08 - teste em dupla

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    Eleanor e eu dormimos no estacionamento

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    Eleanor e eu dormimos no estacionamento. É claro que isso aconteceria, tudo estava a nosso favor. Tínhamos a coberta, uma textura confortável abaixo da bunda e sono em dobro. Acordamos com Mike e Eric batendo e gritando na porta da relíquia de Eleanor.

O estacionamento estava abarrotado de alunos, a bruma densa ainda perfazia o cenário fúnebre de Forks, e mesmo assim esses dois idiotas estavam usando a lataria como tambor e cantando uma música ridícula que eu nem me dignei a prestar atenção na letra.

Eleanor gemeu um “vão se foder” enquanto se ajeitava para recolher suas coisas. Eu catei minha mochila, jogando-a sobre os meus ombros para abrir a porta e, mais uma vez, amaldiçoar a má localização de Forks; parecia que havia ficado mais frio. Eu quis matar aula e ficar o resto do dia enrolada na coberta de Elie.

O vento enregelante morde minhas bochechas e faz meu nariz pinicar. Grogue, eu pulo da caminhonete confiando demais no meu corpo sonolento. Quase bati a cara no carro do lado, Mike me salvou de um nariz sangrando e mais uma humilhação do dia ao segurar-me pela alça da mochila.

— Opa, vai com calma, Bela adormecida. – é claro que ele zomba, me puxando para me espremer em seus braços finos. Eu deixei porque estava cansada demais para mandá-lo à merda.

Eleanor parecia uma bêbada ao ser sustentada pelo emo palito, ela não desperdiçou a oportunidade de jogar todo o seu peso para cima do pobre garoto e obrigá-lo a suportar a sua estrutura débil.

— Vamos, garotas! Animação. É dia! – disse Eric num sorriso energético que me deu antipatia. Eu não era muito receptiva quando acabava de acordar.

— E o que espera que eu faça? Fotossíntese? – Elie resmungou. Aparentemente não era só eu que não gostava do primeiro contato ao abrir os olhos.

— Então, vocês já decidiram se vão? – perguntou Mike no meu pescoço. Embora falasse no plural, eu sentia sua euforia sendo direcionada só a mim. Fiz careta, esperando que Jessica aparecesse para reivindicar seu lugar.

— Ir aonde?

— La Push, baby. – falou Eric, usando um sotaque espanhol estranho e chiado, como uma TV sem sinal.

— O que eu vou fazer numa praia com areia molhada e água fria demais para conseguir entrar? – eu contrapus à ideia paradoxal. Praias deveriam ser secas e quentes, o que diabos vou fazer em uma que é o completo oposto disso?

— Observar as baleias, talvez. Alguns de nós vai surfar. – Mike, de repente, me largou e simulou uma posição ridícula sobre uma prancha de surfe imaginária, ondulando o corpo como se perdesse equilíbrio.

HATER OF MELANCHOLY| Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora