25 - O acordo

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Ele estava diante de mim. A entidade que me desejava, eu tinha um pouco de medo. Mas não demonstrei, me alertaram que ele se alimenta do nosso desespero.

- Então Victor, vejo que me preparou uma recepção das boas - disse ele usando a unha para pegar uma carreirinha de pó e cheirar.
- Fiz tudo que estava ao meu alcance para agradar o rei do Alóa.
- E porque você quer me agradar? - perguntou ele, soltando uma risada fantasmagórica, que me deu calafrios.

- Me diga você, porque apareceu para mim no ritual naquela fazenda? Porque eu fui o único a vê-lo? Indaguei.
- Eu senti a morte em você, uma intimidade que só vi uma vez, com uma antiga bruxa, dei a ela tantos dons, que ele ficou conhecida como uma rainha.
- Eu não pretendo ser rei, só quero ser melhor e ajudar meu clã - respondi.
- Eu vi o seu clã, um grupo aleatório, de devotos satanistas, pagãos e outros deuses.
- Um deles é devoto a você.
- Mas ele é fraco, mal aceitei o acordo. Ele é estéril, só me ofereceu a própria alma.
- Eu não tenho almas para te oferecer - inpus minha vontade.
- Mas você vai, e vai ser tão natural que nem vai se lembrar dessa conversa - ele disse soltando outra risada.

Uma pausa se deu nesse momento.

Ele estendeu a mão e pegou o outro café.
- Vamos faça sua proposta, porque me invocou?
Naquele momento pensei bastante e resolvi ser direto, se eu estava fazendo um acordo, resolvi ir tão fundo quanto a fossa das Marianas.
- Quero uma saúde impecável, e acesso a magia sombria do alóa, quero ser o melhor na minha magia.
- O que eu posso te oferecer é o vodoo, terá acesso as sombras, será forte e saudável por muito tempo, desde que alimente meu submundo com almas.
- Você quer que eu mate pessoas? Perguntei.
- Só as que merecerem, já tenho quem me traga almas inocentes, meu inferno necessita de todos os tipos.

Após pensar bem, achei viavel aceitar, afinal eu seria mais poderoso, talvez até imparável.

- E quanto minha alma?
- Ela tem de ir para algum lugar, mas você não irá sofrer lá, irá servir talvez se divertir.

Gostei da ideia.

- Temos um acordo? Ele perguntou.
- Sim, temos. Respondi.
- Então vamos selar nosso acordo?
- Vamos. Concordei.

Ele se levantou, veio em minha direção, eu não tive escolha se não demostrar medo, eu estava aterrorizado com a aproximação dele, então naturalmente fechei os olhos, e senti os lábios dele tocando os meus. Ele tinha um sabor de café, e seu beijo me provocou uma leve dormência na boca. Quando abri os olhos, seus olhos vermelhos estávamos próximos ao meus, ele cobriu a costas das minhas mãos, com as dele e quando tirou havia um símbolo que parecia permanente.

 Quando abri os olhos, seus olhos vermelhos estávamos próximos ao meus, ele cobriu a costas das minhas mãos, com as dele e quando tirou havia um símbolo que parecia permanente

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- Sua magia vai ser sensacional junto ao meu vodoo.

As velas se apagaram e ele desapareceu, caminhei lentamente até a cama, e me deixei cair, e lentamente apaguei, como se minhas forças fossem tiradas de mim.

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