18 - Senha.

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Não demoraria tanto tempo para chegar à casa dos LaRusso se conseguisse andar normalmente. Seus cotovelos ardiam ao serem flexionados e ela sentia vontade de xingar alto toda vez que seu pé esquerdo tocava o chão com um pouco mais de força do que deveria.

Ligar para alguém vir buscá-la seria uma boa ideia agora, mas Akemi preferia continuar caminhando por mais meia hora do que pedir ajuda. Era uma questão de orgulho chegar em casa sozinha depois de conseguir acabar com um dos seus cotovelos e ferrar o pé como nunca fizera antes.

Essas são as consequências de andar de skate. Não é muito diferente do caratê, mas no dojô você nunca sai com uma parte do seu corpo ralado. O máximo que pode acontecer com você em uma luta oficial seria um nariz sangrando ou um dente quebrado, o que não é nada comparado a distender um músculo.

Ela estava passando em frente a concessionária LaRusso e parou ao ver dois garotos correndo em frente a uma das portas, olhando pelas janelas como se procurasse por algo. Akemi se escondeu atrás de um arbusto, observando os dois de longe.

Semicerrou os olhos, tentando enxergar os rostos. Os garotos eram familiares, mas Akemi não viu o suficiente para saber quem era por causa do lugar escuro onde eles estavam. Com dificuldade se aproximou mais deles, usando um carro estacionado da concessionária como seu novo esconderijo.

O seu pé latejava de dor agora que o tocara no chão tantas vezes, mais rápido do que deveria, tentando se esconder antes de ser vista.

Ela colocou o peso do corpo sobre o skate, que podia ter o nome trocado por muleta após tudo isso. Quando os garotos pararam de baixo de uma das luzes Akemi pode enxergar o rosto dos dois por completo. Eram os ladrões que tentaram roubar suas anotações de química, na pista de skate.

- Cadê ele?

- Eu não sei.

- Eu to aqui.

Os dois garotos se viraram assustados em direção a voz que surgira de repente. Akemi fez o mesmo, vendo Robby. Franziu as sobrancelhas, confusa por ele estar ali naquele horário, junto dos dois garotos. Não achou que Robby ainda fosse amigo dos ladrões de mochila.

- Cara, não aparece assim do nada. - disse o cabeludo.

- Relaxa, cara. Eai, irmão. Conseguiu a senha?

- É, consegui.

"Senha? Que senha?", pensou Akemi.

- Eu falei que ele ia dar um jeito.

- Uhum.

Os dois olharam par Robby.

- Ta esperando o que? Anda, cadê a senha?

- Eu não posso.

- Não pode o que? Esqueceu a senha? - perguntou o cabeludo.

- Desculpa. Eu não vou fazer isso. Foi mal pela confusão.

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