Tudo estava pronto. Fiz a mudança dos móveis da casa dos pais dele para a antiga casa do condomínio. Estariam perto dele, poderia acompanhar a evolução do quadro da mãe sempre que quisesse e pudesse. Por pior que ela fosse era a mãe dele.
O pai dele, que era meu amigo de coração, e excelente avô coruja, agradeceu muito e disse que gostou das minhas decisões.
Nossa casa ficava a 5 minutos a pé da casa deles. Não precisava sair do condomínio, bem disfarçado ninguém notaria sua presença, poderia ir a pé para a casa dos pais.
Sugeri que alugassem a casa dos pais dele, ele solicitou que eu providenciasse isto, liguei para a imobiliária e foram colocar a placa de ALUGA-SE.
Iriam gastar muito com Homecare, era bom que entrasse um dinheirinho, e a casa poderia ser invadida. Não era casa de condomínio, saía na rua, vazia chamaria a atenção.
Foi alugada rapidamente, sua localização era muito boa, perto de comércio e estradas.
Quando chegaram na nova casa, a mãe dele ficou em uma das suítes que nunca havia sido habitada, nem quando ele moravá lá. Era muito boa, bem ensolarada, face norte, mandei colocar grade na janela, colocamos uma cadeira confortável onde poderia aproveitar a luz do dia, ouvir o canto dos pássaros.
O quarto antigo dele ficou para seu pai e o terceiro quarto ficou para o serviços de enfermagem. Aos poucos tudo se ajeitaria, ficaria bem.
A casa de empregados, antiga casa minha e de Kiraz ficou vazia por um tempo. Era muita coisa pra pensar.
Todos os dias ele ia ver sua mãe, conversava com ela, pegava em sua mão, mas ela não parecia estar ali. Fiquei pensando em que lugar estaria? Quando voltaria?
Dava muita dó ver a tristeza nos olhos dele, por vezes notei a fuga de uma lágrima, abraçava o corpo sem reação da mãe. Ela o olhava mas não o via.
Eu gostava de pensar que ela estava em uma sala de aula no mundo espiritual reaprendendo o amor, entendendo os objetivos que aceitamos enfrentar quando viemos para este mundo.
Era uma mulher bonita, olhando bem em seu rosto conseguia ver o rosto do filho, seus olhos vidrados no nada, tinham a mesma cor dos olhos dele. Mas era bem mais parecido com o pai.
Até a loucura dela eu conseguia explicar. Tinha muito amor por esse filho, acho que o queria sempre ao seu lado, gostava de participar de tudo, podia até ser um pouco exagerada, mas é mãe.
Ele, seu pai e Kiraz estavam sempre juntos. Sentavam nas espreguiçadeiras do quintal e ficavam jogando conversa fora, enquanto assimilavam um pouco de vitamina D, gentilmente cedida pelo calor do sol.
Mesmo com tantos problemas estávamos felizes.
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AMOR IMPROVÁVEL
RandomEsta história é um pouco diferente, não esclareço o local onde se desenvolve, nem qual é o ator principal, poucos nomes, mas a história é bem envolvente. Detalhe: tem numeros, gosto deles. Assim que você iniciar a leitura terá sua epifania, se deli...