𝐁𝐄𝐇𝐈𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐀𝐌𝐄𝐑𝐀𝐒 || 𝗌𝗍𝖺𝗋𝖼𝗁𝖺𝗌𝖾𝗋 & 𝗐𝗈𝗅𝖿𝗌𝗍𝖺𝗋

||09||

Regulus se jogou no banco do vestiário se sentindo exausto, suor escorria pelo seu rosto e sua respiração estava ofegante.

James Potter, entrou logo após ele, igualmente cansado e suado.

Regulus observou o moreno tirar sua camisa e pegar uma garrafa, bebendo um pouco e derramando o resto em si logo em seguida.

Não podia negar que James Potter era lindo, com sua pele morena que brilhava, seus cachinhos escuros e seus olhos castanhos profundos.

  Engoliu em seco desviando o olhar e sentindo suas bochechas esquentarem.

— Tudo bem, Black?

— Claro.

James arqueou uma sobrancelha, pegou outra garrafa e andou na direção de Regulus olhando fixamente para ele.

  Ele estava bem próximo do mais novo quando se abaixou para ficar na altura do garoto que estava sobre o banco, deixando seus rostos próximos.

Eles se encararam por alguns segundos e tensão podia ser vista por qualquer pessoa que entrasse ali naquele momento.

Ele desviou o olhar de Regulus e lhe alcançou a garrafa.

— Hidrate-se.

Regulus o olhou fazendo uma careta.

— O que? Como seu provisório treinador, eu preciso cuidar da sua saúde.

O Black deu de ombros e revirou os olhos.

  Eles ficaram em silêncio enquanto Regulus bebia sua água e sentia os olhos do moreno em si.

— Por que você tava me encarando?

— O que?

— Você estava me olhando quando eu estava bebendo água.

— Claro que não!

— Eu senti seus olhos em mim.

Regulus engoliu em seco e olhou para o menino, seu coração batendo forte no peito.

— E se eu tivesse?

James sorriu e aproximou seu rosto do seu, esticou a mão e arrumou os cabelos negros do garoto para trás da orelha.

— Tudo bem, eu particularmente gosto de ser observado por homens bonitos.

E por fim dando uma piscadinha, Regulus chegou à seguinte conclusão: James Potter seria sua morte.

…

Remus estava sentado confortavelmente perto de uma janela na biblioteca, apreciando a calmaria após ter passado metade do dia com adolescentes gritando em sua cabeça.

Apreciando a paz.

Ou ao menos era isso que ele fazia segundos antes de Sirius Black chegar.

Com seus cabelos estupidamente brilhantes, com seu rosto pateticamente lindo, com seus olhos ridiculamente perfeitos.

— Ei, moony!

Remus engoliu em seco e lambeu os lábios rapidamente, uma mania que tinha.

— Quem te deu permissão para me chamar de moony?

Sirius olhou para ele dando um sorriso totalmente cafajeste e sentando ao seu lado.

— Eu não preciso de permissão, moony.

— Você é tão idiota. — Ele revirou os olhos, fechando o livro com força. — Para você é Lupin.

Sirius sorriu o encarando.

— Ok, Lupin.

Remus respirou fundo e o encarou.

Estúpido.

Não é que o Lupin odiava o Black mais velho, é que aquele garoto era tão estupidamente lindo que deveria ser pecado e o jeito que ele o olhava parecia até pecaminoso, além da forma que ele falava seu nome, parecia meio arrastado e rouco e urgh! Idiota.

Devia ser crime alguém tão perfeito assim existir na terra.

Remus preferia que o Black ignorasse sua existência, talvez assim ele não se sentiria tão estranho.

— O que foi, Lupin?

— Black.

— Oi, Lu?

— Para de ser idiota!

— Eu não tô fazendo nada, moony.

— Para de falar assim!

Sirius o olhou por alguns instantes antes de cair na gargalhada, Remus continuou com o rosto sério.

— Desculpa, Lu.

— Eu vou bater em você.

— Não me importo…— Ele sorriu, o rosto do castanho corou. — Brincando, desculpa.

— Você é tão estupido, Sirius Black.

— Você é tão bonito, Remus Lupin, eu não posso evitar.

— Idiota.

Remus revirou os olhos e voltou a ler seu livro, ignorando a presença do moreno.

…

  Em outro lugar perto dali, duas garotas estavam sentadas confortavelmente no topo das arquibancadas.

A ruiva estava deitada no colo da morena enquanto lia um livro e sentia a garota fazendo carinho em seus cabelos.

  Lily não sabia o que pensar em relação aqueles momentos e sentimentos com Mary, mas sabia que gostava de ficar com ela.

Nada mais importava quando as duas estavam juntas, seja conversando sobre tudo que vinha em suas cabeças, seja em silêncio apenas aproveitando a companhia uma da outra.

— Mary. — Lily chamou a menina, quando percebeu que não estava conseguindo prestar atenção na própria leitura e seus pensamentos estavam só na garota. — Você pode ler para mim?

— O que?

— Não consigo me concentrar, queria que você lesse para mim, eu gosto da sua voz.

Mary ficou alguns segundos a encarando com uma expressão estranha antes de sorrir e acenar com a cabeça.

Ela começou a ler para a ruiva, que conseguiu apenas fechar os olhos para aproveitar o momento.

  Ignorando todos os pensamentos dentro de sua cabeça que estavam em surto sem conseguir entender os próprios sentimentos.

Naquele momento ela apenas iria fechar os olhos e não ligar para mais nada enquanto escutava a garota ler o livro para ela e fazer carinho em seus cabelos.