O Livro das Sombras

14 - Boas e más notícias

     Após meu feitiço de fertilidade eu não pude ter certeza de que daria certo, então os dias se passaram e com eles a notícia, Sandra nossa professora, aparentemente estava grávida, durante algumas aulas ela passou mal, em uma delas foi até interrompida e teve de ir a um hospital. Ansiedade me deixava em agonia, Será que ela está grávida?

     Conforme os dias foram se passando mais e mais, veio a confirmação. Ela estava grávida e sua gravidez era de risco, não só a vida do bebê poderia estar em perigo como a dela, então por ordens médicas ela teve de se ausentar da universidade. Na noite que tivemos a confirmação não consegui pregar o olho, imaginando se o que eu tinha feito era algo ruim. Por um lado ela estava feliz já que iria ser mãe novamente, por outra ela temia pela vida da vida que gerava dentro de si, e por incrível que pareça eu também temia.

     Quando contei ao meu tutor Afonso o que eu havia feito, ele me tranquilizou, como eu invoquei Hécate ou sua força como desejarem. Ele me lembrou de suas três fases, representadas por três luas, a donzela a mãe e a anciã. Ah mãe não deixaria que nada acontecesse com a professora e com a sabedoria da anciã ela entendeu exatamente o que eu precisava.

     Afonso me prometeu que na próxima semana iria me apresentar ao Coven e falar dos nossos planos, entretanto outra jovem havia desaparecido, e isso preocupava todo mundo, não só as bruxas como os humanos na cidade. Não que as bruxas não sejam humanas, mas assim falarei sempre para destinguir ambos. Afonso disse que não conseguiram localizar onde essa garota havia sido executada, pois já tinham certeza de que ela não estava viva. Então voltamos até a fazenda.

     Ele me buscou por volta das 6 horas da tarde, achava melhor esse horário pois a chance de sermos vistos no local era menor, e aparentemente não queríamos chamar atenção, no caminho exigi que ele me contasse a verdade, ele me contou partes, sobre um grupo de pessoas que caçavam e matavam bruxas em pleno século 21. Aquilo me assustou, mesmo sabendo que bruxaria era praticada em todo mundo.

     Ao chegar lá ele pediu que eu abrisse a porteira, eu entrei e ele entrou logo em seguida com o carro. Analisamos lugar e quase não notamos algo de diferente.
- Alguma coisa mudou. Disse ele.
     A grama no local estava mais verde, como se o local tivesse ganhado mais vida, a estaca parcialmente queimada brotava um ramo de flores.
- Você sente isso? Perguntei.
- O que? Perguntou.
- Eu não sei explicar é uma sensação como se tivesse alguém aqui.
- Você consegue sentir isso? O que você sente? diga-me tudo!
- Eu não consigo explicar direito, é como se tivesse mais alguém aqui, mas ao mesmo tempo como se não tivesse.
     Então eu senti um sopro quente embaixo da minha orelha, eu me desmontei de medo com o calafrio e a sensação desapareceu completamente.