Capítulo Dezoito

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P.O.V KARA ZOR-EL

Acordei nos braços de Lena Luthor antes do nascer do sol, antes que as estrelas pudessem desaparecer completamente. Ela me fez gozar mais vezes do que nunca em uma única noite. Ela acabou comigo, e eu não consegui ficar com raiva dela. Não me lembrava de ter dormido segurando a mão dela, mas, assim que me dei conta de onde estava, soltei-a imediatamente. Movi os dedos, abrindo e fechando a mão para me livrar da sensação estranha.

Do calor.

Do súbito vazio.

Estava me sentindo deliciosamente dolorida, algo que eu teria comemorado deixando Alex constrangida se fosse em qualquer outro momento, mas eu estava com muita raiva de mim mesma por adormecer na cama de Lena para sequer pensar em correr até Alex para acordá-la.

Saindo da cama, me permiti olhar pela última vez para a quase perfeição que estava deitada ali.

Aquele corpo.

Aquele pau.

Aqueles dedos.

Ah, aqueles lábios.

Aquelas lábios maliciosos que sussurraram coisas ainda mais maliciosas para mim a noite toda. Sem fazer barulho, voltei para a sala, vesti a roupa e saí da casa dela.

***

— Bom dia, Kara — Sam me cumprimentou enquanto aparecia atrás de Alex.

Alex estava quieta, e seus olhos se voltaram para mim muito concentrados.

— Bom dia. Fiz panquecas. — Empurrei o prato com uma pilha de vinte panquecas para a frente e virei outra na frigideira.

— Dormiu bem?

— Você não me acordou.

Olhei para trás, para Alex, e abri a geladeira para pegar o suco de maçã.

— Bom dia pra você também, raio de sol. E de nada.

— Por que não me acordou?

— Porque você bate em quem tenta te acordar.

— Você faz isso mesmo — Sam murmurou, beijando a têmpora de Alex e pegando uma panqueca.

Com a ajuda de Sam, Alex se sentou em uma das banquetas e ficou de olho em mim. Entreguei a Sam o xarope de bordo e peguei o prato de frutas que eu havia cortado antes de começar a fazer as panquecas.

Deslizando a panqueca quente para o prato de Alex, comecei a fazer outra.

— Vou dar uma olhada no apartamento sobre o qual te falei. Você vai comigo?

— Porque essa é a coisa mais importante que devemos fazer agora, certo? Encontrar um apartamento pra você.

A mão de Sam parou no ar quando ela estava prestes a pegar um pedaço de banana.

Suspirei e virei a panqueca.

— Vou deixar vocês em paz para conversar — Sam murmurou antes de dar um beijo no pescoço de Alex.

Dando a volta no balcão, ela pegou uma garrafa de água da geladeira e me surpreendeu ao segurar meu braço e me puxar para um abraço.

— Seja legal com nossa filha adotiva, Alex — disse ela com cuidado, sua mão acariciando meu braço.

Eu sorri e ergui as sobrancelhas para Alex. Como resposta, ela lançou a Sam um olhar maligno e me perguntou: — Por que você está andando esquisito?

The Wall Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora