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Assim que a banheira improvisada estava pronta a El entrou na mente da Max. Ela ia atualizando-nos enquanto as coisas aconteciam, até o seu corpo todo começar a abanar.
- Tirem-na! - gritei, entre os gritos de todos
Eles olharam para mim e concordaram, fazendo o que eu lhes disse.
Não esperei um segundo para mergulhar o meu corpo na água assim que esta estava livre. A água fria chocou contra o meu corpo e fez-me arrepiar, mas não foi nisso que eu me concentrei.
- Peter! - gritei, soando frágil
Ele estava em frente da Max, roubando-lhe a sua vida.
Assim que percebeu a minha presença virou-se para mim e a Max voltou a respirar. Tentei correr até ela, mas fui impedida pelos braços do Peter, que me agarraram e me puxaram para ele.
- Solta-me! - gritei o mais alto que pude, tentando controlá-lo com os meus poderes e falhando miseravelmente
O seu sorriso era maligno. Ele olhava diretamente para mim, mas não deixava a Max fugir. Ele tinha as coisas sob controle.
- A, não pensei voltar a ver-te. - os seus olhos direcionaram-se para o lugar onde tinha sido alvejada. - Quem te magoou? - perguntou, esquecendo-se por segundos do que se passava a sua volta.
Assim que ele tocou na minha ferida a Max escapou e as paredes da sua mente começaram a desmoronar.
- Porra! - gritou o Peter, atirando-me contra o chão com os seus poderes.
Assim que o meu corpo atingiu o chão senti-me fraca. Como se o peter tivesse ganho. Ele também se sentiu assim. Podia ver pela sua cara. Conhecia-o como a palma da minha mão.
Assim que ele se aproximava o meu corpo tentava rastejar pelo chão, tentando fugir, mas era impossível. Ele já tinha ganho.
- Peter! - implorei, enquanto sentia as lágrimas escorrerem até ao meu queixo.
Ele ajoelhou-se ao meu lado, passando a mão pela minha cara e limpando as minhas lágrimas.
Por momentos pensei que ele me ia deixar viver, mas quando senti as suas mãos apertarem a minha cara, fazendo-me olhar para os seus olhos percebi que os seus planos eram diferentes.
- Podíamos ter governado juntos. Podíamos ter dominado o mundo juntos. Podíamos ter feito o que quiséssemos, mas preferiste virar-te contra mim. Contra que te deu TUDO! - a cada palavra que dizia as suas mãos apertavam-me mais, fazendo com que o meu rosto se aproximasse do dele.
- Não! Tu és a definição de maldade. Nunca poderia ficar com aguem que escolhe ver inocentes morrer por pura maldade. Que escolhe torturar crianças e que escolhe a maldade ao invés da bondade. O que eu queria era ser feliz contigo! Eu amava-te tanto! - as lágrimas que tinham sido limpas pelo Peter enchiam novamente a minha cara e as mãos do Peter soltavam-me, deixando-me falar. - Temos um filho porra! Pensa no Henry! Se odiavas tanto o teu pai, imagina o que o nosso filho vai sentir quando souber o pai que tem!
O Peter parecia chocado com as minhas palavras. Quase como se a imagem do filho a odiá-lo o tivesse acordado para a realidade, mas assim que senti as suas mãos no meu pescoço percebi que nada o podia mudar.
O Peter nunca poderia amar. Acreditei que eu e o Henry estivéssemos no seu coração, que seríamos o Significado de amor para ele, mas não podemos mudar o que já nasceu corroído por dentro.

Let me go | 001Onde histórias criam vida. Descubra agora