Capítulo Oito

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P.O.V LENA LUTHOR

Apesar de James se opor, eu sentia que havia tomado a decisão certa pedindo a ajuda de Kara. Sim, até onde sabíamos, ela não tinha experiência com crianças, mas eu a havia observado com Liam, e ouvido Liam falar muito sobre ela. Ele ficava feliz com ela, e eu queria que ele ficasse feliz.

Tirando isso, eu sabia que ela o manteria
protegido. Ela já tinha feito isso uma vez. Além disso, James fizera uma investigação assim que ela saiu da nossa casa com os policiais naquele dia.

Ela tinha a ficha bem limpa.

No primeiro dia que ela cuidaria de Liam, James havia insistido para que colocássemos um pequeno dispositivo de escuta em um dos brinquedos do Liam para ter certeza de que tudo correria bem ao longo do dia. Eu não fui contra; era a segurança do meu filho. Exagero? E daí? Me deixou tranquila.

Quando fui à casa de Sam para buscar Liam, eu tinha dormido apenas três horas. Pedi para que Kara, a reclamona, assinasse o maldito termo de confidencialidade, e ela reclamou mais, e então saí de lá o mais rápido possível.

No segundo dia, depois de passar um tempo com Liam, vi Kara, com aquele traseiro bem firme, subir o muro que separava a
propriedade de Sam da minha.

Apesar de ser um pé no saco, ela estava fazendo o melhor que podia para não atrapalhar, o que me surpreendia, já que ela tinha espiado meu filho e eu por sabe Deus quanto tempo.

Seria a primeira noite que ela passaria na minha casa, e eu preferia manter o máximo de distância possível dela. Eu havia aceitado seu pedido só por não ter opções. Liam tinha a tendência de se fechar quando não estava feliz, e levá-lo para as gravações estava fora de cogitação.

Eu nunca me esqueceria de como odiava quando meus pais levavam Lutessa e eu com eles, e se esqueciam de nós por horas
enquanto se fechavam em seu próprio mundo. Claro, mandavam seus assistentes verem se ainda estávamos vivos e comportadas, mas, em alguns dias, nós mal os víamos. Mas éramos bons troféus.

Lutessa, com cabelos escuros e grandes olhos verdes exatamente iguais aos meus, eramos o acessório preferido da minha mãe. Ela nos vestia bem e cuidava para que chamassemos atenção, para que os paparazzi tirassem fotos nossas e falassem sobre nossas roupas da moda.

A família Luthor era uma marca e pronto.

Nossas melhores lembranças eram dos meses que passávamos sem ver nossos pais quando eles tinham que viajar para gravar. Não seria assim com Liam. Era esse meu maior objetivo.

O terceiro dia foi bem comprido. Entre tentar encontrar uma nova relações públicas e gravar as cenas extras do filme, fiquei assoberbada.

E, no meio, aconteceu uma discussão com Helena sobre Liam, e mais uma discussão no estúdio a respeito do meu contrato… e meu dia ficou uma merda.

Já amanhecia quando cheguei em casa. Apesar de estar acordada há mais de trinta e seis horas, fiz questão de passar um tempo com Liam antes de James levá-lo para a escola. Nesse dia, não vi o rosto sorridente de Kara Zor-el .

No quarto dia, quando cheguei em casa, eu os encontrei dormindo, um de cada lado do sofá, enquanto Simba rolava com Nala na
televisão. Não me aproximei deles, só fiquei observando em silêncio.

Liam estava dormindo com a boca aberta, como sempre, com as mãos embaixo da cabeça. Murmurava algo e chutou as pernas de Kara sem muita força quando se virou de lado. Desviei o olhar para o rosto
de Kara. Ela estava encolhida, com os joelhos flexionados.

Os cabelos loiros dela estavam presos em um coque, me dando uma visão clara do seu rosto. Consegui ver parte do seu ombro por uma abertura da camiseta. Ela parecia muito inocente, o oposto completo de como costumava agir. Se não tivesse escutado a interação entre ela e Liam, acho que não teria me sentido segura para deixá-lo com ela, mas como eu sabia exatamente como passavam o dia, porque James me contava, eu me conformei com minha decisão
apressada.

The Wall Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora