Capítulo 7 - CAMPEÃ

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Ao acordar, fiz minha primeira meditação do dia ainda na cama, os dias tem sido agitados e estou me descuidando do meu lado espiritual. Levantei, fiquei pensando que não teria nenhum problema pois recente havia entrado na menopausa, que alguns chamam de climatério, então estava segura, porque não havíamos se protegido de maneira alguma. Nos agarrávamos como animais no cio e pronto.

Cada dia era uma novidade, antes do café da manhã ele bateu na porta do meu apartamento e me convidou para ir a sua academia. Era um espaço amplo que havia na lateral da casa onde estavam acomodados seus equipamentos, de atividades cardiovasculares, esteiras, bicicletas, sacos para socar...

Eu era leiga no assunto, mas sabia que precisava passar pelo médico antes de se aventurar em tais brinquedinhos, porisso não estava confortável, mas ele insistiu, fiz bicicleta e 10 minutos de esteira. Consegui fugir e ir para a cozinha, preparei um bom desjejum para reposição de energia. Logo ele chegou, com cabelos molhados, de moletom, camiseta e chinelos.

Sentou, riu da minha fuga da academia e perguntou sobre a yoga. Quais beneficios ela traria?

Gosto da yoga, sempre uso a frase "Bom para o corpo e para a alma", aumenta a auto-estima, desestressa, aumenta a concentração, a memória, ajudar a perder peso. Tem muitas outras coisas que não lembro agora.

Ouviu atentamente e disse que iria ler mais a respeito. Perguntou que tipo de leitura me interessava, em sua biblioteca no andar superior haviam muitos livros, dos mais variados assuntos, eu poderia ficar a vontade.

Agradeci o oferecimento e lhe falei que já havia capturado alguns livros, leria e devolveria a biblioteca.

Pediu licença e foi para a sala ler seus textos. Aproveitei e limpei a parte de cima da casa. O quarto do moço era impecável, tudo estava em ordem, a cama arrumada. Ele tinha bons hábitos.

Troquei as roupas de cama, peguei as roupas usadas, coloquei tudo na máquina de lavar, estendi e a tarde já pude recolher, de tão quente que estava.

Quando voltei para o interior da casa, a lavanderia fica no anexo, vi que a mesa da sala estava arrumada, sem papéis, a luz estava apagada, mas o andar superior estava habitado.

Voltei para a cozinha, preparei o almoço, mas o moço não desceu.

Interfonei perguntando se ele gostaria de almoçar na parte de cima da casa, ele disse que não estava se sentindo bem e foi se recostar, descansar um pouco.

Subi para ver o que era, coloquei a mão na testa dele, estava pegando fogo. Procurei o termometro e constatei que estava com 39,5 de febre e já estava espirrando.

Pensei no que fazer, uma vez que não era para chamar o médico, teria que resolver eu mesma. Lembrei que na minha caixinha de primeiros socorros  havia antigripais e analgésicos. Administrei por minha conta, fiz compressas de pano úmido com álcool e passei vicvaporub na sola dos pés, coloquei meia para que suasse bastante.

Ficou deitado a tarde toda, recusou alimentos, tomou sucos e agua somente e a febre foi baixando. Passei vic em suas costas e ele repousou mais.

Resolvi dormir na sala para observar melhor, caso precisasse de alguma ajuda.

Pensei na solidão que a fama trazia. Para ter privacidade não poderia revelar seu endereço nem para seus pais, porque uma visita que fizessem poderiam ser seguidos e acabaria a tranquilidade.

Fãs e paparazzis são pessoas sem noção, os fãs perseguem uma boa self com seu ídolo, os paparazzis uma notícia qualquer, isto não é admiração, é decretar prisão domiciliar aos seus ídolos.

Dão muito e tiram mais ainda, que loucura. Os artistas por sua vez procuram ávidamente este sucesso e depois não aguentam, recorrem as bebidas, as drogas. Será que isto tem a ver?

Por outro lado, tem que ser delicados com seus seguidores quando são encontrados, porque o sucesso depende dos fãs. E tem que ser ótimos artistas, porque um dia a beleza acaba, a pele enruga, o charme diminui e tem que ficar o talento. 

Acho melhor eu dormir.


AMOR IMPROVÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora