Capítulo Quatro

2.6K 399 29
                                    

P.O.V LENA LUTHOR


Nadei até a outra ponta da piscina e subi para respirar. Estava cansada e minha dor de cabeça piorava com o passar das horas. Tirei a água dos olhos e vi Liam sentado
exatamente no mesmo lugar onde ele estava há trinta minutos, com os olhos focados em seu iPad e o rosto feliz.

Olhei além de onde ele estava e vi sua babá, Louise, sentada perto da porta da casa. Tínhamos duas babás. A outra era Marta. Ela ficava com Helena, meio babá e meio assistente de Helena, e Louise permanecia
conosco quando era minha semana com Liam.

Ela abriu um sorriso tímido para mim, e eu assenti para ela. Era bom saber que ela estava de olho em Liam. Tranquilamente, voltei nadando até meu filho, fazendo questão de espirrar um pouco de água perto de onde ele estava antes de sair da
piscina. Ele estava olhando para trás e rindo de alguma coisa. Quando me notou, tirou os fones de ouvido e sorriu para mim. Só de olhar para ele, senti um aperto no peito.

— E aí, amiguinho? — perguntei, aproximando-me dele.

— Estou tomando sol, como a mommy faz.
Ri.

— Ótimo.

— Está pronta para fazer flexões agora, mãe?

— Hoje não, amigo — respondi quando cheguei ao lado dele e peguei minha toalha.

Ele parou de sorrir e deixou o iPad de lado.

— Não sou um bom professor?

— Não é professor, é treinador — eu disse a ele.

— Você encontrou um novo treinador? Posso melhorar. Posso mesmo, mamãe. Posso me esforçar mais como seu treinamento...

Dei risada e me sentei ao lado dele.

— Por que eu procuraria alguém novo se tenho você? Você está sendo intenso no meu treinamento, carinha. Mal consigo acompanhar.

A preocupação em seu olhar desapareceu, e ele me deu um tapinha no ombro.

— Certo, você pode descansar hoje. Faremos flexões amanhã, se você descansar hoje?

— Preciso te levar de volta para a sua mãe hoje, lembra?

Ele me imitou, sentou-se endireitando as costas e apoiou os cotovelos nos joelhos. Seus pés nem sequer alcançavam o chão. Depois de olhar para mim depressa, ele bateu a mão no joelho.

— Ah, não. Amanhã? Pode me buscar amanhã para podermos fazer flexões?

— Você tem aula amanhã, Liam.

— Ah — ele sussurrou, olhando para o chão. — Você acha que a mamãe vai me deixar voltar para cá depois da aula pra te ajudar com as flexões?

— O que acha de treinarmos juntos quando você voltar semana que vem?

— Posso dizer aos meus amigos que sou seu profe… treinador?

— Claro.

Ele saiu da cadeira e começou a dar pulinhos de novo, tudo de volta ao normal em seu mundinho.

— Todo mundo vai morrer de inveja quando verem meus músculos! — Ele levantou o braço e o flexionou, mostrando os músculos pequenos, pressionando e cutucando com o dedo indicador.

Quanto mais olhava para ele, mais insistente se tornava a dor no meu peito.

Meu Deus!

Por que Helena fazia isso comigo? Por que me machucar limitando meu tempo com o meu filho se não tinha interesse em passar tempo com ele?

The Wall Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora