10 - apresentações

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    Conforme chegávamos perto de seus irmãos, eu percebia que até mesmo o ar do outro lado do refeitório era diferente

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    Conforme chegávamos perto de seus irmãos, eu percebia que até mesmo o ar do outro lado do refeitório era diferente. Cheirava a flores, a riqueza e também à consciência de classe. Era particularmente mais frio — não tinha mesas próximas o suficiente para sufocar o ar —. Ali, despojados sobre as cadeiras e muito bem posicionados atrás da mesa redonda, estava a personificação de tudo o que eu não poderia ser: rica, bonita e capaz de suportar o frio de Forks com umas blusinhas finas sem parecer uma britadeira de tanto tremer.

Um arrepio estranho e incômodo subia pela minha espinha, eu estava suando frio. Meus olhos se moviam rapidamente por cada um dos Cullen, verificando suas reais emoções em relação a chegada dos mascotes. Pareciam ainda não ter nos notado, Alice e Rosalie discutiam avidamente sobre alguma coisa; Jasper estava tão travado que eu duvidei se não era na verdade uma estátua de cera decorando a cadeira ao lado de Alice. Já Emmett erguia-se como um urso gigantesco, mal comprimido pela blusa de frio coladinha e pouco escondido pela mesa, seus músculos eram assustadores e eu chutava que ele havia, pelo menos, repetido o último ano umas cinco vezes.

Alice foi a primeira a nos notar. Mal paramos em frente à mesa e ela já estava com os olhos em nós, o dourado reluzindo e brilhando. Ela era ainda mais magnífica de perto, com traços delicados como os de uma fada, o cabelo repicado e desfiado para todas as direções parecia ter sido feito para Alice, embora eu pensasse que esse penteado ficaria ridículo em qualquer outra pessoa que não fosse ela.

Ela sorriu, muito. Um sorriso muito alargado para mim. Parecia estar à espera disso há séculos.

— Júpiter! – gritou ela com entusiasmo.

Antes que eu dissesse “ao seu dispor, vossa alteza” numa reação automática, ela estava de pé. Tive que abaixar o queixo para continuar olhando em seus olhos e transparecer todo o meu choque, e então ela quicou para frente e me deu um beijo na bochecha, como se fossemos amigas desde sempre.

— Pensei que Edward nunca fosse trazê-la para nós. – ela segurou minhas mãos junto às suas, fiquei assustada com o quão fria e rígida elas eram. E no entanto, Alice parecia nem mesmo notar os cinco graus que assolavam o termômetro.

— Alice, controle-se. – Edward a remediou.

— Desculpe, que falta de educação a minha. – disse ela, sem tirar o sorriso do rosto, suas presas afiadas diante dos meus olhos. Fiquei ainda mais assustada, se isso fosse possível. — Meu nome é Alice, mas isso você já sabe.

— Eu sou Júpiter, mas isso você já sabe. – eu disse numa voz fraca e patética. Eu estava sendo estranha na frente da panelinha impenetrável do colégio, mas não é como se eles também não fossem. — Essa é a minha amiga. – apresentei, tentando tirar o par de ouro de cima de mim.

Pareceu funcionar, Alice me largou e, eufórica com o novo brinquedo, deu toda a sua atenção à Eleanor. Pude respirar um pouco, não tinha percebido que prendi minha respiração. Não estou acostumada com contato diretamente direto.

HATER OF MELANCHOLY| Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora