Ao acordar, notei que o dia estava chuvoso, nem faria minha yoga, meditaria mais tarde. Fui a cozinha preparar o café da manhã e ouvi voz na sala.
Fui olhar, a mesa grande da sala estava repleta de papéis, tinha espelho e ele treinava olhares, sorrisos, gestos, falas. Pensei, vida de ator não deve ser fácil, mas ganha bem, eu acho, senão ele não abandonaria o Direito para ser ator. Também pode ser vocação.
A vida de ninguém é fácil, todos tem seus perrengues e devem fazer o possível para minimizar as partes mais penosas.
Chamei para o café, ele veio meio agitado, comeu, depois ficou meio indeciso e perguntou.
- Podes me ajudar na leitura dos textos. Eu disse que sim, pensei, afinal o patrão é ele.
Passamos a manhã inteira, lendo juntos, eu fazia a fala da moça e ele o rapaz. Fazia caras, bocas, olhares, viradas estratégicas, para a série na TV. Achei fantástico, gostei muito de ver nascer o personagem que logo estaria fazendo sucesso. Ele é famoso em vários países da Europa, Ásia, Américas, do Sul e do Norte. Muito interessante!
Ele me pediu que solicitasse comida para que não houvesse interrupção dos trabalhos. Entendi que não poderia pedir porque vivia no anonimato residencial. A comida chegou, comemos e passamos o resto da tarde ensaiando.
Confesso que me senti um pouco boba, porque só li o texto, mas na vez dele era um show de interpretação. Apaixonante, talentoso, merecia mesmo o reconhecimento do seu publico.
Legal que depois eu veria essa mesma cena na TV e saberia que participei dos ensaios.
Perguntou se eu sabia jogar videogame. Eu disse que não mais aprendia rápido. Poderíamos tentar.
E assim foi, ficamos só na tentativa porque eu era ruim demais. Os carros não ficavam na pista de maneira alguma, subiam nas árvores, batiam nos outros carros, caiam no rio, trocavam de pista, atropelavam as pessoas, cachorros, um verdadeiro desastre.
Mas foi divertido, ele riu bastante da minha imperícia, da minha falta de reflexos, disse que eu era a melhor em ser ruim no jogo. Ninguém me superaria, ele tinha a certeza disso.
Na verdade eu não sei se gostei desta fala, mas deixei pra lá, os meninos jogam melhor mesmo, embora eu saiba que existem mulheres que participam de competições de videogame e se tornam campeãs.
Jantamos, arrumei a cozinha, me despedi dizendo que ia dormir. Perguntou se eu estava cansada, eu disse que mais ou menos.
Perguntei se gostaria de tomar um chá, ele disse que sim, que ainda não havia achado o perfil correto de seu personagem e isto o deixava um pouco tenso.
Tomamos o chá, perguntei como ele sabia qual era o perfil correto que deveria encontrar. Ele respondeu que simplesmente quando se sentisse confortável em representar, quando se sentisse seguro. E ainda não estava assim.
Aproximou-se de mim e calmamente pegou minhas mãos, e foi subindo seu rosto lentamente pelos meus braços, sua barba me arrepiava e senti um calor sufocante me tomar por inteira.
Sim, eu já estava pronta, mas acho que ele não, ficou com seu rosto encostado no meu, respirando profundamente, com os olhos de "quero te", de repente deu um sorrisinho de lado.
Ficou me olhando, sem me ver por alguns instantes e veio novamente com os momentos hipnotizantes, pensei que deveria fazer parte do treino, mas ele começou a passar as mãos pelo meu corpo, deu um jeito de me prender no sofá e lá ficamos até que nossos corpos cansados e suados não pudessem mais.
Uma atrás da outra, nos esgotamos por 3 vezes como se fossemos adolescentes estreantes. Ele era fantástico, másculo, grande, experiente, poderoso, dominador. Eu, bom, eu queria e quero mais, sempre.
Esperei ele adormecer no sofá, o cobri e fui para meu quarto dormir.
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AMOR IMPROVÁVEL
RandomEsta história é um pouco diferente, não esclareço o local onde se desenvolve, nem qual é o ator principal, poucos nomes, mas a história é bem envolvente. Detalhe: tem numeros, gosto deles. Assim que você iniciar a leitura terá sua epifania, se deli...