capítulo XIV: 𝖁𝖆𝖑𝖘𝖆 𝖈𝖊𝖑𝖊𝖘𝖙𝖎𝖆𝖑

225 31 6
                                    

Em seu caminho as velhas árvores balançavam como bambuzais em uma noite de tempestade, jogavam suas copas uma contra as outras, enquanto por meio delas Kaira criava seu caminho. oh pobres bétulas, a menina se encontrava tão animada em sua forma bestial que mal se deu ao trabalho de notar a insatisfação do velho bosque.

Aos poucos as árvores foram diminuindo, alertando a mesma que sua caminhada chegou ao fim, logo deixou suas últimas pegadas ao topo da colina, a mesma que separava natureza e cidade, o cheiro de concreto e asfalto impregnava rápido em suas narinas sensíveis.

Oh que visão linda ela tinha, a cidade kury tomava forma na depressão daquela montanha, prazeres e luzes para o'que der e vier, mas esse era o charme da metrópole, desde igrejas e boates que dividiam a mesma avenida ate ruas lotadas com pessoas simplesmente curtindo a música.

Assim que voltou a sua forma bípede, Kaira se assustou com o som inesperado de metal se chocando contra o chão, era uma garotinha, ela parecia paralisada com oque acabou de presenciar, por isso deixou o balde cair de suas pequenas mãos.

A prateada por sua vez não viu outra saída a não ser dar um sorriso e acenar para a criança. Será que foi uma ideia ruim? Ela realmente achava que não, logo arrumou seus cabelos ondulados pela máquina quente e apertou o passo pelos becos da cidade.

Os poucos postes daquela rua mal iluminavam-na por completo, junto a isso, alguns bebuns enfeitavam as calçadas, todos com seu humor aflorado pelo álcool.

A mulher fazia de tudo para se concentrar, porém aquilo era extremamente único para seus olhos acostumados com cidades monótonas e cheias de mato, rapido seu olhar se encontrou com aquele homem de terno que paquerava uma moça bonita ao lado de fora de um bar.

Era ele, portgas d ace, fazendo aquilo que sabia melhor, flertar com quem desse vontade e por fim conseguir aquilo que queria, uma companhia feminina para o resto da noite, para dizer a verdade isso nem era o mais chocante, já que ace estava usando uma camisa, um blaze cinza para ser mais especifica, um momento marcante na vida de qualquer um que conheça portgas e sua mania de tirar a camisa.

O moreno logo veio cumprimentar a dama, sorria e a elogiava como sempre fazia, mas sua acompanhante não gostou de tal acontecimento saindo com passos de fogo daquele lugar, ace percebeu rápido e disparou atrás da mulher tentando consertar o erro.

A mais velha soltou um sorriso de lado após ver a situação, se lembrou de quando era jovem e desesperada por afeto, ah que memórias bobas, olhou novamente para a rua, não estava silenciosa, e muito menos vazia, pelo contrário, estava lotada de luzes coloridas e poucas pessoas, os bebuns haviam ido embora, arrisco dizer que foram encher mais a cara.

Kaira suspirou, mexeu um pouco em seu vestido vermelho que chegava ao chão, arrumando a fenda que mostrava ao mundo boa parte de sua perna esquerda, ah que ansiedade ela sentia em seu peito, não poderia mentir, até ela mesma se assustou quando olhou no espelho, estava linda, tatch e izo foram suas fadas madrinhas daquela noite.

Pela primeira vez em anos se sentiu cuidada, estava no aguarde para ver a reação de Marco, o dono daqueles olhos mais azuis que o oceano, o mesmo par de olhos que a faziam se sentir como uma nuvem em um céu infinito.

Tomou coragem, e empurrou com a palma de sua mão a clássica porta pivotante do estabelecimento, que por sua vez rangeu anunciando sua entrada.

A taverna exalava a sensação de eras passadas, estava lotada,mas nenhum dos rostos eram desconhecidos, todos seus companheiros badernam no mesmo lugar, porém com sua entrada ninguém ousou continuar a comemoração, todos pararam e em silêncio o bar se viu tomado.

Estava com vergonha,atencão não era o melhor presente, então em um momento decisivo todos voltaram a gritar, muito mais que antes, ergueram suas canecas e festejavam pela sua chegada, alguns foram lá a elogiar, porém seus olhos se encontraram rápido com os da fênix, ele não disse nada, olhava para ela como um sorrisinho pervertido.

𝑨 𝑫𝒂𝒎𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒂𝒕𝒂 (𝙼𝚊𝚛𝚌𝚘 ˣ 𝚛𝚎𝚊𝚍𝚎𝚛)Onde histórias criam vida. Descubra agora