Juliette estava radiante. O motivo dessa vez não tinha nada a ver com o seu relacionamento com Sarah. Talvez essa fosse a primeira vez que estava tão feliz e não tinha relação com a amada. Hoje era o dia do primeiro teste do seu novo projeto. Ela e Barbara passaram os últimos dois meses estudando todas as variações das células cancerígenas, e agora tinham acabado de criar a primeira dose para uma cura definitiva. Claro que era apenas para um tipo de câncer que elas estavam estudando, mas se conseguissem desenvolver um remédio que pudesse destruir todas as células da doença em qualquer estágio sem causar danos ao organismo, seria um passo enorme para expandir o projeto para as outras variantes da doença.
Mesmo sendo apenas o primeiro teste ela estava feliz demais. Barbara também. Elas passaram horas e horas cuidando de toda a parte teórica, estudando cada mínima mudança, aplicando o que era necessário, tudo para que no final o resultado fosse positivo. Então naquela manhã, depois que deixou Sarah e Bianca no escritório (sim, elas tinham se tornado aquele tipo de casal que um leva o outro para o trabalho e depois passa para buscar), correu até o seu hospital e foi direto para o laboratório, onde Barbara já estava a sua espera.
- Bom dia parceira! – Barbara disse assim que viu Lena chegar. Dava para perceber que a loira também estava com as expectativas no alto.
- Bom dia. Pronta? – Juliette vestiu o seu jaleco e parou ao lado da colega. – Hoje o dia é todinho para o sucesso.
Comentou para si mesma quando as duas começavam os primeiros preparativos para o teste. Enquanto Juliette dava início ao seu dia importante, Sarah tentava não morrer com a rotina em seu escritório.
- Jura que é só isso? – A advogada rodou a cadeira jogando a cabeça para trás. – Não pode ser!
- É só isso Sarah, bom trabalho, como sempre. Nós somos muito eficientes! – Kerline respondeu com orgulho na voz.
Desde que ela e Sarah iniciaram a sociedade tudo ia muito bem com os negócios. Tinham bons clientes, bons casos, e um percentual de vitória que causava inveja em muitos concorrentes. Porém, não era o suficiente para Sarah. A loira sentia falta da adrenalina, da raiva, de lutar contra as possibilidades. Estava tudo muito calmo na sua profissão desde o caso de Juliette. Até teve um pequeno vislumbre com o hospital e a acusação de pedofilia, mas não passou de apenas uma forma de tortura. Entregaram o doce para a advogada e depois o tiraram da sua boca. Ela precisava de algo mais, não aguentava mais fazer acordos.
- É, nós somos. Talvez somos boas demais. – Suspirou. – Você olhou a página policial Roberta? Qual é mulheres, me deem um caso! – Implorou olhando para a sócia, a assistente e a sua irmã que ainda estava presa com ela.
- Eu posso fazer isso! – Connie esperou pelo time perfeito e parou na porta da sala de reuniões com um sorriso convencido no rosto. Se ela tinha ouvido o apelo da sobrinha e aguardado as palavras certas para abrir a porta? Claro que sim.
- Connie! – Sarah sorriu e foi até a tia para um cumprimento apropriado, que Connie gentilmente estendeu as demais mulheres que estavam na sala.
- Desculpem interromper a reunião, mas Amanda disse que vocês estavam aqui e não pude deixar de ouvir os seus apelos Sarah.
- Choro você quer dizer! – Kerline pegou no pé da sócia, olhando com curiosidade para Connie. Não era a primeira vez que a tia de Sarah aparecia bem no meio do expediente para uma "visita".
- Estava bem perto disso, não estava? – A loira mais velha brincou e piscou para a sobrinha. – Mas eu não menti quando disse que poderia te dar o caso que você procura.
- Você não tem tipo, uns mil advogados na Capital que podem cuidar disso para você titia? – Sarah cruzou os braços encarando a mais velha.
- Eu tenho. – Connie sentou na cadeira que ficava na outra ponta da mesa, ficando de frente para a sobrinha. – Mas o que eu posso fazer se eu quero dar ele para as melhores de Los Angeles! A não ser, é claro, que vocês estão muito enferrujadas pras manchetes nacionais!
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Era Pra ser você
FanfictionSarah Andrade é uma advogada pró-bono de Los Angeles. Juliette Freire vive na sombra do seu sobrenome. Uma morte vai aproximar os seus mundos, e o amor que vai nascer nada, nem ninguém será capaz de separar. (Adaptação)