A primeira reação foi de surpresa. Ninguém estava esperando que a loira pulasse nos braços do pai biológico, mas ninguém esperava que ela fosse tão rude. Assim que Juliette ficou em pé e levou a mão ao ombro da amada para tentar acalmá-la foi que ela percebeu que a fúria não era direcionada para o homem, e sim para a mulher atrás dele.
- Você a conhece? – Juliette indagou confusa. Sua pergunta foi o suficiente para os demais entenderem que pelo menos no momento não era Jonathan o alvo da raiva da loira.
- Machista preconceituosa é muito pouco pra descrever essa criatura! – Sarah praticamente rosnou. – Como você tem a cara de pau de aparecer na minha frente?
- Amor calma. – A milionária precisou segurar a namorada com força para que ela não avançasse na direção da esposa de Jonathan. Ao ver a reação em exagero Connie já estava ao lado da sobrinha e ajudou Juliette a conter Sarah.
- Eu acho que nós podemos ir com muito mais calma aqui e sem violência, certo? – Jonathan disse sério se colocando na frente da esposa. – Ninguém veio aqui pra brigar e muito menos está entendendo essa sua reação.
- Você tá certo, eu não vim até aqui pra brigar, mas eu também não vou ficar calada e dividir o teto com uma...abusadora, quase assassina, sem caráter, ignorante, preconceituosa, nojenta, miserável, mesquinha...
- Nós já entendemos Sarah! – Carol falou firme silenciando a loira.
- É, isso é sobre a filha da Dinah. – Jonathan olhou com pena para a esposa e depois para filha. – Tem muito mais que você...
- É sobre a minha melhor amiga, é sobre como eu tive que ir vê-la no hospital por três dias depois da surra que ela levou da mãe, é sobre como ela chorou copiosamente enquanto denunciava a própria mãe, é sobre todas as terapias e remédios que ela teve que tomar por conta disso, é sobre como ela teve que lidar com a culpa da separação dos pais, do fato da irmã ter que escolher um lado, é sobre como aquela família sofreu por causa dessa mulher. – Apontou com raiva para a mulher que permanecia calada atrás do pai. – Não tem muito mais que eu não saiba não, não tem justificava pro que ela fez com a própria filha e pode ter certeza que eu não vou trair a minha amiga por causa de você! – Olhou para Carol e respirou fundo. – A Kerline não perdoou essa mulher, nem a Thais e de jeito nenhum eu vou trair as duas e ficar no mesmo lugar que ela, to indo.
- Não, não. A casa é sua também! – Helena pulou na frente da irmã.
- Você deveria ter um pouco mais de respeito sendo sua casa ou não. Eu estou relevando a sua escolha de companhias...
- Você vai querer acusar a minha mulher de que? De resgatar cachorrinhos? – Sarah deu a volta no sofá e parou frente a frente com Jonathan. – Você não tem nada pra falar da Juliette porque ao contrário da sua "companhia", a minha tem caráter pra dar e vender! – Elevou a voz e foi afastada do homem pela mãe e pela namorada, enquanto Connie e Helena pediam para Jonathan ir embora.
Os minutos seguintes foram para acalmar a loira que estava soltando fogo, enquanto Connie foi até o corredor falar com Jonathan e a esposa. A advogada mais velha voltou sozinha para o apartamento.
- Ele liga pra você amanhã. – Anunciou para Carol e sentou ao lado da irmã. As duas, assim como Helena e a diretora observavam Sarah andar de um lado para o outro, resmungando com o celular na mão.
- A última vez que ela ficou assim furiosa, um tribunal quase veio abaixo. – Juliette sorriu orgulhosa ao se lembrar de como a amada trabalhou em seu caso.
- Não acredito que tirei meu pijama pra isso! – Sarah resmungou de uma forma mais audível para o resto da sala e sentou bufando ao lado da namorada. Antes que alguém pudesse dizer alguma coisa, seu celular tocou. – Ei Thais também não acredito! Não, eu não bati na sua mãe. Tinha um exército na minha frente, mas eu tentei. Sim. Sim. Não, eles ficaram pouco tempo. A Helena também não gosta dela. A Carol e a Connie tão fazendo que não com a cabeça também, e a Juliette é praticamente a nova bff da Kerline é óbvio que não gosta dela também! Sim, com certeza. Ok. Cuida da sua irmã, beijo, tchau.
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Era Pra ser você
FanficSarah Andrade é uma advogada pró-bono de Los Angeles. Juliette Freire vive na sombra do seu sobrenome. Uma morte vai aproximar os seus mundos, e o amor que vai nascer nada, nem ninguém será capaz de separar. (Adaptação)