Fora do Inferno

1K 81 26
                                    

Pela primeira vez em muito tempo fora da ilha. Finalmente livre daquele inferno.
Olivier sentia-se aliviado, confuso, triste também, mas ao mesmo tempo se sentia feliz.
 
—No que está pensando? — questionou Milo vendo o quão nervoso Olivier estava.
—Apenas pensando em como a gente está tendo sorte de sair dessa ilha vivos. — disse com um olhar quase vazio.
—É, meu pai não teve essa sorte. Você tem sorte de ter pais ainda vivos.

Um silêncio se instalou naquele barco que atravessava a imensidão do mar, assim, deixando a ilha. Se é que ainda podemos chamar assim ou se poderíamos já a chamar de inferno.
Após uma longa e realmente cansativa viagem, finalmente chegaram à cidade com a noite caindo.

—Milo? — disse Olivier sacudindo suavemente o corpo de Milo.
—Oi? O que aconteceu? — disse com uma voz sonolenta.
—É… A gente chegou à cidade.

Milo acabou de despertar e saíram todos do barco, indo em direção a cidade.

—Uau! — exclamou o garoto olhando a imensidão daquele lugar. —A ilha realmente era pequena.

Assim que chegaram desembarcaram, Angelina os olhou com uma expressão preocupada, como se fosse dar uma notícia ruim.

—Aconteceu algo, mãe? — perguntou Amelie.

Angelina ficou em silêncio.
Olivier ficou surpreso, Amelie ficou calada a viagem inteira, o que era novidade. "Ela nunca calou essa matraca por tanto tempo" pensou o garoto, assim, soltando uma risada. Aquilo chamou atenção da garota, mas nem deu bola, afinal "É só meu irmão idiota".
Bárbara também estava absurdamente calada. Mas isso era comum.

—Olivier, tá tudo bem com sua mãe? Ela está bem nervosa, né? —disse Milo em tom baixo, apenas para Olivier ouvir.
—Eu vou dar uma olhada.

Olivier também havia reparado que sua mãe estava nervosa. Acho que todos ali haviam.

—Mãe, tá tudo bem? Aconteceu algo? —disse Oliver enquanto se aproximava da mãe.
—O que? Ah, Oli… Ah, assim filho, a mansão está em reforma, então a gente vai ter que dormir na nossa outra casa, que é menor, não sei se cabe todo mundo.
—Nossa outra casa? Aquela enorme perto da avenida principal? Aquela casa é gigante, mãe. Claro que cabe todo mundo.
—Você acha, filho? —disse com uma voz preocupada.
—Amelie, vem cá.
—O que foi, peste? —continuou Amelie, se aproximando dos dois.
—Você acha que cabe: eu, você, a mamãe, o papai, o Adrian, o Milo e a Bárbara naquela nossa casa perto da avenida? —interrogou Olivier.
—Claro que sim, aquela casa é enorme, mas por quê?
—A gente vai ter que dormir lá, porque nossa casa está em reforma e a mamãe tá achando que não cabe todo mundo lá.
—Claro que cabe, mãe. Relaxa.

Angelina deu um sorriso doce.
Enfim, Angelina anunciou aquilo para todos, que, nem ligaram, não ia fazer diferença. Todos sempre viveram vidas simples e aquela casa era um grande luxo para aquelas pessoas que estavam extasiadas com a beleza e tamanho da cidade.
Adrian e os Florence eram os únicos acostumados com aquilo, então, Milo e Bárbara estavam se cutucando para mostrar coisas aleatórias da cidade a todo tempo.
Assim que chegaram a casa "reserva" dos Florence.
Bárbara, Milo e Adrian se surpreenderam com a beleza e tamanho da casa.

—Como assim ela tava achando que não ia caber todo mundo aqui? —indagou Milo para Olivier em tom baixo.
—Minha mãe é assim mesmo —disse Olivier em meio a uma risadinha desajeitada.

A casa foi ligeiramente apresentada a eles, que foram cada um para seu quarto, exceto Olivier, que foi para o quarto de Milo. E Amelie, que foi para o quarto de Bárbara. Os Florence para seus quartos de sempre e Milo, Bárbara e Adrian ficaram com os quartos de visita.
Ficaram maravilhados com tudo aquilo.

—Olivier, olha, o meu tem até um banheiro! —disse Milo sorrindo para Olivier.
—Todos têm. —disse Olivier rindo. —É uma suíte.

Jogaram conversa fora por mais um tempo, até que cada um foi realmente para seu quarto.
E, assim, finalizou-se mais um dia.

Aliados do Amor ~MilovierOnde histórias criam vida. Descubra agora