And it's dark in the cold December

440 30 16
                                    

- Isso não pode ser verdade. Tá errado Sarah. Tá errado. – Bianca andava de um lado para o outro, olhando para o quadro que tinha as conclusões escritas, sem acreditar que elas tinham chegado tão longe assim. – Não pode ser. Eu conheço ele por anos, conheço a família, você conhece a família, nós jantamos com eles, na mesma mesa em que as filhas dele comeram, você tem noção do que isso representa? – Apontou para o quadro encarando a irmã.

Sua raiva não vinha do que a irmã tinha feito e sim do fato dela não ter percebido isso acontecendo bem debaixo do seu nariz. Que sua confiança a cegou e agora ela não tinha a dimensão de quantas pessoas foram prejudicadas por sua incompetência de não perceber aquilo antes. Foram longos dias de pesquisas, telefonemas, investigações na surdina, desmembrar todo aquele dossiê sobre Edge e se afundar nas buscas dentro dos servidores da Freire Corp. Tudo isso para encontrarem o fim da carreira de um policial.

- Eu sei Bianca e me dói saber de tudo isso, mas as evidências não negam. – Sarah respondeu com toda calma apesar do nervoso que a mais velha sentia.

- Vai denunciar pra corregedoria?

Sarah mordeu o lábio inferior e percebeu os olhares confusos em cima dela. Até mesmo Bil se arrumou na cadeira devido a sua hesitação em responder. A loira olhou para Juliette e fez que não com a cabeça, antes de verbalizar:

- Não agora. Vou primeiro esperar eles marcarem o julgamento da Juliette.

- O QUE?

Todos perguntaram em tons de raiva e de surpresa. Todos, exceto a milionária.

- Que tipo de justiça vamos fazer se entregar essas provas pra corregedoria agora? Deixar eles resolverem o caso por baixo dos panos e mais nada? Nenhuma repercussão, nada disso? E quanto ao Edge o que isso iria fazer com ele e com o seu poder? – Juliette respondeu encarando um a um dos colegas. – Nós vamos expor isso no meu julgamento.

- Juliette, isso te livra desse processo todo AGORA! Qual o sentido de encarar um julgamento quando você tem todas as evidências para provar que é inocente?

- Justiça Rafaella. Mostrar para todo mundo um policial corrupto, acabar com Edge junto, não esconder mais nada. – Encarou a amiga enquanto respondia e sorriu segurando a sua mão. – E além do mais, ele não matou o Washington. Nós precisamos encontrar esse assassino.

- Ela fala como você. – Roberta disse direto para Sarah. O olhar das duas se encontraram e a loira apenas deu de ombros com um leve sorriso nos lábios.

- Eu não sou a única em busca de justiça pra esse mundo.

- Isso não é justiça Sarah, é irresponsabilidade da sua parte! Juliette é nossa cliente e nosso dever é livrá-la das acusações! Quem prende assassinos é a polícia. – Bil foi duro com a sócia. Claramente ela havia tomado aquela decisão sem consulta-lo, o que deixou o homem furioso a ponto de levantar da cadeira e se afastar alguns passos.

Bianca olhou para a irmã caçula com a expressão de que o homem estava certo, mas isso não abalou a advogada. Juliette também havia resistido no começo, mas a loira conseguiu convencê-la a seguir em frente. Conhecia Bil há mais tempo e poderia fazer aquilo facilmente. Ela levantou e se aproximou do sócio:

- Acrebiano...

- Isso é irresponsabilidade Sarah. Você tem consciência que tá colocando em risco a liberdade de uma inocente? – Bil falou próximo da sócia e em tom de voz baixo. Ele era especialista em brigar naquele tom de voz, o que deixava a loira um pouco irritada.

- Eu tenho plena consciência do que tou fazendo! E só o faço porque sei que Juliette é...

- Inocente. Então ela não deveria passar por nada disso, e o seu trabalho é fazer com que ela não passe e não o contrário! – Ralhou. – Isso é por causa do Matthaus? É o seu ego querendo brilhar? O que justifica essa irresponsabilidade? Você pode perder no tribunal mesmo que a sua cliente seja inocente, isso não é novidade pra nenhum advogado. São 50% de chances de vencer e perder, é por isso que se evita o júri!

Era Pra ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora