Capítulo 52 - PORQUE TANTO ÓDIO

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Estávamos em casa, Kiraz e eu, também kiki.

Ele estava as voltas com seu pai, seu amigo advogado que acharam por bem continuasse em frente às investigações.

Havia recebido ligação do set, foi informado que suas filmagens haviam dado certo, que só precisaria voltar quando esta fase tivesse terminado. Podia respirar mais tranquilo.

Kiraz voltou para a escola, achei melhor ficar com suas amiguinhas, estava bem assustada. Contou para todo mundo o que aconteceu, achei interessante que nada falou sobre seu baba. Era como se ele não estivesse conosco na hora do acidente.

Eu havia ensinado minha filha a mentir, era necessário, mas eu fiquei triste.

Alya ligou perguntado se gostaria que ela viesse, disse que havia saído do emprego, estava na fase de assinar a rescisão contratual, receber o que lhe deviam, logo poderia ir. Eu disse que sim, estava me sentindo sozinha, culpada por tudo, enfim eu não estava bem. Precisava dela e seria por um longo tempo.

Sentei na espreguiçadeira do quintal, kiki subiu em meu colo, ficamos tomando sol. Em minha mente, aparecia com luz brilhante, faiscante, que estava claro quem fez a sabotagem, eu a vi saindo com o mecânico e a caixa de ferramentas na mão, ele havia desviado o olhar. Eu senti o terremoto.

Ela havia tentado matar a mim e a minha filha.

Ainda pensei, ela jamais pensou que seu filho estaria no motorhome, imaginou que se livraria de nós para sempre. Porque tanto ódio?

Lembrei dos ensinamentos que havia adquirido durante a vida, com meus pais, ninguém é inocente, se nesta vida ela não me quer bem, na vida anterior eu poderia ter feito alguma maldade com ela. Agora, teria que resgatar seu amor, se conseguirmos mudar nossas atitudes, se acabássemos com esse mal querer, poderíamos seguir em frente nesta ou em outra vida.

Seria altruísmo eu tentar ajudá-la?

Lembrei que a antiga casa dele no condomínio não havia sido vendida ainda, resolvi suspender a venda. Liguei para a imobiliária e disse que havíamos desistido de vender o imóvel, que iríamos mudar para lá novamente, assim não ficariam insistindo para que continuássemos com o processo de venda.

No dia seguinte, tiraram a placa de VENDE-SE, chamei uma empresa de limpeza rápida, mandei darem uma limpeza geral, alguns móveis ainda estavam lá, mas eles tem os móveis deles em casa, liguei para ele para saber como estavam as coisas.

Disse que sua mãe estava fazendo exames, porém os médicos disseram que seu estado era estável, esta abstraída, dificilmente voltaria ao que era, estava mais calma porque a sedavam sempre, mas nestes casos não recomendavam continuar com a internação. Deveria regressar ao convívio familiar.

Logo iria para casa, contrataríamos enfermagem porque o pai dele estava cansado.

Falei sobre o que eu havia feito, e que mandaria buscar os móveis da casa deles e trazer para a antiga casa. Quando ela tivesse alta era para virem direto para o condomínio. Disse que gostaria que eles ficassem perto sobre nossa vigilância. Precisávamos apoiar o pai dele o mais que pudéssemos.

Ele ouviu tudo, ficou em silêncio alguns minutos, com voz de choro me agradeceu.

- Obrigado por existir em minha vida. E desligou





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