But I've got you to keep me warm

388 33 1
                                    

Sarah andava de um lado para o outro com a caneta batendo na mão. Tentava acalmar sua respiração, mas não estava com muita sorte. Nos quatro dias seguintes a prisão de Juliette a única coisa que conseguiram foi um positivo das digitais da milionária na arma do crime, o que não colaborava com a defesa deles apesar de ambos os advogados terem notado uma enorme falha naquela prova. Para piorar, todos já tinham revirado os computadores da Freire Corp de todos os jeitos possíveis, lido e relido todas as coisas e encontrado nada que indicasse alguém que tivesse um motivo sólido para matar Washington e eles poderem ir atrás. Nada. Estavam na estaca zero há quatro dias. A frustração estava estampada na cara de todos, talvez mais ainda de Juliette que ficava remoendo se não deveria ter aproveitado a oportunidade de acabar com aquele caso mais cedo.

Sarah deu um grito e jogou a caneta com raiva contra o quadro de suspeitos que eles montaram. O objeto balançou e precisou que Juliette o segurasse para não cair.

- Sério? A única coisa que vai conseguir com isso é derrubar essa merda na cabeça de alguém! – Ralhou com a loira. Paciência era outra coisa que faltava para todos.

- Não é possível! Washington era um bandido, um criminoso, como é que não encontramos nenhuma pista por menor que seja para descobrir alguém que o quisesse morto! – Sarah explodiu. – O tempo está contra nós e mesmo com a chave do universo nas mãos, não conseguimos nada!

- Talvez nós precisamos daquele seu amigo hacker. – Rafaella sugeriu tirando seus óculos e respirando fundo. Estava exausta de equilibrar seu trabalho no hospital com as leituras de e-mails e documentos e não encontrar nada.

- Não dá. Não posso entregar essa chave pra um hacker, posso expor a Freire Corp inteira. – Juliette falou impaciente com a amiga. Também estava exausta, além de preocupada e sem dormir direito por duas noites. A data do seu julgamento fora marcada para poucas semanas e eles estavam ali, fixados em pesquisas que não levavam ninguém a lugar nenhum.

- É válido, até porque ninguém lembrou de levar em consideração que Washington Freire era um gênio da tecnologia, o que significa uma grande probabilidade de ele ter criado essa chave e obviamente uma forma de se esconder dela. – Bil comentou aumentando a expressão de decepção de todas.

- Esquece essa pesquisa. – Bianca disse e ficou em pé. Fechou seu notebook e o de Roberta e Juliette. Fez o sinal para Rafaella fizesse o mesmo no dela e no de Bil. – Nós estamos presos e sem saber pra onde ir, então vamos brincar de teorias.

- Você disse a palavra brincar? – Bil indagou também expressando frustração na fala.

- Sim, nunca brincaram de "Detetive" quando eram crianças? Todo mundo tem um suspeito inicial, vamos seguir isso. – Bianca foi até o quadro de suspeitos, apagou todos os nomes que estavam ali apesar dos sons de surpresas de todos e apontou para Juliette. – Alguém pegou uma arma, passou por uma festa de alta segurança, entrou no elevador privado e apagou as gravações das câmeras de segurança sem deixar rastro, matou seu irmão a sangue frio. Quem faria isso? Não precisamos do motivo agora, precisamos do suspeito!

Juliette ficou pensando em alguém e nenhum nome de fato veio em sua mente, então chutou alguém genérico:

- Um ex-funcionário. – Deu de ombros enquanto Bianca escrevia o que ela havia dito no quadro. Olhou para Rafaella indicando a vez da médica.

- Uma amante abandonada.

- Acho que um funcionário descontente pode ser um bom suspeito. – Bil falou em seguida da namorada, acertando que era a sua vez.

- Acho que os dois perfis são bons, mas ainda fico com algum funcionário atual. Assim é mais fácil entrar na empresa no meio de uma festa e passar pela segurança. – Roberta disse. Era impossível falar um suspeito e não pensar no seu motivo ou como ele fez aquilo.

Era Pra ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora