Sarah olhava para o celular, com a conversa de Juliette aberta e pensava no que iria dizer. Tinha sido uma noite bem diferente para a relação delas. A diretora acabou contando o motivo por elas não terem feito sexo ainda, mas a advogada conseguiu com que a namorada dormisse em sua cama. De bônus ainda tiveram um amasso bem quente, com direito a Juliette masturbando Sarah. Porém, a noite que começou tranquila, ficou estranha e terminou bem de novo, acabou em uma manhã com a loira sozinha na sua cama. Juliette saiu sem dizer nada, sem nem pegar uma xícara de café, sem deixar um bilhete para trás.
Depois de pensar em milhões de coisas para escrever e até cogitar pedir ajuda para a irmã, Sarah acabou ouvindo o seu coração e resolveu dar um voto de confiança para a namorada. Afinal, ela não tinha ideia de que Juliette pensava daquele jeito sobre o próprio corpo e muito menos o quanto deve ter sido difícil ficar com ela naquela noite.
"Oi ju, bom dia. Senti sua falta quando acordei, mas entendo que precise de espaço. Estou aqui por você, te esperando como todos os dias e te amando ainda mais. Por favor, apenas me diga se está bem e prometo que te deixo em paz pelas próximas duas horas =)"
Mandou a mensagem e como a adolescente apaixonada que tinha se tornado, ficou agarrada com o celular esperando a confirmação de visualização da mensagem e qualquer sinal de vida da amada.
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Juliette acordou muito mais cedo do que o costume. Sentiu uma dor no braço e percebeu que era o peso dos braços de Sarah em cima do dela. Sorriu com carinho para a loira adormecida ao seu lado. A advogada tinha perdido a calcinha em algum momento do amasso das duas e nem fez questão de colocar de volta. Sarah era tudo que Juliette não era em relação ao seu corpo: segura e bem-resolvida. Também, como poderia ser diferente? A loira era linda da cabeça aos pés, começava com aquele maldito cabelo longo e com ondulações perfeitas que até mesmo bagunçado estava sempre lindo e brilhante. Depois o rosto parecia ter sido moldado pelo melhor escultor do planeta: olhos verdes, lábios sedutores que escondiam um sorriso encantador e até mesmo aquela pequena pintinha que tinha próxima do olho era linda. O corpo também era um presente dos Deuses: forte, sem nenhuma grama de gordura a mais e com várias sardinhas espalhadas em locais estratégicos. Os seios naturais eram os mais lindos que Juliette já havia visto, o abdômen de causar inveja em qualquer ser vivo, e aquelas pernas eram o verdadeiro significado de perdição. Sarah era perfeita e ela era...aquilo.
Juliette respirou fundo e quase jogou os braços da namorada para longe quando resolveu que precisava sair dali. Ainda bem que o sono da loira estava pesado e não acordou. A diretora pegou suas roupas e correu para o banheiro, fez o que precisava fazer, colocou a roupa e saiu como um foguete do quarto. Para colaborar com a sua sorte, Abadia e Bianca ainda estavam dormindo, então ela apenas se despediu do seu pequeno Woody, que estava passando mais tempo nas Andrade's do que com ela, e foi embora.
Em casa, tomou o seu banho e se arrumou para ir para o trabalho. Abriu a geladeira para preparar o café da manhã, mas só de ver a comida sentiu um enjoo tão grande que pensou que vomitaria ali mesmo. Fechou a geladeira e desistiu da ideia de comer, afinal, não iria fazer mal nenhum deixar para comer quando seu estômago não estivesse com nojo da comida. Já estava atrás do computador, marcando reuniões que precisava para acertar as coisas do hospital quando viu seu celular dar aquele sinal.
Sarah tinha seu toque especial e seu som de notificação, assim Juliette sempre saberia quando a namorada entrasse em contato. Naquele dia, não estava pronta para ouvi-lo. Dispensou a secretária com a lista de afazeres e leu a mensagem:
"Oi Ju, bom dia. Senti sua falta quando acordei, mas entendo que precise de espaço. Estou aqui por você, te esperando como todos os dias e te amando ainda mais. Por favor, apenas me diga se está bem e prometo que te deixo em paz pelas próximas duas horas =)"
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Era Pra ser você
FanfictionSarah Andrade é uma advogada pró-bono de Los Angeles. Juliette Freire vive na sombra do seu sobrenome. Uma morte vai aproximar os seus mundos, e o amor que vai nascer nada, nem ninguém será capaz de separar. (Adaptação)