P.O.V KARA ZOR-EL
— Shhh, silêncio — sussurrei depressa.— Shhh, você! Não fiz nada.
— Eu não disse que você fez alguma coisa. Eu pedi silêncio. Você vai estragar tudo antes de conseguirmos ver alguma coisa — sibilei para Alex.
Ela resmungou, provavelmente irritada comigo, mas ficou quieta enquanto levávamos a enorme escada em direção ao muro de pedra da propriedade deles.
Muitas horas haviam se passado desde que tínhamos deixado o apartamento de Monel, e que eu tinha oficialmente me mudado para a sala de visita da minha amiga. Como prometido, já tínhamos comemorado a mudança e o rompimento com muitas doses de tequila e várias margaritas cada.
Talvez também já tivéssemos usado a sala de projeção como nosso karaokê e assassinado umas músicas pelo caminho, mas atribuímos a péssima performance ao tempo ruim porque normalmente arrasávamos cantando todas as canções.
Enquanto estávamos deitadas olhando para o teto, Alex recebeu uma mensagem de texto de Sam dizendo que se atrasaria para a nossa fossa, e foi exatamente quando me lembrei de que não era uma boa ideia deixar Alex beber mais do que quatro doses de tequila.
Depois que a consolei, já que ela estava chorando porque Sam se atrasaria, ela decidiu que seria ótimo pegar a escada que tínhamos visto os jardineiros usarem mais cedo e conferir o lado do muro de Lena Luthor ― a atriz bonitona de cinema que tinha se mudado para lá alguns meses antes. Como eu poderia dizer “não” a um plano tão bom? Nosso plano não incluía espiá-la nem nada assim.
Bom, claro que não éramos de perseguir, só queríamos ver como era a casa dela, sabe? Afinal, casas são muito importantes. É sempre uma conquista na vida ter um teto sobre a cabeça da gente.
E se por pura sorte a víssemos andando meio pelada pela casa ― ou, quem sabe?, totalmente pelada ―, bom, não seria nossa culpa estarmos olhando, né? A culpa seria única e exclusivamente dela.
Então, esse foi o motivo de termos ido parar no quintal de Alex, levando aquela maldita escada.
— E se ela estiver pelada, Kara? O que a gente vai fazer?
— Hum… ver se ela está nua por vontade própria? É praticamente atentado ao pudor, mas não vamos chamar a polícia, eu acho.
— Está falando sério?
— Claro que não! Cuidado por onde anda, tem uma árvore atrás de você.
Depois de me olhar de cara feia, ela olhou para trás e quase bateu no tronco da árvore.
— Ah, valeu.
Sorri e balancei a cabeça. Sam se surpreenderia muito quando encontrasse a esposa caindo de bêbada.
Quando já estávamos bem perto, lentamente abaixei a ponta da escada que eu estava segurando.
— Não solte, tá? Precisamos apoiá-la no muro.
— Sei o que precisamos fazer, pare de me dar ordens. E, por favor, pare de bater no meu arbusto!
— Meu Deus, Alex, estou sendo arranhada nesse arbusto idiota aqui, e você não está nem um pouco preocupada com a possibilidade de eu morrer de hemorragia.
— Não se preocupe, você não vai morrer por causa de uns arranhões. Sem contar que isso tudo foi ideia sua. Vou ficar repetindo isso quando a Sam chegar em casa e nos pegar aqui. — Ela cantarolou a última frase enquanto eu fazia o melhor que podia para me afastar do arbusto mortal.
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The Wall Between Us
RomansaUma adaptação de "To hate Adam Connor", um livro de Ella Maise. LENA G!P - Se não gosta não leia ❤️ Mais um dia normal onde eu ia espiar minha vizinha famosa e gostosa por cima do muro que dividia nossa casa, até que tudo desandou. Eu estava presa e...