Belive Jjk+Pjm

C

– Jimin? - O homem de postura imponente e elegante, entrou na sala, trajando seu terno feito sob medida. Ele era pequeno, mas sua presença dominava o local por inteiro. Seus lábios eram cheios como os de Jimin, e eles tinham a mesma coloração loira no cabelo. Ele logo direcionou o olhar para mim, fazendo uma careta de desprezo e julgamento. - Quem é esse... Rapaz?

– É o meu namorado, pai. - Assim como o homem em minha frente, arregalei os olhos e me coloquei de pé sobre as meias pretas de cano longo.

– O que?! - Dissemos em uníssono, nos olhando confusos mais uma vez. Tive o olhar potente de Jimin sobre mim, então logo tratei de seguir com o teatro.

– Oh, sim... Muito prazer, sogro? - Estendi a mão, que foi deixada de lado pelo homem o qual cumprimentei. Seria osso duro de roer. - Seu desgraçado... - Murmurei baixo, para que apenas eu ouvisse, pigarreei, pondo a mão fechada em punho sobre a boca.

– Eu não posso aceitar. Eu absolutamente não posso admitir que meu filho namore uma coisa... Um homem deste nível! - Apontou para mim com o indicador, revezando o olhar entre mim e o filho de vez em quando.

– Pai, eu não preciso mais da sua permissão. - Se aproximou de mim, pondo os braços envolta da minha cintura, me fazendo ficar quente com seu toque. Quente de vergonha! - Eu e Jungkook nos amamos muito, e não é pela sua aprovação que chamei o senhor aqui. - Segurou minha cintura com mais firmeza, lambendo os lábios quase que imperceptivelmente. Mas eu pude ver.

– Foi pra que, então? - Cruzou os braços, tomando uma pose rígida e voraz.

– Pedi que viesse aqui, apenas para entregar uma coisa para a minha mãe - Caminhou até a mesa, abrindo a gaveta e pegando alguns papéis que estavam dispostos por ela. - Eu comprei alguns imóveis pequenos, e vou dar de presente a ela, para que abra suas lojas de costura, como sempre quis.

– Sua mãe não vai trabalhar com algo tão pequeno assim, garoto. Eu já te disse para pensar grande e, quando você resolver me escutar, vai crescer. - Park, assim que ouviu isso da boca do pai, mordeu os lábios e travou a mandíbula, pressionando ainda mais os dedos em minha pele.

– Eu não preciso dos seus conselhos. Fiz essa empresa crescer sozinho, e não foi vagabundeando que coloquei-a no topo da pirâmide industrial. Posso não ser como você, porque com toda certeza, sou maior. - Desfez o aperto em minha cintura, caminhando até a porta. - Leve isso para a minha mãe, e saia rapidamente do meu prédio. - Fechou os olhos e entregou os papéis na mão do pai.

O Park mais velho apenas olhou para o filho, parecendo decepcionado e saiu da sala, batendo a porta com uma força desnecessária.

Vi quando Park voltou a respirar normalmente, percebendo a pouco que tinha segurado o ar dentro dos pulmões. Ele caminhou até a mesa e se sentou na beirada da madeira moldada a mão.

– Por que fez isso, Jimin? - Me aproximei lentamente de seu corpo, vendo ele se estender pra alcançar uma garrafa de whisky envelhecido que residia em sua prateleira. - Se sabia que ficaria mau, por que fez?

– Eu gosto de desafiar meu pai, é como se fosse minha droga, sabe? - Levou a garrafa aos lábios e bebeu uma boa golada da bebida. Fez uma careta ao sentir o líquido descer na garganta. - Desde que meu irmão se foi, não consigo parar de pensar que, se não fosse por ele obedecer tanto meu pai, não teria partido.

– Quer me contar mais sobre essa história? - Aconcheguei minhas mãos em sua cintura, afagando a pele sobre o tecido preto da calça social.

– Meu pai controlava meu irmão como uma marionete, e eu era tão pequeno para impedir que ele fosse manipulado. Já era tarde para ele, mas muito cedo para mim. - Vi quando uma lágrima escorreu por sua bochecha, caindo diretamente entre seus lábios. - Ele foi enviado ao norte do país para uma reunião, representando meu pai na mesa central de administração. Mas antes que ele chegasse lá, sofreu um acidente. Bom... é o que dizem, já eu, tenho minhas dúvidas, porque até o momento, o corpo nunca foi encontrado.