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Era estranho

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Era estranho.

Bebendo um gole de seu chá, Anastácia olhava fixamente para a mesa branca da sacada, o cotovelo no braço de sua cadeira de rodas e a mão apoiada no punho.

Tudo era tão estranho.

Os dias se passaram rapidamente, era tão confuso que Anastácia não percebia quando os dias se tornavam noite e as noites se tornavam dia novamente.

Ela vinha pensando muito em todos os momentos, em todos os lugares.

Desde que Lucas afirmou que Claude estava coberto por diversos tipos de magia negra, buscando apagar suas emoções, que a princesa pensava profundamente.

Era óbvio que ela sabia quem seu pai buscava tanto apagar de sua vida.

Diana.

Quando nasceu novamente, e quando se tornou mais próxima do pai, ela descobriu muitas coisas que antes não sabia.

O que estava no topo de sua lista era nada mais e nada menos do que a descoberta sobre os sentimentos de seu pai para sua mãe.

Quando era Athanasia, a princesa tinha certeza absoluta de que seu pai odiava sua mãe com profundidade, por isso a odiava também, por isso era cruel, tão horrível.

Por que ela era filha de sua mãe. Por que ela era idêntica a mãe.

Por isso ele a achava nojenta, por isso a desprezava, por isso a odiava.

Por isso que a descartou.

Mas quando se tornou Anastácia, ela descobriu que não era isso.

Seu pai amava sua mãe como nenhum homem poderia amar.

Amava tanto sua mãe que manteve pequenas coisas sobre ela para si, como o chá que era tão rosa quanto os olhos dela.

Memórias que transformou em sonhos para ela e Athanasia.

As lembranças sobre sua personalidade.

E agora ela descobriu que ele amava tanto sua mãe que usou magia negra para apagar a dor de perdê-la.

E isso a fez pensar muito.

Depositando a xícara, agora vazia, de volta a mesa, Anastácia permaneceu em silêncio, ainda olhando fixamente para um bordado qualquer da toalha de mesa.

Seu comportamento silencioso não era incomum, pensaram as empregadas que arrumavam o quarto para a noite, logo Anastácia teria que repousar em um sono recuperativo, descansar o corpo para que ele estivesse estável o suficiente para recuperar mana.

Mas mesmo que seu silêncio fosse normal, existia algo incomum naquele comportamento.

Anastácia de Alger Obelia sempre foi uma criança estranha, uma criança madura demais, tranquila demais e inespressiva demais para sua idade, uma criança que não possuía interesses, nem descontentamentos, nem aversão, não possuía ambições e nem sonhos impossíveis.

𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬'𝐬 𝐒𝐞𝐜𝐨𝐧𝐝 𝐋𝐢𝐟𝐞 - ʷᵐᵐᵃᵖ Onde histórias criam vida. Descubra agora