🏮4.8🏮

344 57 7
                                    

Escuridão.

Novamente Anastácia se sentia inundada em escuridão.

Um breu sufocante e perturbador que a engolia por uma eternidade que, mesmo consciente de que se findaria, parecia que jamais teria fim.

Foi quando abriu os olhos e novamente se viu na imensidão escura do imenso nada.

Ah, sim, ela lembrava daquele lugar.

O imenso vazio sem som, sem escapatória.

Mas algo ali dizia que seria diferente dauqela vez.

Foi por isso que ela continuou andando.

Andou por horas, com seu coração acelerado, suas mãos suando, o nó se formando na garganta.

A apreensão insitando a ansiedade, a ansiedade insitando o medo, e o medo insitando a coragem.

Ela não seria covarde.

Ela precisava fazer isso.

Sentindo as costas formigarem, Anastácia travou em seu lugar, a sensação de que existia algo atrás de si era tão poderosa que a fazia se desesperar.

Mas ela não podia correr, ela precisava enfrentar o que quer que estivesse ali, atrás de si.

Fechando os olhos, ela reuniu toda a força que existia em si.

E então se virou.

•••

Sentada no chão de pedra, Anastácia observou sua escuridão murmurando enquanto riscava as paredes húmidas e geladas com as próprias unhas, essas que se quebravam e feriam.

Observando cada movimento, ela conseguiu entender o que a escuridão estava fazendo.

Ela escrevia palavras repetitivas e constantes.

"Morte a Claude, morte ao rei, queime no inferno."

Repetidas e repetidas vezes.

Mas então, ela parou de repente, retesando no lugar, silenciando seus sussurros e murmúrios antes de lentamente se virar.

Seus olhos loucos e opacos transmitiam raiva e angústia, um ódio imensurável e completa tristeza, mas acima de tudo, um grande rancor.

Mas dessa vez, Anastácia não teve medo.

Ela sentiu pena.

Aquela que estava ali... Aquela Athanasia.

Era uma criatura muito triste.

Ambas se encararam pelo que poderiam ser horas, ou segundos, ou talvez por uma eternidade.

Ela não sabia dizer, como sempre, o tempo era relativo ali.

O sorriso cruel da escuridão se abriu lentamente, embebido de pura loucura.

Mas Anastácia não se moveu.

- Você voltou. - a escuridão cantarolou gargalhando enquanto inclinava seu pescoço em uma posição estranha. - Finalmente veio se unir a mim? Anastácia. - Ela debochou, gargalhando mais alto.

Mas a princesa não disse nada.

Estranhando o comportamento da menina, a escuridão rosnou irritada, pulando de pé em um segundo, ficando furiosa repentinamente.

Athanasia odiou o que viu.

Ela odiou os olhos de pena.

Odiou ver o maldito rosto que tanto se acemelhava ao de Claude expressando tanta pena e compaixão por si.

- Por que você veio até aqui? - Ela gritou, rosnando e reunindo como um animal, puxando os cabelos enquanto, no mesmo passo, arranhava seu rosto com as unhas ensanguentadas. - POR QUE ESTA COM PENA DE MIM?!

O grito estridente feriu os tímpanos de Anastácia, mas ela não se assustou.

Ela havia mudado.

E para sobreviver, ela precisava mudar sua escuridão também.

Foi por isso que Anastácia se levantou decidida, fazendo a escuridão a olhar com perdida.

- O que diabos à com você? - a escuridão perguntou, seus olhos se cerrando.

Mas Anastácia não respondeu, apenas marchou em direção a garota.

- Eu encontrei a mãe. - Ela disse, fazendo a outra garota cambalear.

Mágoa brilhou em seus olhos.

Essa que logo foi encoberta por raiva.

- Então foi assim que você fugiu? - Ela riu em desprezo. - Ela veio salvar você? - a escuridão gruniu furiosa, começando a rodear a princesa, seus pés descalços e sujos fazendo um som seco ao colidir com o piso irregular.

Anastácia tremeu ao ouvir a voz fantasmagórica ecoando em todos os lados, expressando uma mágoa profunda.

Foi quando em um instante, as mãos feridas rodearam o pescoço de Anastácia, o peso do outro corpo a forçando a cair, e em um segundo, Athanasia a estava enforcando com pura e bruta fúria.

- Por quê? - Ela sussurrou. - POR QUÊ ELA VEIO SALVAR VOCÊ?! - Ela gritou poderosamente, suas mãos eram como ferro, não se movendo mesmo quando Anastácia tentou se debater. - POR QUE ELA SALVOU VOCÊ, E NÃO A MIM?!

Um grito furioso irrompeu o ar, e logo milhares de outros gritos a acompanharam enquanto Anastácia tentava se soltar, o medo ganhando mais uma vez.

Ela precisava fazer alguma coisa.

Foi quando ela ouviu...

Quando ela ouviu a voz de Diana.

"Lute!"

A voz da mulher gritou por cima de todos, por cima de tudo.

E esse simples incentivo foi o suficiente para Anastácia se encher de coragem.

Ela estava certa.

Ela não estava sozinha.

Dessa vez, ela tinha Diana.

Fechando os olhos, a princesa tentou afastar o medo, tentou se lembrar de tudo que a fazia bem.

Ela lembrou de Lily a colocando para dormir.

Se lembrou dos abraços quentes de Félix.

Lembrou da risada da irmã.

Lembrou de Wahid lhe lambendo o rosto.

Se lembrou do sorriso sarcástico de Lucas.

E então, se lembrou do carinho suave de seu pai.

E então, como um passe de mágica, toda a escuridão foi lavada por luz.

💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎💎

❌CAPÍTULO NÃO REVISADO❌

Holla mi amores!

Gostaram do capítulo?

Capítulo foi curtinho, um pouco ruim, mas eu fiz com todo o amor, então espero que vocês tenham gostado!

Beijos e Xeiros para vocês!

𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬'𝐬 𝐒𝐞𝐜𝐨𝐧𝐝 𝐋𝐢𝐟𝐞 - ʷᵐᵐᵃᵖ Onde histórias criam vida. Descubra agora