Capítulo 35- O DIA DO PASSEIO

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Acordamos, tomamos café da manhã, desligamos/fechamos tudo pela casa, entramos no motorhome e saímos felizes rumo a casa dos pais dele, que já deviam estar esperando. Ìamos a praia.

Chegamos, eles entraram com suas coisas, ele ajudou seus pais, sua mãe não estava com uma fisionomia muito bem humorada, seu pai foi logo se enturmando com Kiraz, ficaram assistindo TV, brincando de bonecas.

Perguntei para o pai dele se queria ficar ali na frente de co-piloto junto com seu filho, ele disse que não. Era melhor ficar com ela assistindo TV e brincando. Em minha cabeça passou a idéia  que estava mantendo a mãe dele longe de mim. Fechei um pouco os olhos, porque senti um relâmpago seguido de  trovoada . O céu estava brilhando, sol forte, o relâmpago e a trovoada foi na minha mente apenas. 

Encontramos um camping com poucos motorhomes estacionados, conseguimos ficar longe dos demais e próximo a praia. Descemos as cadeiras, mesinha, abrimos o toldo, ficou um ambiente bem agradável. Eu havia preparado as refeições em pequenas porções, para facilitar e assim aproveitarmos bastante, sem ficar na cozinha o tempo todo.

A mãe dele toda hora pedia alguma coisa que não estava pronta. Pediu chá, fiz e levei na mesinha lá fora, junto com os petiscos. Ele pegou a churrasqueirinha e preparou algumas carnes, legumes, paozinhos de alho. Kiraz se esbaldou comendo, almoço mesmo não quis.

Perguntei se ela queria molhar os pezinhos na gua, disse que não, era seu primeiro contato com o mar, provavelmente estaria com medo. Melhor não insistir, tudo tem o momento certo.

Fui lá dentro e coloquei o meu celular para tocar a minha playlista e o som saia no pequeno mas potente alto falante instalado na parte externa. Ficou um som ambiente gostosinho, junto com a brisa que estava soprando, estava muito bom.

Assim que sentei na cadeira para descansar a mãe dele disse que gostaria de almoçar, se eu poderia esquentar comida para ela. O comportamento dela deixava bem claro que eu estava ali para servi-la, afinal era a empregada. 

Parei para pensar e achei melhor dizer que sim, entrei no motorhome e ela entrou logo atrás de mim. Percebi que ela iria dizer algo, então desliguei o som do celular, aumentei o som externo. Tudo que falássemos dentro seria ouvido fora. 

Ela me disse grotescamente que veio ao passeio porque gostaria de me dizer algumas coisas.

Fiquei ouvindo ela dizer que eu estava estragando a vida dele, que ele merecia ter ao seu lado uma moça jovem, bonita, do seu nivel social. Disse que eu havia engravidado para tentar segurá-lo mas que ela não ia deixar que isto acontecesse. Providenciaria uma esposa adequada para seu filho e que eu iria ficar de empregada da casa dele, se quisesse.

E se não estivesse de acordo poderia pegar essa criança bastarda e ir embora. Ela adoraria que eu tivesse vergonha na cara e fizesse isso.  Disse que eu estava de olho no dinheiro dele, na fama dele, que eu era uma mulher mais velha, uma empregada, que iria rebaixá-lo aos olhos do mundo. Ele era famoso e eu uma coitada.

Peguei meu celular em silêncio, chamei um taxi pelo aplicativo, dei muita sorte que chegou 5 minutos depois, peguei minha bolsa e Kiraz entramos no taxi e fomos para casa.

Ele e seu pai, estavam atônitos com o que ela falou e com o meu silêncio, escutaram tudo do lado de fora e ficaram sem ação.

Ele conseguiu tapar os ouvidinhos da filha, o que agradeço muito.

Quando ela saiu, perguntou onde eu e Kiraz estávamos, não entendeu nada porque fomos embora. Ele e seu pai recolheram todas as coisas, churrasqueira, mesa, cadeiras, colocaram no bagageiro interno do motorhome, eu soube que disse a sua mãe que ouviram tudo, o som externo estava ligado.

Passaram primeiro em casa, ele queria saber se havíamos chegado bem. Estávamos no apartamento, aí foi levar seus pais. O que ele não prestou atenção é que agora eles sabiam seu endereço, o pai dele não teria problemas, mas sua mãe mostrou-se terrível.

Quando retornou, guardou o motorhome e vi quando fazia baldeações com as coisas que estavam dentro do carro para dentro da casa. Colocou tudo na cozinha da sua casa, as nossas coisas, colocou na varandinha na frente do apartamento, bateu suave na porta, estava só encostada, entrou e colocou tudo dentro. Teve a paciência de subir e guardar os brinquedos de Kiraz no quarto dela, levou minhas coisas para o quarto, guardou algumas coisas na cozinha, vi quando nos olhou, mas concluiu que estávamos dormindo no sofá.

Não me preocupei em ir preparar o jantar porque havia muita comida pronta, era só colocar no microondas se tivesse fome. Ele não tinha culpa do que havia acontecido, mas ouviu tudo que a mãe falou e ficou quieto. Então eu também estava quieta na casa de empregados. Ademais era fim de domingo, fui contratada de segunda a sábado, com uma folga por semana. Na verdade seriam 2 folgas, sábado e domingo se eu morasse fora, mas como residia na casa, só teria folga no domingo.


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