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A penumbra escura pairava pelo salão enquanto os vestidos com saias fartas giravam pelo salão, como damas fantasmagóricas que bailavam pela pista de dança, seus rostos não se identificavam, graças a sua forma intangente, quase transparente, mas er...

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A penumbra escura pairava pelo salão enquanto os vestidos com saias fartas giravam pelo salão, como damas fantasmagóricas que bailavam pela pista de dança, seus rostos não se identificavam, graças a sua forma intangente, quase transparente, mas era possível saber que mesmo se tais rostos fossem visíveis, ainda não poderiam ser vistos, pois tudo ali era inundado por uma escuridão espessa, insolúvel e morbido.

Era como uma dança dos mortos.

Mas existia uma que estava ali, está que brilhava como um raio de luz, dourado e puro como o mais perfeito ouro, deslizando com graça por entre a escuridão, exalando sua graça, uniforme a sinfonia calma e graciosa que cruzava o salão.

Buscando observar mais de perto, viu quando o rosto se tornou visível.

Era ela.

Uma exata figura de Anastácia deslizava pelo salão com uma expressão suave e dócil, repleta de felicidade e contentação, feliz apenas por dançar, mesmo que em completa solidão.

Ela observou quando, em um movimento, ela girou, e por um segundo, sua luz se tornou instável, seus membros se tornaram moles, seus passos preguiçosos e, junto a si, a música se tornou mórbida e pesarosa, quase como um choro sinfônico de pura angústia.

Sua luz dourada se tornou uma coloração vermelho vibrante, quase como o carmesim de uma higanbana.

A flor dos mortos.

Ela observou enquanto sua figura continuou dançando, não perdendo sua graça, uma coreografia de exalava angústia, tristeza, desespero.

E assim com um chorar de violoncelo tocando um réquiem, o soprar de uma flauta cortou o ar, trazendo de volta a luz dourada de sua figura, que voltou a dançar alegremente com a sinfonia feliz.

Era como assistir uma peça de teatro.

Os dois lados de um ser.

A vida, a alegria, a esperança, a plenitude e seu alívio.

E a morte, a tristeza, a desesperança, a perturbação e sua angústia.

A Anastácia.

E também a Athanasia.

Deslizando seus olhos pela formosa coreografia cheia de emoções, sua visão captou então um olhar.

Aquele olhar.

O olhar que a muito pensou.

O olhar negro do homem desconhecido.

Do outro lado do salão, os olhos negros como ônix brilharam em um estranho azul, e então, em um vermelho obscuro.

Mas sua aparência bonita já não lhe era apresentada.

Agora, os olhos maldosos tinham um novo dono, uma estranha figura alta, de longos e bagunçados cabelos, um sorriso gigante lhe cortava a face, em algo não natural.

𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬'𝐬 𝐒𝐞𝐜𝐨𝐧𝐝 𝐋𝐢𝐟𝐞 - ʷᵐᵐᵃᵖ Onde histórias criam vida. Descubra agora