Em meio a beleza de Londres, nós encontramos a felicidade.
E na beleza de teus olhos encontrei a alegria que há tempos não via.
Dei um mergulho profundo em seu sorriso e descobri o que é estar apaixonado.
Seus dedos dedilhavam as cordas do seu violão com delicadeza.
Era um movimento tão suave que ele quase não sentia as cordas sobre seus dedos.
Fechou os olhos, encostando sua cabeça na parede da sala vazia que se encontrava.
Logo o movimento que fazia nas cordas do violão se transformou em uma melodia calma e suave.
Ainda com os olhos fechados, não percebeu quando o garoto dos olhos castanhos que havia tomado um bom espaço em seus pensamentos desde quando o ajudou e o levou para uma loja de vinis.
Lupin estava prestes a dar meia volta e sair da sala após ver que o Black estava ali, mas quando escutou as primeiras notas da sua música favorita, ele parou.
"Is this the real life?
Is this just fantasy?"
Escutou baixinho o garoto preencher o local silencioso com sua voz aveludada e suave.
Remus amava aquela música e escutar Black cantando ela fez ele ter que reprimir um sorriso que insistia em repuxar em seus lábios.
Ele cantava de uma forma tão amena, com os olhos fechados, que nem parecia estar nessa realidade.
Para Remus, escutar o garoto cantando foi como provar de algo que nunca havia provado, e agora se ver viciado na sensação de escutar a voz tão suave e mágica do outro.
Para Sirius, estar ali cantando com os olhos fechados e sua respiração se acalmando conforme tocava as notas, fez parecer uma magia, o levando para fora do mundo.
Quando Black abriu seus olhos e encontrou os olhos castanhos com as pupilas dilatadas, tudo que conseguiu fazer foi prender a respiração.
Eles se encararam durante longos segundos, ambos sem falar ao menos uma palavra.
— Me desculpa, eu só…não consegui sair.
Lupin enfim quebrou o silêncio, desviando o olhar do céu nublado que o encarava tão profundamente como se soubesse de todos os seus pensamentos.
Sirius engoliu em seco e lhe deu um sorriso ladino. — Gostou de me ver cantar, Lupin?
— Bastante, na verdade.
Observou Sirius se desconcertar levemente, não esperando aquela resposta.
— Talvez eu tenha que cantar para você mais vezes, então.
— Talvez.
Eles ficaram se encarando por um longo tempo até o sinal tocar, indicando que havia chegado a hora de ir embora.
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