Turbulências

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  Raios solares entravam pela janela. Mais um dia se iniciava.
 
Olivier desperta e encontra Milo deitado ao seu lado. Olivier levanta-se da cama, tomando cuidado para não acordar o garoto, ainda adormecido em sua cama.

Quando chegou à cozinha, Olivier deparou-se com Montel. O garoto engoliu seco, ele estava claramente desconfortável com a presença do pai.
Quanto a Montel? Ele nem havia percebido a presença do garoto, nunca percebia.

Olivier pegou um copo de água e dirigiu-se para fora da cozinha.

Por que era tão estranho estar com seu pai?
"Ele é meu pai. Ele é da família. Não era pra causar desconforto, não é?" Muitas perguntas, poucas respostas.

Olivier subiu até o quarto novamente e deparou-se com o quarto vazio, isso significava que Milo já havia acordado. O garoto sentou-se na cama e refletiu sobre sua vida e como ela havia mudado no último mês.

Seus pensamentos foram interrompidos por Milo saindo do banheiro.

Olivier deu um sorriso tímido ao deparar-se com o garoto.

—Ah, eu tomei banho no seu banheiro, espero que não tenha problema —disse o garoto apontando para a porta do banheiro.
—Tá tudo bem. —respondeu Olivier, observando atentamente o garoto. Ele parecia mais atraente que o normal. O por quê, Olivier não sabia, mas sabia que aquilo era bom.

Milo sentou-se ao lado do garoto.

—Sabe, eu adoro quando você me olha assim. —disse o garoto enquanto acariciava o rosto de Olivier com uma de suas mãos.

Olivier sorriu desajeitado.

—E eu adoro o fato de ter você pra olhar o quanto eu quiser. —respondeu enquanto se aproximava.

Seus lábios estavam a milímetros de se tocar. Os dois eram como imãs, era inevitável não perceber o quanto desejavam um ao outro.

—Agora não. —sussurrou Milo enquanto se afastava lentamente de Olivier.
—Meu Deus, que filho da puta. —murmurou Olivier, que logo foi interrompido pelas mãos de Milo agarrando a gola de sua camisa, o puxando para perto.

Estavam novamente perto o suficiente para sentirem duas respirações ofegantes.

—Você não acreditou que eu ia recusar um beijinho, não é? —sussurrou Milo, se aproximando do garoto.

Olivier deu um sorriso satisfeito, enquanto levava suas mãos até o pescoço do garoto.

Seus lábios se tocaram, ou quase se tocaram.
A porta, a maldita porta estava aberta. Montel estava passando pelo corredor, quando deparou-se com a cena dos garotos.

Montel terminou de abrir a porta com força.
Os garotos se afastaram em um susto.

—Pai? —disse Olivier aparentemente assustado com a presença do pai.
—Que merda é essa, Olivier? —perguntou Montel, com um claro ódio e desprezo em sua voz.
—Que merda é essa? Eu que deveria perguntar. Você que entrou aqui do nada. —respondeu Olivier se levantando da cama.

Montel respirou fundo, entrou no quarto e levou as mãos à cabeça.

—Olivier, eu vou perguntar só mais uma vez: o que você estava fazendo com esse imundo? —continuou, com perceptível raiva em seu tom de voz.

Milo engoliu seco, claramente se sentiu desconfortável com aquilo.

—Não fala assim dele, seu merda. —esbravejou Olivier.
—Garoto, cala a porra da boca e me responde. —trovejou Montel.

Olivier riu incrédulo, enquanto balançava sua cabeça.

—Você é um filho da puta, sabia? Você nunca participou nem da minha vida, nem da Amelie. —continuou Olivier com a voz trêmula.
—Se eu não fui presente, era pelo fato de eu estar ocupado trabalhando para dar uma vida boa para vocês.
—Não é possível, cara. Não é possível. Vida boa? A gente preferia sua atenção, Montel. Sempre preferimos. —continuou o garoto, já com os olhos marejados.

Aliados do Amor ~MilovierOnde histórias criam vida. Descubra agora