That's raging on now

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Sarah não olhou para trás para ver a cara de surpresa que o médico deve ter feito ao ouvir o seu nome. Ela já tinha conversado com as testemunhas de Juliette, indicando a ordem que elas seriam chamadas e antes mesmo de ter toda a certeza que tinha agora, a loira já havia dito que o homem seria o último. Quem olhou para trás foi Juliette. Ela encarou o amigo e talvez ali já tenha entregado que algo estava errado. Sinceramente, ela não se importava mais. Só queria sua inocência, só queria sair dali e se pudesse não ficava ali para ouvir aquele testemunho. Mas Sarah era teimosa, exigente, não fecharia um acordo e deixaria tudo nas mãos da polícia. Ela tinha comprado uma guerra e a advogada não ia parar até vencê-la. As duas trocaram um olhar rápido, porém sincero. Os olhos verdes da loira refletiam um pedido de desculpas que ela não precisava dar. Mesmo querendo acabar com tudo, Juliette estava ciente das escolhas da sua advogada e tinha concordado com tudo.

- Senhor Viana. – Sarah se aproximou da bancada da testemunha e sorriu de forma amigável. – Há quanto tempo o senhor conhece Juliette Freire?

- Desde a faculdade. – Lucas respondeu um pouco nervoso por estar ali tão antes do previsto.

- O senhor já se envolveu romanticamente de alguma forma com Juliette Freire?

- Não. – Sorriu sem jeito. – Nunca.

- Você me pareceu surpreso com a pergunta. Algum problema?

- Não. Juliette é minha amiga, eu sempre respeitei ela como amiga. Nós nunca tivemos nenhuma inclinação romântica na vida. – Explicou e ficou claramente preocupado com as perguntas da loira, ele deveria falar sobre Juliette ser uma boa pessoa e não sobre relações pessoais.

- Nem quando conheceu ela? Vocês estavam na faculdade, Juliette é uma mulher muito bonita, tenho certeza que era tão atraente na faculdade quanto é agora, então nem quando a conheceu, não teve uma inclinação romântica?

Lucas olhou para o promotor. Para o promotor! Sarah fechou e abriu a mão e respirou fundo para não berrar as acusações naquela hora. O desgraçado teve a cara de pau olhar para o promotor e pedir socorro. Graças aos céus, Rodolffo estava mais preocupado com o seu próprio rabo para socorrer qualquer testemunha que estivesse nas mãos de Sarah.

- Não.

Sarah não escondeu em seu rosto a expressão estranha que aquela resposta causava. Até porque ela lembrou do dia em que conheceu Lucas com Juliette e teve certeza que algo tinha rolado entre eles.

- Como conheceu Juliette Freire?

- Você quer os detalhes?

- Sim, senhor Viana, eu quero todos os detalhes. Se você lembrar das cores das roupas, melhor ainda! – Seu tom ficou um pouco impaciente, mas ela lutou para se controlar.

- Nós fazíamos a mesma classe de introdução a anatomia. Eu não tinha amigos naquela turma, os caras...eles não ficavam à vontade perto de mim. – Respirou fundo. – Nós tivemos que formar uma equipe, e Rafaella me convidou para fazer com ela e Juliette. Esse foi o momento que nos conhecemos, e no decorrer do semestre fomos nos tornando amigos e somos assim até hoje.

- Essas são as melhores amizades não são? As que fizemos quando estamos longe de casa, da família, de tudo o que conhecemos e ainda levamos pra vida!

- Sim, definitivamente.

- Você ama Juliette Freire? – Sarah viu o olhar do homem arregalar. – Como amiga, senhor Viana.

- Sim.

Juliette fechou os olhos e negou com a cabeça. Pegou a água e bebeu. Deveria tentar disfarçar, mas ouvir aquilo era demais. Ela queria gritar com ele, queria bater, queria perguntar o que ele entendia por amor, porque certamente o sentimento não era do seu conhecimento.

Era Pra ser vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora