14 - esquisitices

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    O restante da manhã foi preenchido por neve para todo o lado, a massa branca e gelada se tornou o novo brinquedo dos alunos

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    O restante da manhã foi preenchido por neve para todo o lado, a massa branca e gelada se tornou o novo brinquedo dos alunos. Havia neve na sala, nos banheiros, nos corredores... estava uma bagunça por toda a escola.

Foi muito engraçado descobrir que Eleanor abominava a neve mais do que chuva, a Evans andava com uma pasta debaixo do braço por toda à escola, usando-a como seu escudo. Elie não a largava por nada nesse mundo, sua aversão piorou conforme os alunos se  animaram demais e bolinhas de neve voavam para todos os lados. Sempre que ela via alguém correndo com a "arma branca", logo posicionava o objeto na frente do rosto, e quando não era rápida o suficiente, usava o meu corpo como escudo.

Eu, algumas vezes, acabei levando uma ou duas de tabela. Nenhum estudante tentou, diretamente, nos atingir. Éramos as gatas novas e nenhum engraçadinho queria nos deixar com raiva ou chateadas pela brincadeira, estragando suas chances para um encontro. Esse povo era muito estranho.

— Vamos logo, Júpiter. – Eleanor chamou, enquanto andava como uma ninja pelo pátio, correndo na direção do refeitório.

Acontece que o local havia se tornado uma zona de guerra, se você bobear, levava uma bolada macia e muito gelada na cara. Quando Elie viu Mike se aproximar com uma bola de neve na mão, ela saiu correndo e escorregando.

— O que ela tem? – o loiro perguntou assim que parou ao meu lado.

— Medo de bolinha de neve. – apontei para a massa em sua mão.

— Ah, tá. – ele largou a bolinha perfeita no chão, desmanchando-a.

Olhei para a neve e depois para Elie, a Evans mais escorregava do que corria. Em um pleno ato pérfido, eu me agachei para fazer minha própria bola de neve, a papa branca quase congelou os meus dedos. Eu mirei na minha amiga medrosa e sorri, sardônica, antes de jogá-la para o outro lado do estacionamento, na direção de Eleanor.

— Júpiter! – ela me gritou, furiosa, tentando tirar a massa molhada de dentro do seu casaco.

Eu e Mike caímos na risada, me sustentei nele quando a minha barriga começou a doer, tirando meus olhos de Eleanor. Terrível erro.

— Você não deveria ter... – Mike começou a falar, recuperando o fôlego. Mas eu não consegui escutar, pois o impacto de uma bolinha de neve contra meu rosto tirou toda a minha concentração e quase me fez engasgar, cuspi um monte dela, enquanto escutava Mike e ela rirem da minha cara.

Depois da nossa brincadeirinha, seguimos em direção ao refeitório, Elie ainda se mantinha em alerta e segurava a pasta com tanta força, que as dobras dos seus dedos estavam brancas. Jessica se juntou a nós e achou hilária a reação dela, ela ficou com pena do desespero palpável em seu rosto e desistiu de lançá-la uma bolinha de neve.

Fomos em direção a fila e estava enorme. Fiz uma careta, desistindo de comer.

— Eu vou guardar o nosso lugar. – digo, apontando na direção das mesas.

HATER OF MELANCHOLY| Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora