Mais um dia se inicia.
Um dia chuvoso, frio e tenebroso.
Milo acorda com o estrondo de um trovão, o garoto se levanta agilmente, levando alguns segundos para raciocinar.
Milo senta-se na cama novamente, até que um grande clarão ilumina os céus.
"Um, dois, três, quatro" Milo conta, até ser interrompido pelo definitivamente estrondoso barulho do trovão. Desta vez, o trovão havia acordado Olivier.
Em seu quarto, Olivier se levanta rapidamente, até que raciocinou e sentou-se à beirada da cama. Olivier pegou o celular e pressionou o botão de ligar."07:36" Disse o garoto em tom baixo, colocando o celular em cima da cama.
Milo saiu do quarto e foi em direção ao banheiro principal, Olivier fez exatamente a mesma coisa, no mesmo momento.
—Milo? É muito cedo ainda —disse Olivier, assim que encontrou o garoto.—Bom dia, Olivier. —disse Milo sorrindo. —Bom, eu acordei com um trovão e não tive mais sono.
Olivier se sentiu um pouco mal educado por não ter dito bom dia, ele se esforçava, mas sempre esquecia.
—Ah, eu também acordei com um trovão. Odeio chuva. —disse Olivier descendo para a cozinha, percebendo que o garoto queria usar o banheiro.
Olivier desceu e surpreendentemente Bárbara e Amelie não estavam. Elas sempre acordavam cedo, antes dos garotos. Ou talvez os garotos só dormissem demais.
Depois de alguns minutos Milo chegou à cozinha também.—Eu achei que as meninas acordassem com o sol. —disse o garoto sentando-se à mesa junto de Olivier.
—Acho que é só a gente que dorme demais. —disse Olivier rindo —Ah, olha, é pra você. —disse Olivier apontando para um prato, que havia um sanduíche e, ao lado, um copo de leite.
Milo sorriu e agradeceu.
Após os garotos comerem, subiram para o quarto de Olivier. Milo sempre preferia o quarto de Olivier. Lá tinha o cheiro dele, as coisas dele e, principalmente, ele. Mas Milo nunca admitiria isso, caso Olivier perguntasse, ele diria que o quarto de Olivier era mais bonito e aconchegante, apenas.
Milo estava mexendo nos livros de Olivier, ele adorava mexer nos livros de Olivier e particularmente, Olivier amava que Milo mexesse nas coisas dele.
Olivier rolava a página inicial de seu Instagram, ele não gostava muito, mas não havia outra coisa para fazer. Até que Milo se sentou na cama com um livro, o que fez Olivier bloquear a tela do aparelho e o colocar sobre a pequena mesa ao lado de sua cama.
Olivier observou o garoto, que folheava as páginas de um livro sobre dinossauros.
Olivier sentou-se ao lado de Milo e observou de perto o garoto. Milo sempre percebia quando Olivier o estava observando, mas nunca ousava olhar de volta.
Milo fecha o livro e olha para Olivier.—Olivier, será que eu posso ficar com esse livro? Tipo, só até eu terminar de ler. Eu gostei muito. —disse Milo desviando o olhar, o levando até a capa do livro.
—Pode, claro que pode. —disse Olivier olhando rapidamente para o livro, depois novamente para Milo.O olhar de Olivier recaiu sobre os lábios avermelhados de Milo, o que o causou um arrepio.
Olivier encaixou as mãos na cintura do garoto e inclinou seu corpo na direção do mesmo.
Olivier recostou uma das mãos no rosto do garoto, sua pele era morna e extremamente macia.
Milo direcionou o olhar para Olivier.
Olivier adorava quando Milo o olhava daquela forma, seus olhos eram grandes e verdes tão profundos quanto a imensidão do mar.
Ele enroscou a mão nas raízes dos cabelos enrolados de Milo e se impulsionou em direção a ele. Seus lábios gélidos entraram em contato com os lábios macios e úmidos do garoto.
Milo tentava se entregar ao beijo, o que não era muito difícil. Milo não tinha experiência alguma, digamos que não havia muitas pessoas na ilha para ele ter alguma experiência em relação a isso.
Milo pegou no rosto do garoto, enquanto Olivier se livrava do livro que estava em seu colo, ao mesmo tempo que se impulsionava em direção ao garoto.
Milo precisava daquilo, do toque, do calor de seu corpo sendo pressionado pelo de Olivier. Olivier também precisava daquilo, sua respiração ofegante entregava isso.
Uma das mãos de Milo embrenhou-se nos cabelos macios de Olivier, enquanto a outra mão puxava o quadril de Olivier em sua direção.
Olivier o pressionou contra a cama, até que um barulho vindo do corredor os interrompe.
Olivier se afasta e murmura um palavrão.
Milo resmunga. Olivier chega perto do rosto de Milo, quase o beijando.—Por que a gente não têm paz um segundo sequer? —disse Olivier rindo, ainda perto do rosto de Milo.
—Eu realmente não sei —disse o garoto sorrindo.Milo puxou Olivier para perto, o beijando novamente. Milo o virou, ficando agora em cima de Olivier. Deu um beijo leve em Olivier e se levantou, indo em direção a porta e a deschaveando.
Olivier permanece na cama, deitado.
Milo observa Olivier deitado, olhando para o teto. Sua vontade era de voltar lá, mas era melhor não, ele nem sabia se Olivier também queria que ele voltasse. Olivier obviamente também queria aquilo, mas não havia como Milo saber daquilo, mesmo que seus corpos demonstrassem o quanto desejavam um o outro.
Após alguns rápidos segundos, Olivier sai do quarto e encosta a porta novamente.
"Puta que pariu" Mumura Olivier, olhando para o teto e depois para o livro que ele mesmo jogou no chão, minutos atrás. Ele pega o livro.
Olivier sai do quarto com o livro na mão e encontra Amelie saindo do banheiro.
"Ah, está explicado o barulho" Pensa o garoto enquanto cumprimenta a irmã.
Era impressionante como eles sempre se esbarravam nos corredores. Os dois já haviam até se acostumado com aquilo.
Olivier caminhou até o quarto de Milo e bateu à porta. Milo abriu, Olivier pousou os olhos no garoto. Ele estava descabelado, mas isso só o deixou mais atraente para Olivier.—Você esqueceu o livro —disse Olivier entregando o livro para Milo. —Isso é, se você ainda quiser ler.
—Ah, sim. Eu quero sim —disse Milo pegando o livro e abrindo um sorriso tímido para Olivier.Olivier sorriu e foi para a sala de estar.
A chuva havia acalmado, mas o dia ainda estava cinzento e frio.
Bárbara e Amelie desceram as escadas, rindo e conversando.—Bom dia, Olivier. —disse Bárbara sentando-se na poltrona perto do sofá.
—Bom dia, Bárbara. —disse Olivier sorrindo.Amelie sentou-se no braço da poltrona que Bárbara estava.
—Mas então, é verdade aquilo que você disse? Tipo, você tem certeza? —disse Amelie tentando ignorar a presença de Olivier.
—Ah, Amelie… Certeza, certeza eu não tenho. —disse Bárbara separando as vogais. —Foi só uma suposição, mas eu acho que sim.Olivier fingiu não prestar atenção, mas ele estava, obviamente.
Olivier percebeu o incômodo das garotas com a presença dele e foi para seu quarto.
Olivier deitou-se em sua cama, repassando o que havia acontecido com Milo. Sentiu um certo ódio de Amelie por atrapalhá-los. Os lençóis estavam com o cheiro de Milo, aquilo era reconfortante, mas torturante por não o ter ali, naquele momento. Nem Olivier sabia o porquê de pensar tanto em Milo.
Olivier pegou o telefone da mesa. "Milo deveria ter um telefone" Pensou rapidamente o garoto. "É isso, Milo tem que ter um celular!" Disse o garoto em voz alta, saltando da cama.
Olivier desceu para a sala, onde estavam Amelie e Bárbara.
—Amelie, o Milo e a Bárbara deveriam ter celulares. —disse o garoto se aproximando das duas.
—É verdade, eles deveriam mesmo —disse a garota sorrindo e balançando a cabeça afirmativamente. —até que enfim você disse algo inteligente Olivier.Olivier revirou os olhos e se jogou no sofá.
—O que você acha que está fazendo? —disse Amelie se levantando da poltrona.
—O que você acha? Eu estou me sentando no sofá. —disse Olivier balançando a cabeça sarcasticamente.
—Você que deu a ideia, agora a gente vai na loja comprar os celulares —disse Amelie puxando o garoto com uma mão e puxando Bárbara com a outra. —Na verdade, já passou da hora de eles terem celulares.Amelie pediu para Olivier chamar Milo e ele obedeceu.
Olivier bateu à porta do quarto de Milo.
Milo atendeu e um cheiro adocicado tomou as narinas de Olivier. As pupilas de Olivier ficaram maiores do que o comum, isso se destacava nos olhos verdes do garoto.—Ah, a Amelie pediu para eu vir te chamar. —disse o garoto rapidamente.
—Ok —disse o garoto sorrindo —Você sabe pra que exatamente? —disse Milo saindo do quarto e fechando a porta.
—A gente vai comprar celulares para você e a Bárbara, se vocês quiserem, óbvio —disse Olivier pausadamente, a presença de Milo o deixava nervoso, agora mais do que nunca. Mas o porquê disso nem Olivier sabia.
—Ah, que legal —disse Milo sorrindo enquanto descia as escadas. —Assim eu posso falar com você pelo celular, certo? E com as meninas também, claro.
—Sim, pode sim. —disse Olivier simpaticamente.Amelie chamou o Uber e todos foram.
A chuva estava calma, mas o clima ainda era cinzento e com trovões, isso fez com que tivessem uma viagem calma.
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Aliados do Amor ~Milovier
RomanceMilo Castello e Olivier Florence, dois jovens adultos, ambos apaixonados e confusos. O primeiro amor é sempre o mais difícil, mas também o mais doce e puro.