33 - Sem tempo

40 3 0
                                    

O padre segurava a faca 🔪 apontada para nos. Meio que ficamos em posição de luta ou defesa.
- Calminha aí camarada - disse Jhonatan- não vai querer fazer uma besteira!
- Eu já fiz uma besteira e a culpa é de vocês e isso tem de acabar. Disse o padre.
Padre Thiago baixou a faca que ainda pingava sangue olhou pro teto e sussurrou.

" Vinde a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei"

Ele olhou para a gente, levantou a faca e passou ela na própria garganta, enquanto a carne cortava sangue jorrava e respingava em nós, ele mantinha um sorriso calmo e sereno e seus olhos não saiam de mim! Ele caiu de joelhos me olhando, e em nenhum momento fechou os olhos.

Seu sangue se juntava ao de seus irmãos a medida que deixa seu corpo.

- Precisamos sair daqui agora. Disse afonso!

Fomos até a porta e ao longe ouvimos uma sirene, entramos no carro e saímos dali deixando nossas pegadas no chão de sangue que logo se apagava com a quantidade de líquido vermelho no chão!

- O que iremos fazer? Perguntei.
- Precisamos nos reunir com o clã e fazer um feitiço concreto pra finalizar essa história sem nada chegar em nós - disse Afonso - não vai ser fácil, porém não será impossível!
- Mas nós não fizemos nada - disse fernanda.
- Entramos em uma cena de crime, e estamos sujos de sangue, alguma coisa lá pode apontar pra gente. Afonso respondeu.

Logo chegamos ao clã, a volta foi mais rápida, nossos corações palpitavam, medo? Alívio? Não sei, mas era satisfatório.

Ao entrarmos na clareira todos que estavam em círculo se concentrando no feitiço se levantaram, e olharam assustados para a gente, perguntavam e questionam ao mesmo tempo. Até que Afonso pediu silêncio e contou o que havia ocorrido!

Todos correram, pegaram seus livros da sombras se ajoelharam e começaram a falar com seus deuses!

Decidimos fazer um feitiço de manipulação, enquanto a polícia ainda estava no local apurando os fatos, já era mais de meia noite, a hora perfeita e Afonso liderava o feitiço implorando ao senhor das trevas por seu poder.

A clareira estava cheia de bruxos e bruxas, velas acesas, uma fogueira e a anciã meditava e sussurrava numa língua que eu não compreendia. Logo o nariz dela começou a sangrar, e ela começou a gritar. Corremos até ela a seguramos e ela começou a falar.
- Encontrei a solução mas terá um preço, um feitiço assim pra manipular a realidade de muita gente, precisa de um sacrifício.
- Então vamos atrás de um animal. Falei.
- Não - disse Afonso - não esse tipo de sacrifício, eu pedi a estrela da manhã e ela me concedeu o que quero, então pagaremos o preço!
- Não vamos escolher um bruxo pra morrer assim, já houve mortos de mais hoje. Falei.
- Seu feitiço foi muito poderoso, porém descuidado, precisamos nos proteger, e faremos isso.
Naquele momento todos pareciam entender o que iria acontecer, menos eu. Alguns começaram a chorar e a se abraçar, até eu escutar "por que ele?". Então me dei conta, Afonso seria o sacrifício como pagamento desse último feitiço para encerrar essa história!

O Livro das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora