Capítulo Cinco

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P.O.V KARA ZOR-EL

Como meus pés estavam me matando por ter ficado na escada por quase uma hora, quando vi Lena entrando, eu estava prestes a descer e entrar para fazer uns cookies com gotas de chocolate para Alex e Sam antes de elas chegarem ― ou pelo menos tentar ―, como um agradecimento por terem me permitido ficar com elas.

Mas em vez de seguir a mãe, a criança ficou para trás, então imaginei que Lena voltaria também. No entanto, isso não aconteceu. No lugar de Lena, a moça que eu tinha visto algumas vezes ― supostamente a babá ― chamou o menino e voltou a entrar.

Certa de que as emoções do dia tinham terminado, desci um degrau. Quando vi o menino olhando para a casa e depois de volta para a piscina, hesitei.

Por que elas o deixaram ali sozinho?

Pensando que mais alguns minutos não faria mal algum ao processo de fazer cookies, decidi esperar. De repente, o menino sorriu e pegou as boias de braço que Lena tinha tirado dele.

Por falar em tirar coisas, posso ter imaginado Lena tirando algo ― qualquer coisa ― de mim algumas vezes aqui e ali. Sou sem-vergonha, eu sei. Mas com uma mulher dessas, não tenho como evitar.

Depois de algumas tentativas, o menino conseguiu colocar uma delas, deixando-a ao redor do cotovelo. Mas a segunda… apesar de muito tentar, não conseguiu vesti-la. Então, como qualquer criança de
sua idade teria feito, ele desistiu e a jogou longe. Quando deu o primeiro passo na piscina, na parte rasa, comecei a ficar nervosa.

Com certeza ele sabe nadar, certo? Sei lá, ele estava usando boias de braço sempre que o vi entrando na água, mas elas deviam ter ensinado o menino a nadar, não é?

Provavelmente tinham uma piscina olímpica na casa delas ― aquela na qual a esposa dela vivia agora ―, não que eu estivesse me mantendo informada a respeito.

Quando a água chegou à altura do peito dele, comecei a entrar em pânico de verdade. Aquela boia não parecia nada presa ao braço, e se ele não soubesse nadar, uma só boia de braço o manteria acima da
água? Para piorar, o menino não parecia saber muito bem o que estava fazendo.

Correndo o risco de ser flagrada, tentei chamar a atenção dele.

— Psssiu! Ei, menino! Oi!

Por fim, ele me escutou e olhou para mim.

Será que ele sabia que eu tinha passado dias pendurada no muro?

Sorrindo, ele acenou para mim.

Merda!

Antes que eu tivesse tempo de entrar em pânico e descer da maldita escada, o menino foi com tudo e pulou, de cara, batendo os braços e as pernas. Pelo que eu tinha visto nos últimos dias, era esse o estilo dele, mas quando a boia escorregou do seu braço por causa dos movimentos… meu coração meio que parou.

A princípio, ele parecia estar bem e eu consegui voltar a respirar; afinal, ele sabia nadar… mas depois, tudo deu errado.

Ele entrou em pânico, sua cabeça foi encoberta pela água, e tudo ficou em silêncio por um segundo… um silêncio que foi demais para mim. Então, ele emergiu, ou melhor, a cabeça dele emergiu enquanto ele batia os braços, com os olhos arregalados de medo.

— Merda. — Xingando, subi os últimos dois degraus e olhei ao redor.

Não, ninguém estava saindo da casa. Porra, ninguém nem sequer sabia que havia algo ruim acontecendo.

— Porra! Merda! Porra! — Fazendo questão de xingar sem parar, porque, acredite, a situação exigia isso, eu subi no muro o mais depressa que pude e basicamente me joguei dele.

The Wall Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora