Amanheceu, me arrumei, ajeitei Kiraz que continuou dormindo, fui até a cozinha dele, preparei seu café da manhã.
Deixei os documentos que havia preparado e as chaves, em cima da mesa da sala de refeições do apartamento, peguei Kiraz, minha bolsa e fomos para a garagem.
O carro da agência de locações chegou exatamente no horário combinado, fiz uma vistoria rápida, assinei os papéis, coloquei todas as coisas dentro do carro, ajeitei kiraz no banco de traz, ainda estava dormindo, quando acordasse eu a colocaria na cadeirinha, conforme a lei.
Quando aluguei o carro, já solicitei com cadeirinha e também paguei uma taxa a mais para entregar o carro na filial em minha cidade.
A porta da garagem da casa dele quando é fechada por fora, já fica travada, para abrir só com chaves ou o controle, que fica dentro do carro.
Fomos embora para nossa verdadeira casa. No caminho Kiraz acordou, tomou suquinho, comeu lanchinhos que eu havia preparado, a coloquei na cadeirinha, ela não queria, não gostava, mas era muito mais seguro e era a lei.
Viajamos a manhã inteira, não era tão distante, mas de tempos em tempos tinha que parar porque ela queria fazer xixi, beber água, ver os patinhos da lagoa, queria o baba e chorava, eu tinha que acalmá-la, enfim chegamos.
Minha prima havia ligado para o trabalho e disse que passaria pelo médico, que estava resfriada. Estamos na pandemia mundial, assim que logo pediram teste que ela fez na farmácia próxima a casa e ficou o dia em casa. O resultado foi negativo.
Foi muito bom chegar em casa, encontrar alguém da família me esperando. Assim que coloquei o carro na garagem, ela pegou Kiraz no colo, disse que estava pesada, grande, linda.
Encheu Kiraz de beijos, veio me abraçar e esse contato tão carinhoso, tão familiar me fez desabar. Chorei muito em seus ombros, Kiraz falava: - não chora mamãe, você está dodói?
Minha prima apertou-me e disse que eu estava assustando a pequena.
Me contive, depois falaríamos mais, eu contaria toda a verdade, uma vez que estava livre de tudo. Agora seria seguir em frente, ligaria para a escola para cancelar a matrícula e faria aqui perto de casa, na escola onde eu estudei.
Logo acharia um trabalho e a vida entraria nos eixos. Era assim que mamãe falava. Usava umas palavras chavão, sentia muita falta de tudo isto.
Já havia passado a hora do almoço, pelo caminho comemos besteiras, esperaríamos o jantar para ter uma refeição decente neste dia. Alya me disse que estava tudo preparado, desde o almoço, mas como não chegamos virou jantar. Rimos e ela me perguntou o que aconteceu.
Disse a ela que ligaria a TV e colocaria uma série e a própria Kiraz iniciaria a história, logo ela entenderia, bastava olhar para o rosto dela e o rosto dele e ouvir o que ela falava. Não tinha certeza se Kiraz lembraria porque faz tempo que não assistia séries.
Liguei a TV, ele apareceu e ela disse: - olha mamãe o BABA.
Alya olhou para ele, olhou para ela e disse: - Nãããããããõoo, é verdade isto?
Eu balancei a cabeça confirmando.
Ela ficou ansiosa:
- menina, pode contar tudo, até então ela estava muito empolgada com a notícia. Ela também era fã de carteirinha dele, que ele é muito lindo, trabalha muito bem. Passamos o resto da tarde conversando, expliquei tudo, começo, meio e fim.
Quando acabei ela disse que não era uma história tão bela assim, pensava que era um conto de fadas, mas viver tudo isto deve ter sido muito difícil. Quer dizer difícil e bom ao mesmo tempo.
Disse que fiz muito bem em vir embora, perguntou se ele sabia onde era a nossa casa, eu nunca havia falado sobre isto, ele não se interessou em saber. Assim, que agora eu estava tranquila, que era um página virada.
Eu disse a ela que mesmo nos momento mais felizes, sempre via os desastres naturais. Inclusive no dia em que íamos sair de motorhome, o céu estava aberto, ensolarado e vi relâmpagos e ouvi trovoadas nítidamente.
Lembra quando eu era pequena que eu sentia terremoto, furacão, tornado, ventania, tsunami, erupção vulcânica e meus pais ficavam assustados esperando algum acontecimento e realmente acontecia alguma coisa?
Tinha parado isto, mas quando me envolvi com ele, esses pensamentos voltaram.
Eu disse:
- Alya, vai ser muito difícil esquecê-lo, foi tudo muito intenso, de verdade eu o amo muito, temos uma filha, procurei não associar os 2 esse tempo todo, mas agora que estamos distantes é inevitável.
Alya riu muito e disse:
- prima, não sofra.
E continuou:
Todas nós fãs dele e olha que somos muitas, somos milhares, em vários países da Europa, Asia, Américas, gostaríamos de ter esse seu sofrimento.
E em tom de segredo perguntou:
Eu ri muito e disse: - Sim, entrega muito mais que promete e caí na risada, parecíamos 2 adolescentes falando do cara que estávamos afim. Era muito engraçado, consegui rir, até me aliviou um pouco.
Resolvemos jantar as 3 e a série continuava rolando, assim que Kiraz continuava empolgada, a fã numero 1 dele, não deixaria desligarmos a TV.
A partir de amanhã seria diferente, ela não veria mais a imagem dele na TV. Seria melhor assim, quem sabe não vendo, não sentiria falta do seu baba.
Dei um banho muito rápido nela, coloquei pijaminha e a coloquei para dormir. Meu quarto estava arrumado, cheirosinho, tinha sido o quarto dos meus pais, agora era meu e de Kiraz, era grande, confortável e tinha bom astral. Tudo que eu precisava para seguir em frente.
Tomei um banho também, despedi-me de Alya e fui dormir.
Pretendia começar a procurar emprego, de preferência no mesmo horário das classes de Kiraz, acho que estava sonhando um pouco, mas quem sabe a sorte me favoreceria.
Pensei: - bem que poderia sonhar com a aurora boreal da Noruega, aurora austral da Tasmânia ou um lindo por de sol da Ilha de Páscoa no Chile, ou com uma chuva de estrelas cadentes, todos eventos da natureza, muito promissores, carregados de energias positivas. Melhor meditar antes de dormir. E assim fiz.
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AMOR IMPROVÁVEL
RandomEsta história é um pouco diferente, não esclareço o local onde se desenvolve, nem qual é o ator principal, poucos nomes, mas a história é bem envolvente. Detalhe: tem numeros, gosto deles. Assim que você iniciar a leitura terá sua epifania, se deli...