Capítulo Sete

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P.O.V KARA ZOR-EL


A cada dia que passava, eu detestava Lena Luthor ainda mais; não sei nem como era possível… não me pergunte. Isso havia, de alguma forma, começado a se tornar um assunto importante para mim.

Por quê? Porque ela era… uma idiota, porque ela fazia exercícios físicos somente de top no quintal, porque ela fazia o filho rir, porque ela era sensual, porque a voz dela tinha a capacidade de causar pequenos orgasmos, orgasmos minúsculos e irritantes que me forçavam a cruzar as pernas ou aplicar um tipo de pressão.

Detestava esses orgasmos; eles me deixavam insatisfeita e só me faziam lembrar que eu não transava há semanas.

Semanas, eu disse! Sem falar de sexo em si, eu estava até sem beijos. Um simples beijo inocente. Dá para imaginar o que isso causa numa mulher? Seu corpo reage de modo diferente a todos os tipos de coisas.

Lena Luthor era uma delas.

Arrepios.

Em todas as partes.

Compridos.

Curtos.

Dolorosos.

Arrepios cheios de prazer.

Você já teve um orgasminho só porque uma mulher disse ― não, sussurrou, "eu te amo, carinha" para o filho dela enquanto o colocava para dormir? Não? É só comigo?

Bom, me desculpe pra caramba, então. Você deveria ir ao médico para ver se está tudo funcionando bem se não sente arrepios quando escuta Lena Luthor dizer ao filho que o ama.

Então, sim, Lena Luthor era uma idiota por me deixar arrepiada ― e estou pegando leve para não falar baixarias.

Consegue me entender ou precisa que eu continue com a lista de motivos pelos quais eu detestava tanto Lena Luthor?

De modo geral, a voz dela era um saco. Independentemente de ela estar confessando amor ao seu filho ou conversando com a ex em sussurros, a voz dela era péssima assim como ela.

Mas o primeiro dia no emprego inesperado de babá não foi tão ruim; eu ainda não tinha causado o efeito total naquele momento. Eu havia passado a maior parte do dia grudada no telefone conversando e enviando e-mails para editoras, tentando conseguir o melhor contrato para os livros da Alex. E sabe de uma coisa? Por mais que eu tenha pensado que não seria útil para ela, estava começando a perceber que
não era muito ruim nisso, então, minha

Alex querida estava certa, afinal. Os acordos que estavam em discussão ― eu tinha quatro, até o momento ― já eram melhores do que os que outros agentes tinham prometido conseguir. Ou seja, eu estava fazendo um ótimo trabalho
como agente temporária.

Então, perto das três horas, o grande e malvado guarda-costas deixou Liam e disse, com grosseria, para eu mantê-lo em segurança e dentro do perímetro da casa, como se estivesse entregando o presidente aos meus cuidados ― não que eu não fosse protegê-lo, mas ele era um menino de cinco anos, pelo amor de Deus.

Mas o resto do dia e da noite passaram bem. Nós nos divertimos e falamos sobre
várias coisas, desde amigos, estudos e as meninas com quem ele gostava de se sentar na escola até por que ele não gostava de dormir em trailers. Em determinado momento, Alex saiu de onde estava
escrevendo, dando uma pausa em seu mais recente livro para tomar sorvete conosco.

Vocês deveriam ter visto como Liam ficou tímido perto da Alex, olhando para ela sem parar. Ele seria um destruidor de corações, disso eu tinha certeza. Assim como a idiota da mãe dele, mas Liam não seria um idiota; ele era lindinho demais para isso. Era divertido. O pequeno ser humano era divertido, bonitinho e esperto ― tudo o que a mãe dele não era, e talvez eu estivesse um pouco apaixonada por ele. Pelo filho, não pela mãe .

The Wall Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora