Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos LaRusso, sendo considerada membro da família por Daniel no mesmo instante em que ele recebeu a notícia de que a neta do seu antigo sensei estaria ind...
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Os alunos do Miyagi-Do ainda não estavam muito felizes com a decisão de Akemi, mas pelo menos agora eles já haviam voltado a falar com ela.
Falcão passou o recado sobre Akemi ter saído para o resto dos seus amigos. Os olhares irritados deles continuaram e Akemi havia imaginado que continuariam a envolvendo nas brigas. Então as curtas discussões pelos corredores e as tentativas de irrita-las para se fazerem de vítimas a conselheira Blatt ainda eram constantes, mas não funcionavam com ela.
No sábado de manhã Akemi foi até o reformatório fazer uma visita a Robby, mesmo sabendo que ele não queria vê-la. Por isso, ela não passava pelos portões de entrada. Se sentava no meio fio e esperava pelo fim dos trinta minutos de visita, como se ela estivesse do lado de dentro, conversando com ele. Aproveitou o tempo para escrever em seu caderno todas as perguntas que faria se Robby aceitasse recebe-la.
1 - Você já se vingou do cara que te deu um olho roxo?
2 - Como estão as coisas com o advogado?
Ela suspirou, pegando o livro que trouxera para ele e deixou sobre o banco de motorista. Pegou o celular, entrando no e-mail e rapidamente digitando um para Robby.
"Sei que não quer me ver, então deixei um livro para você com os guardas. Espero que goste, anotei minhas partes preferidas. Fique bem, Robby."
Logo depois de enviar tomou coragem para entrar no reformatório para deixar o livro com os guardas da recepção, que entregavam as coisas trazidas de fora aos detentos depois de elas passarem por uma inspeção rápida. Robby querendo ou não, Akemi ainda precisava tentar. Queria demonstrar, de alguma forma, que estava com ele, o apoiando.
Não queria que Robby se sentisse sozinho.
A mensagem chegou para o garoto no mesmo instante. Ele estava na biblioteca, fazendo uma pausa da pesquisa sobre John Kreese na internet para olhar sua caixa de entrada. Seu coração acelerou ao receber a notificação de mensagem da garota. Um sorriso no canto da boca ao lê-la.
Ela ainda se importava. Mesmo depois de tudo.
Estava prestes a respondê-la quando o computador desligou. Ao seu lado, o garoto que se tornou seu inimigo número um desde que chegara ao reformatório ria.
- Opa. - ele jogou a tomada no chão. - Será que perdeu alguma coisa importante?
Robby se levantou.
- Por que você não me deixa em paz cara?
- Isso não vai rolar. Você ta sempre aí, todo metidinho.
- O tempo de biblioteca acabou, seus inúteis. - avisou o guarda, entrando na sala. - De volta pros quartos.
- É, você teve sorte, princesa.
Depois de passar no reformatório Akemi foi até a casa de Miguel. Queria saber como o amigo estava depois de ser liberado do hospital. O encontrou na entrada da sua casa, sentado na cadeira de rodas, observando uma churrasqueira acesa que Johnny colocava mais álcool para aumentar o fogo, com um olhar desanimado.
