ainda estou viva?
Seu choro era silencioso, mas ainda transmitia toda sua dor, uma dor que ninguém podia ver, ninguém podia sentir.
- Eu queria ter morrido.
E o sono a sequestrou, um sono tranquilo e sem pesadelos.
Um sono velado pela linda e entristecida alma que pairava sobre a cama, chorando lágrimas tristes, sofrendo com a dor de seu sofrido bebê.
Tudo vai melhorar. Foi essa frase, dita na voz mais linda que já ouviu, que Anastácia encontrou o descanso que tanto almejava.
...
- Pela sua expressão, posso dizer que você esteve bem. - disse Claude, vendo a menina sorrindo.
Diferente de Anastácia que se sentia no paraíso dos sonhos, Athanasia passava por um momento difícil, o momento de enfrentar Claude frente a frente.
Depois do homem quase matar as duas meninas, sim, Athanasia guardava rancor pelo estado que sua irmã ficou, a princesa desejava mais do que tudo evitar o homem pelo resto da vida.
Mas lá estava ela, sozinha com ele pela primeira vez.
- Papai está mais bonito também. - Ela sorriu.
O clima estranho continuou, enquanto ambos estavam frente a frente.
- Vamos comer, eu os fiz preparar coisas que vocês gostariam. - ele ordenou mas sua sobrancelha se franziram quando lembrou da ausência da segunda menina.
- Obrigada pela comida. - disse ela, ignorando a forma como o pai agiu, querendo que ele deixasse sua irmã em paz.
Claude observava, mas seus olhos discretamente se desviavam para o lugar posto para Anastácia.
Mas se distraiu quando os talheres da menina simplesmente saíram voando para longe.
- Você precisa aprender mais etiqueta. Vou mandar alguém para seu palácio amanhã. - ele disse, observando a face assustada de Athanasia. - Aqueles de quem você tem aprendido não têm aula, então é hora de você receber suas devidas lições.
- Athy fará o seu melhor, papai! - Ela sorri para ele, se virando para falar com sua irmã, mas trava ao lembrar que ela não estava ali.
Claude a olhou.
Desde o acidente no lago, Claude não conseguia tirar a imagem de Anastácia em um ataque de pânico perturbador, foi uma coisa diferente de tudo que já viu e ele desacreditava que uma menina daquele tamanho pudesse ter tais reações.
- Anastácia...
Athanasia soluçou, assustada que de repente a voz do homem soltou o nome de sua irmã, tirando o foco do que fazia ela o olhou, estranhando o homem que quase nunca chamava pela gêmea mais nova.
- Como?
- Anastácia... - ele fez uma pausa, pensando no que faria. - Não é nada. Coma.
....
- Ela não é um pouco descarada? Ela deve ter herdado isso de Diana. - Claude divagou sério, o chocolate que caiu em sua cabeça mais cedo em sua mão.
- Lady Diana foi realmente o tipo de deixar uma impressão duradoura sobre qualquer um.
- Um ano mais e eu teria esquecido o rosto daquela mulher.
O silêncio tomou o lugar, fazendo Félix engolir em seco.
- Você gostou da sua refeição com princesa Athanasia? - perguntou o ruivo, buscando mudar de assunto. - Ela não é verdadeiramente uma linda princesa?
- "Adorável". - repetiu Claude, a imagem da menina em mente. - Eu perdi essas emoções há muito tempo.
A tensão caiu novamente, enquanto ambos olhavam o quarto defeituoso no canto escuro do quarto, onde Penélope Judith estava desenhada.
- Deixe-me. Me sinto cansado. - ele pronunciou, se arrumando no sofá.
- ... Honras e glória ao império Obeliano. - E assim Félix saiu.
A porta se fechou, deixando Claude na penumbra escura do quarto e preso em seus pensamentos.
Adorável, hum.
Ele quis rir.
A imagem de Athanasia inundou sua mente, a menina petulante que fazia o que queria, falava o que quisesse e sempre sorria como uma idiota, tão pequena que quase não chegava em seu joelho, pesada e com bochechas grandes.
Nunca pensou nela como uma representação de adorável.
Muito menos sua irmã.
Anastácia.
A menina que parecia muito consigo quando criança, o que fazia empregados pensarem que fosse um menino. Era arrogante, petulante e preguiçosa. Era mais magra e menor que a irmã, fazendo a garota ter um ar de fragilidade. Mas ele sabia que bastava ela crescer um pouco mais que as semelhanças com aquela mulher iriam aparecer, mesmo que ainda fosse parecer com ele.
A imagem da menina lhe veio a mente.
Pensar em seu rosto pequeno e levemente rechonchudo o fez lembrar de seu estado na água.
Não, ela não era uma boa representação para alguém adorável.
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